Se a personalidade das pessoas muda de acordo com a data de nascimento, as preferências de leitura também são diferentes pelo mesmo motivo. A Bula reuniu em uma lista 12 clássicos fundamentais da literatura, sendo uma indicação para cada signo no Zodíaco. As escolhas foram baseadas nas características e conhecimentos mais populares sobre a astrologia. Para os taurinos, por exemplo, que gostam de estabilidade e conforto, a dica é “Oblómov” (1877), de Ivan Gontcharóv; que conta a história de um senhor de terras que não sai do sofá. Já para os aquarianos, que geralmente são intelectuais e humanitários, o melhor livro seria “Os Miseráveis” (1937), escrito por Victor Hugo.
O Senhor das Moscas (1954), de William Golding

Adaptado duas vezes para o cinema e traduzido para 35 idiomas, o clássico de William Golding já foi visto como uma alegoria, uma parábola, um tratado político e mesmo uma visão do apocalipse. Durante a Segunda Guerra Mundial, um avião cai numa ilha deserta, e seus únicos sobreviventes são um grupo de meninos. Liderados por Ralph, eles procuram se organizar enquanto esperam um possível resgate. Mas, aos poucos, esses garotos aparentemente inocentes transformam a ilha numa visceral disputa pelo poder. Ao narrar a história de jovens perdidos numa ilha, aos poucos se deixando levar pela barbárie, Golding constrói uma reflexão sobre a natureza do mal e a tênue linha entre o poder e a violência desmedida.
Oblómov (1877), de Ivan Gontcharóv

Iliá Ilitch Oblómov é um rico senhor de terras que não sai do sofá e passa os dias admirando o teto e fazendo planos que nunca põe em prática. Embora tenha muitos e graves problemas, principalmente relativos à sua fazenda, ele não age, pois a simples ideia de deixar sua poltrona lhe causa angústia. Apesar de ser jovem, sua vida transcende entre uma refeição e outra, cochilos e algumas visitas ocasionais que trazem notícias do mundo, pelas quais Oblómov não demonstra interesse. Nem a paixão por Olga Sergueievna, que fez de tudo para ajudá-lo, foi capaz de arrancar Oblómov da inércia. Pela figura do protagonista, o autor quis retratar a elite russa às vésperas do fim da servidão.
O Cão dos Baskerville (1902), de Arthur Conan Doyle

Há 500 anos, a mansão dos Baskerville é assombrada por uma lenda: Hugo Baskerville, notório escudeiro que era dono da propriedade em meados do século 17, teria sido morto por um suposto cão diabólico. Desde então, a família é aterrorizada pelo medo. A história é confirmada após a morte do rico Sir Charles, que sofria do coração, mas provavelmente morreu de susto ao ver o cachorro amaldiçoado. O dr. Mortimer, antigo amigo do milionário, decide então contratar o famoso detetive Sherlock Holmes para investigar o caso, temendo que a mesma tragédia aconteça com Henry, o sobrinho e herdeiro de Charles, que agora mora na mansão.
Águas de Primavera (1872), de Ivan Turguêniev

Em “Águas de Primavera”, o protagonista, um aristocrata de meia-idade solitário e melancólico, recorda certo acontecimento da juventude que marcou definitivamente a sua vida. Após observar velhas cartas e algumas flores secas que restaram de amores dos quais fugiu covardemente, esbarra em uma cruz de granada que o faz relembrar outra história semelhante, mas com consequências mais trágicas para si. Ivan Turguêniev (1818-1883) foi o primeiro escritor russo celebrado na Europa. Proveniente de uma família aristocrática de proprietários de terras, esforçou-se em divulgar a literatura russa, traduzindo para o francês algumas obras de seu país.
O Apanhador no Campo de Centeio (1951), J.D. Salinger

O livro acompanha um fim de semana da vida de Holden Caulfield, um jovem de 17 anos, estudante de um respeitado internato para rapazes, o Colégio Pencey. Ele é expulso da escola depois de tirar notas ruins, e precisa voltar mais cedo para casa no inverno. Durante o caminho de volta, o rapaz busca adiar ao máximo o encontro com os pais, fazendo uma viagem reflexiva sobre sua existência, a partir de sua peculiar visão de mundo. Antes de enfrentar os pais, ele se encontra com algumas pessoas importantes na sua vida e, junto a elas, reflete sobre as hesitações que se passam em sua mente.
A Leste do Éden (1952), John Steinbeck

