É antigo o debate sobre como a televisão interfere no nosso cotidiano, mas a discussão ganhou relevância novamente em 2020, considerado o ano do streaming. Segundo pesquisa da Conviva, empresa especializada em inteligência de dados, devido à pandemia da Covid-19 as plataformas de streaming cresceram 20% globalmente apenas em março, em comparação com os números de duas semanas anteriores.
Além disso, o tempo de utilização dos streamings cresceu 63% em relação a 2019. Para saber como esse consumo está interferindo no comportamento da sociedade, o time de conteúdo da Betway realizou um levantamento com base em três séries da Netflix que fizeram muito sucesso em 2020: “O Gambito da Rainha”, “Emily em Paris” e “The Crown”.
“O Gambito da Rainha”, minissérie de Scott Frank, conta a história de uma órfã que se torna a melhor jogadora de xadrez dos Estados Unidos. Em apenas 28 dias após o lançamento, já tinha sido acessada em 62 milhões de casas, totalizando 551 milhões de minutos assistidos. Ficou em 1º lugar no ranking das minisséries mais vistas em 62 países, incluindo Reino Unido, Israel e Argentina, de acordo com estudo publicado pela Betway, site roleta online.
Após a estreia da série, as buscas pela palavra “xadrez” aumentaram 88% no Google, enquanto “gambito da rainha” cresceu 250% e a jogada “siciliana” 300%. O livro homônimo que inspirou a produção, escrito por Walter Tevis, tornou-se um best seller 37 anos depois de ter sido lançado. Por fim, o número de jogadores no site de xadrez Chess quintuplicou.
“Emily em Paris”, a série dirigida por Darren Starr que acompanha uma jovem estadunidense trabalhando em Paris, causou um impacto significativo na indústria da moda. As peças usadas pela personagem foram copiadas por todo o mundo. O termo boina subiu 41% nas pesquisas do Google, a bolsa “Jelly Snapchot” 92%, e o modelo de chapéu bucket cresceu 342%.
Ao redor do mundo, as pesquisas por “francês” aumentaram 47%, assim como “Paris”, que subiu 43%. A influência da série foi tão grande, que hoje é possível encontrar passeios programados pela capital francesa com visitas aos locais por onde Emily passou durante os episódios.
O impacto causado pelo seriado “The Crown”, lançado em 2016, é ainda maior. Ao contar a história da rainha Elizabeth II, a produção transformou a própria família real britânica em um símbolo da cultura pop atual. As buscas pelos termos “gola alta”, “laço na gola” e “terno azul” cresceram 7000%, 2.900% e 1000% respectivamente.
A pesquisa por “Rainha Elizabeth II” aumentou 433% após a estreia da série e volta a ser tendência toda vez que uma nova temporada é anunciada. Em 2020, com a 4º temporada, as buscas por “Princesa Diana” subiram 1566%, enquanto “Margaret Tatcher” se tornou 1540% mais procurada.
Uma das perguntas mais frequentes sobre o seriado é “O que a família britânica acha de The Crown?” e 35% dos espectadores ingleses dizem que passaram a enxergar os monarcas “um pouco melhor” ou “muito melhor”, enquanto 34% afirmam que tiveram mais empatia pelo príncipe Charles.
As buscas no Google mostram o aumento da curiosidade das pessoas sobre determinados assuntos, o que prova que estamos sendo diretamente e indiretamente influenciados pelo conteúdo das séries. Mas nada é por acaso, já que os serviços de streaming conseguem traçar o perfil dos assinantes e saber de antemão o que faria sucesso entre eles.