Há milênios, entre as idas e vindas da História, o vinho sempre esteve presente. Se não no papel de protagonista, pelo menos no de um coadjuvante da maior importância. Nos grandes círculos sociais e herméticos, a bebida já foi cultuada e rendeu elevada satisfação à glória de seus bebedores. Mas o vinho não precisa ser a bebida dos mais abastados. É possível colocá-lo em todas as mesas de jantar e ainda desfrutar de todas suas características olfativas, visuais e, especialmente, de seus amplos sabores. O vinho é para todos. Para apreciá-lo, já temos os instrumentos necessários: os sentidos. Bem treinados, a partir da experiência, eles capturam as características da bebida, mesmo em seus limites mais fundamentais. O vinho, cuidadosamente preparado e feito para agradar, sempre entrega qualidades, curiosidades e predicados que intrigam, incitam novos exames e abrem possibilidades. O aspecto essencial do ato de bebê-lo é despertar os sentidos para um universo de aventuras sensoriais. Para tanto, é preciso começar dos mais simples, reconhecer suas potencialidades, fazer-se perceber que o terroir — o local que produziu a uva — tem a capacidade de fazer eclodir obras-primas. Veja que grandes colheitas oferecem bons vinhos já em seus rótulos de entrada.
A escolha de um bom vinho passa pela necessidade de atender a dois critérios: o custo e o gosto, adequando-se tanto ao poder de compra quanto ao paladar do consumidor. A melhor maneira de encontrar uma boa combinação desses fatores é pesquisando em várias adegas e bebendo muito vinho. A peregrinação por mercados de vinho costuma ser um dos passatempos mais apreciados pelos entusiastas dessa bebida. A troca de experiências entre os aficionados, que nessas ocasiões ocorre de maneira gratuita e despretensiosa, é muito importante para nortear escolhas. Degustar, de modo rotineiro e equilibrado, é a única forma de adquirir um “acervo” olfativo e gustativo para que se possa começar a procura pela combinação que mais agrada em um vinho. Por isso, a melhor dica para encontrar os campeões de custo/benefício é mesmo fazendo essa romaria com frequência. Dessa forma, é possível encontrar excelentes exemplares com custos ainda mais convidativos e acessíveis. Segue aqui uma lista que pretende atender a esses dois critérios e dar orientação para buscas futuras, mas que é, como toda lista de vinhos, profundamente influenciada pelo gosto dos autores.
Apresenta tons violáceos com reflexos avermelhados, aroma de frutas vermelhas maduras e toque de especiarias. Na boca mostra volume e estrutura, com taninos macios e equilibrados que propiciam um final elegante.
Vinho de coloração vermelho rubi, aroma intenso de frutas vermelhas maduras, nuances de especiarias e grãos torrados. Apresenta sabor frutado, macio e equilibrado.
De coloração vermelha intensa com reflexos violáceos, este vinho expressa aromas que lembram frutas vermelhas, cerejas, cassis e ameixas. Na boca apresenta bom corpo, com taninos agradáveis e doces e notas persistentes de baunilha.
Coloração vermelho rubi de média intensidade com reflexos violáceos. Predominante aroma de frutas vermelhas frescas como cereja e framboesa. Apresenta notas lácteas de baunilha além de um delicado toque de especiarias, com destaque para a pimenta preta. Na boca é elegante e fresco, confirmando seu caráter frutado. Possui taninos suaves, é sedoso e macio.
Um vinho produzido na região mais fria de Israel, por uma vinícola Kosher — que produz vinhos de acordo com as leis religiosas do judaísmo. É feito com as uvas Cabernet Sauvignon, Merlot, Cabernet Franc, Petit Verdot e Malbec, apresenta aromas de frutas vermelhas e pretas, com notas de ervas frescas, terra e cacau. É um vinho jovem, mas apresenta corpo satisfatório e sabor persistente.
Vermelho rubi com bordas violetas azuladas. Possui aromas que lembram frutas pretas e azuis: ameixas e algumas notas de azeitonas pretas. Tem uma estrutura potente, com notas macias de madeira, cravo e especiarias. Os taninos são suaves e elegantes.
Mescla as uvas Aragonez, Trincadeira e Cabernet Sauvignon, de cor rubi com reflexos violáceos, apresenta aromas de frutas vermelhas maduras, tostado e baunilha. Tem corpo médio, taninos macios e boa acidez.
Vinho vermelho rubi, com aromas complexos de violetas, cerejas e madeira. Tem sabor concentrado de frutas pretas, ameixas maduras e notas de tabaco. Final complexo, com taninos doces e bom retrogosto.
Um vinho leve e de corpo médio, cor rubi, com reflexos avermelhados e bastante frescor. Apresenta aromas tostados de café, frutas negras maduras e um toque de especiarias. Tem baixa acidez, taninos marcantes e médio final.
Vinho de coloração rubi com tons violáceos e aromas de frutas vermelhas e madeira. Na boca é elegante, com bom corpo, paladar agradável e boa persistência.
É sempre bom lembrar que o preço de um vinho sofre variações de acordo com o lugar onde você o adquire, por isso a dica de ouro é pesquisar.