“A Leste do Éden” abrange a história dos Estados Unidos desde a Guerra Civil até a Primeira Guerra Mundial. A narrativa acompanha duas famílias no Vale do Salinas, na Califórnia, os Hamilton e os Trask, e como elas se relacionam. Além de uma profunda descrição socio geográfica, o livro aborda a capacidade de escolha entre o bem e o mal como atributo intrínseco aos humanos. O patriarca Samuel Hamilton e sua mulher, Liza, são imigrantes irlandeses e criam seus nove filhos em um pedaço de terra árido e infértil. Adam Trask, vizinho de Hamilton, compra o melhor rancho do vale, onde cuida sozinho dos filhos gêmeos, após ter sido abandonado pela esposa, a cruel Cathy. Ao longo do tempo, as vidas de Hamilton e Adam se entrelaçam.
Orgulho e Preconceito (1813), de Jane Austen

A história mostra como a jovem Elizabeth Bennet lida com os problemas relacionados à moral, educação, cultura e casamento na sociedade aristocrática no início do século 19, na Inglaterra. Ela é a segunda de cinco filhas de um proprietário rural da fictícia cidade de Meryton. Elizabeth se apaixona pelo rico Mr. Darcy, amigo de Mr. Bingley, que acaba de chegar à cidade. Embora Darcy também esteja apaixonado por Lizzy, sua natureza reservada e orgulhosa faz com que os dois se afastem. Enquanto isso, Mr. Bingley está interessado na irmã de Lizzy, Jane, e os dois começam a se relacionar, desagradando as irmãs de Bingley, que consideram Jane socialmente inferior.
A Letra Escarlate (1850), de Nathaniel Hawthorne

Na rígida comunidade puritana de Boston, no século 17, a jovem Hester Prynne tem uma relação adúltera que resulta no nascimento de uma filha ilegítima. Desonrada e torturada publicamente, ela é forçada a levar sempre a letra “A”, de “adúltera”, bordada em seu peito. Considerada a primeira autêntica heroína da literatura norte-americana, Hester se vale de sua força interior para criar a filha sozinha e proteger o segredo da identidade de seu amante. Após sete anos carregando a letra escarlate, as pessoas da cidade começam a enxergar as virtudes de Hester, já que ela ajuda a todos que necessitam, sem pedir nada em troca.
As Viagens de Gulliver (1726), de Jonathan Swift

Polêmica obra-prima do século 18, “As Viagens de Gulliver” mistura literatura de viagem, aventura e ficção científica. Conta as histórias de Lemuel Gulliver, médico e aprendiz de navegação que, após um naufrágio, é carregado por seres minúsculos para a ilha de Lilliput, onde é mantido como prisioneiro. Após ganhar a confiança dos habitantes da ilha, ele é solto e se torna amigo do rei. Gulliver volta à Inglaterra, mas continua fazendo outras viagens, que o levam a lugares ainda mais curiosos. Fascinado, ele faz anotações para narrar minuciosamente os momentos mais instigantes de suas aventuras.
Cem Anos de Solidão (1967), de Gabriel García Márquez

Uma das obras-primas de Gabriel García Márquez, o livro narra a fantástica e triste história da família Buendía, que vive na pequena e fictícia Macondo, ao longo de um período de cem anos. A trama acompanha as diversas gerações da família, assim como a ascensão e a queda do vilarejo em que vivem. Os Buendía nascem e morrem, vão embora ou permanecem na aldeia até seus últimos dias. O que todos possuem em comum é a luta contra a realidade e a solidão que sentem, mesmo vivendo em meio a muitos. O livro é considerado a obra que consagrou Gabriel García Márquez como um dos maiores autores do século 20.
Os Miseráveis (1937), de Victor Hugo

A obra se passa durante a Revolução Francesa, no século 19. Conta a história de Jean Valjean, preso por roubar um pão para alimentar sua irmã e seus sobrinhos. Após ser solto, Valjean é marginalizado por todos que encontra, sendo expulso de todas as estalagens. Então, em nome de sua liberdade, ele tenta se redimir pelos erros do passado e parte para os Alpes franceses. Anos depois, Valjean transforma-se num rico empresário, um homem bondoso e respeitado na comunidade, usando o pseudônimo de Madeleine. Enquanto isso, Fantine, uma pobre prostituta, fica doente e vende seus cabelos e dentes para sustentar a filha, Cosette. Ao conhecer Fantine, Jean se compadece e lhe promete que irá cuidar de Cosette.
O Mestre e Margarida (1967), de Mikhail Bulgákov

O “Mestre e Margarida” é considerado um dos grandes romances do século 20. Situado na Moscou dos anos 1930, o livro narra as peripécias de satã na cidade, acompanhado de um séquito infernal, composto por um gato falante e fanfarrão, um intérprete trapaceiro, uma bela bruxa e um capanga assustador. Seu caminho se cruza com o dos amantes Mestre e Margarida — ele um escritor mal compreendido, autor de um romance sobre Pôncio Pilatos; ela uma das personagens mais fortes da literatura russa, que, qual Orfeu, fará de tudo para reencontrar seu amado desaparecido. História de amor e desejo, sátira do mundo das letras e das vaidades humanas, além de crítica ferina, mas bem-humorada, ao regime soviético.