No final do século 19, quando surgiu o cinema, os beijos ainda eram considerados imorais pela igreja e pela sociedade. Mas, como as histórias de amor sempre fizeram sucesso, as cenas de beijo quebraram paradigmas e ganharam um espaço de destaque em Hollywood. Algumas destas cenas marcaram a história de Hollywood, sendo consideradas inesquecíveis. O colunista do jornal “The Guardian”, Stephen Brown, elencou em um ranking os nove beijos mais importantes do cinema. Em sua lista, Brown reuniu cenas revolucionárias, como a do primeiro beijo gay, e a do beijo entre uma mulher branca e um homem negro durante o regime de segregação racial. Os filmes estão organizados em ordem decrescente.
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O casal Rick e Ilsa vivem apaixonados em Paris. Mas, Ilsa precisa resolver pendências do passado e decide abandonar o namorado. Antes de partir, ela pede que Rick a beije “como se fosse a última vez”. O beijo que anuncia a separação é considerado um dos mais marcantes do cinema. Em 1942, em plena Segunda Guerra Mundial, “Casablanca” se tornou um dos maiores romances de todos os tempos e conquistou três Oscars.
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A cena de beijo mais antiga do cinema dura todos os 25 segundos do filme. Produzido por Thomas Edison, “The Kiss” representa uma reconstituição do beijo entre os atores May Irwin e John Rice no musical “The Widow Jones”. Naquela época, o beijo na boca era considerado obsceno entre a sociedade vitoriana e o filme sofreu censura por parte da Igreja Católica e do governo.
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Na década de 1940, os estúdios de Hollywood tinham que obedecer a uma norma sobre cenas de beijo: elas não deveriam ultrapassar três segundos. Em “Interlúdio”, Alfred Hitchcock burlou essa regra de uma maneira inteligente: os atores Cary Grant e Ingrid Bergman se afastavam e depois voltavam a se beijar. A sequência inteira durou mais de dois minutos, mas não pôde ser censurada.
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O filme conta a história de amor entre Joanna Drayton, uma jovem branca estadunidense, e o renomado dr. Prentice, um médico afro-americano. Quando o filme foi lançado, ainda estava em vigor o Código Hays, um conjunto de normas aplicadas ao cinema nos Estados Unidos. O código proibia relações entre brancos e negros nos filmes. Por isso, o beijo de Joanna e Prentice foi um marco.
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A história é centrada em um casal que deseja fazer sexo, mas sempre é interrompido ou censurado. Sem poder se entregar ao amante, a mulher beija os pés de uma estátua, em uma clara alusão ao sexo oral. O filme é uma crítica à sociedade burguesa espanhola, ilustrada pela repressão do desejo sexual imposta pela Igreja Católica. O filme foi censurado e só pôde ser exibido novamente em 1979.
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O fotógrafo Jeff sofreu um acidente e está impossibilitado de andar, sendo obrigado a ficar em casa. Da janela de seu apartamento, ele observa a vida dos vizinhos. Uma de suas únicas companhias é Lisa, sua dedicada namorada, interpretada por Grace Kelly, uma das musas de Hitchcock. Em uma das cenas épicas do filme, Lisa se aproxima para beijar Jeff. Quando a câmera foca no rosto da atriz, fica a impressão de que ela irá beijar o espectador.
3
O primeiro beijo entre pessoas do mesmo sexo na história do cinema ocorreu no ano de 1927, em “Asas”, primeiro filme mudo a ganhar o Oscar de Melhor Filme. O beijo é dado pelos personagens Jack Powell e David Armstrong, que disputam a atenção da bela Sylvia Lewis. Os dois se alistam como pilotos de combate e acabam se aproximando durante a guerra.
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“O Poderoso Chefão II” foi a primeira sequência a ganhar o Oscar de Melhor Filme e se tornou um dos maiores clássicos do cinema. Uma de suas cenas famosas apresenta o “beijo da morte”, quando o mafioso Michael Corleone descobre que foi traído pelo seu irmão, Fredo, e o beija grosseiramente. “Eu sei que foi você, Fredo. Você partiu meu coração”, diz Michael ao irmão.
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Cinema Paradiso (1988), Giuseppe Tornatore
Em uma pequena vila da Sicília, o garoto Totó se encanta pelo cinema local e se torna amigo de Alfredo, o projecionista. Após 30 anos, Totó é um cineasta de sucesso e retorna à cidade para o funeral de Alfredo. Ele recebe um rolo de filme com uma compilação de beijos do cinema que foram censurados pelo padre local. É o presente de Alfredo para Totó. Ao assistir as cenas, o cineasta chora, lembrando do amigo.