O cinema também pode ser uma linguagem poética. Existem filmes que constroem uma narrativa delicada e subjetiva, alinhada a uma bela fotografia, e se aproximam ainda mais do território da poesia. A Bula reuniu em uma lista dez filmes que estão disponíveis na Netflix e que, segundo a crítica especializada, são verdadeiras obras-primas do cinema. Entre os selecionados, estão “Happy Old Year” (2020), de Nawapol Thamrongrattanarit; “Atlantique” (2019), de Mati Diop; e “Magnetic — Para Poucos” (2018), dirigido por Thierry Donard. Os títulos estão organizados de acordo com o ano de lançamento.
Jean quer transformar sua casa em um home office e está fazendo uma faxina geral, jogando fora tudo que não é realmente necessário. Mas, ela enfrenta um grande desafio quando se depara com algumas coisas que pertencem a Aim, seu ex-namorado. Ainda que esses objetos não sejam úteis, cada um deles lembra uma história importante e traz à tona sentimentos não resolvidos.
Com apenas 12 minutos, este curta-metragem de animação narra a jornada emocional de um casal que está tentando lidar com o luto. A filha morreu de forma trágica e eles estão cada vez mais depressivos, distantes e silenciosos. Para continuar junto, o casal precisa transpor barreiras dolorosas.
Em Dakar, no Senegal, Ada é uma garota de 17 anos apaixonada por Souleimane, um pedreiro que trabalha na construção de um prédio futurista, mas ela está prometida para outro homem. Revoltados com a falta de pagamento, os operários resolvem atravessar o oceano em busca de melhores oportunidades em outro país. Quando o barco naufraga, seus espíritos retornam para Dakar.
Neste documentário, o cineasta Thierry Donard e sua equipe viajam para os lugares mais remotos do mundo, acompanhando atletas corajosos que estão em busca de experiências extasiantes. Seja na água, no mar, ou na terra, eles se arriscam de forma extrema e se dizem magneticamente atraídos pela incontrolável força da natureza.
Em 2007, os universitários Jian-qing e Xiao-Xiao se conhecem em um trem que parte de Pequim para uma cidade do interior, onde ambos planejam passar o fim de ano. Os dois se apaixonam e começam a namorar. Anos depois, o filme mostra Jian-qing e Xiao-Xiao se encontrando de novo, dessa vez em um aeroporto. Com os voos atrasados, eles conversam sobre o que fizeram de errado no passado e o amor que ainda sentem um pelo outro.
Mitsuha é uma garota no ensino médio que mora na cidade de Itomori, em uma região rural do Japão. Entediada com a vida no campo, ela sonha em mudar-se para Tóquio. Misteriosamente, ela começa a trocar de corpo com Taki, um estudante de Tóquio. Enquanto ela o ajuda a se aproximar de uma colega, ele a ensina a ser popular na escola. Os dois acabam se apaixonando, mas quando Taki vai até a aldeia de Mitshua para conhecê-la, descobre que ela já morreu.
Nos anos 1960, Mahir, um professor que vive numa cidade litorânea da Turquia, é enviado para lecionar em uma aldeia remota. Sua esposa se recusa a acompanhá-lo, então ele vai sozinho. Chegando no local, Mahir é recebido com muita alegria pelo povo, mas descobre que não há nenhum colégio na região, que é muito carente. Sendo assim, o professor decide começar a construir uma escola do zero e sua solidariedade traz esperança aos moradores da aldeia.
Em 1941, durante a Segunda Guerra Mundial, a Turquia passa por um período de fome e escassez. Os amigos Rüstü e Muzaffer são apaixonados por poesia e lutam para se tornar escritores. Além disso, eles são apaixonados pela mesma mulher: Suzan, a filha de um homem rico e influente na cidade. Mas, devido à crise econômica, os amigos são obrigados a trabalhar numa mina de carvão, onde acabam contraindo tuberculose.
Em um asilo, um idoso conta a história de amor de Noah e Allie para sua esposa. Na década de 1940, Noah, um operário, e Allie, uma moça rica, se apaixonam, mas a família da jovem proíbe o romance. Quando Noah é convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial, Allie perde as esperanças de reencontrá-lo e fica noiva de outro homem. Mas, antes do casamento, Noah retorna para a cidade e os dois se envolvem novamente. “Diário de Uma Paixão” foi inspirado no livro homônimo de Nicholas Sparks, lançado em 1996.
Edward Bloom está à morte e precisa se entender a tempo com o filho. O jornalista Will se sente enganado por não saber nada sobre a verdadeira vida do pai, um compulsivo contador de histórias fantasiosas que diz protagonizar. Tim Burton tem aqui toda a liberdade para fazer o que faz como nenhum outro diretor: inventar. “Peixe Grande…” é um filme bonito e simples, graças à genialidade de Burton. E o bonito e simples dá trabalho.