Felipe Neto, o revoltado a favor (Crédito: Reprodução/Instagram)

Felipe Neto, o revoltado a favor

Confesso, eu também tenho culpa. Eu ajudei a transformar Felipe Neto em intelectual. Aconteceu em maio de 2012, quando escrevi o ensaio “Por que Felipe Neto é o intelectual mais influente do Brasil”, publicado na Revista Bula. A repercussão foi grande, o texto foi reproduzido em diversos jornais, revistas, sites e canais do Youtube. Muitos riram, muitos me xingaram, alguns questionaram minha sanidade, outros concluíram que eu estava zoando. O próprio Felipe Neto respondeu, no Twitter, “não sou o maior intelectual nem da minha própria casa”. Algum tempo depois, escrevi uma resenha séria (a única) sobre seu primeiro livro, “Não faz sentido: por trás da câmera” (obra anterior à fase dos cabelos coloridos e páginas impróprias) e fizemos um Questionário Proust.

Mas eu estava falando sério? A ironia era óbvia. Contudo, meu principal objetivo era usar um caso extremo para discutir os caminhos e descaminhos da atividade intelectual na era da internet, dominada pelo doutor Google. Portanto, havia alguma seriedade sim. Tanto que transformei o ensaio em um artigo acadêmico, publicado em um periódico universitário conceituado.

No texto de 2012, partindo da tradição do século 19, defini “intelectual” como um indivíduo que exerce atividade de caráter cultural na esfera pública. Para evitar equívocos, salientei a diferença entre ser “um grande intelectual” e um “intelectual influente”. Sem dúvida, Felipe Neto estava se estabelecendo como uma personalidade influente entre adolescentes e jovens adultos a partir da crítica cultural que realizava no canal “Não faz Sentido”, no YouTube. Comparei-o com duas personalidades intelectuais controversas: Marilena Chauí e Olavo de Carvalho. Minha tese era simples. Enquanto dona Marilena e Olavão se comunicavam com parcelas segmentadas do público — pessoas que já tinham tendência a concordar com eles —, Felipe Neto tinha o mérito de fazer com que seus jovens seguidores se questionassem, eventualmente mudando de opinião mediante sua argumentação estilo rolo-compressor.  

Seus vídeos desafiavam o senso comum. Apresentavam argumentos demolidores ou, no mínimo, incômodos. Abordavam temas simples e cotidianos, temas de interesse direto para seu público: carnaval, bandas de rock pop, filmes da moda e coisas do tipo. Nada de filosofia, política ou economia. Felipe Neto estava em sua zona de conforto e tirava proveito disso. Sua persona pública era divertidamente petulante, crítica e muito genuína. Cumpria a função intelectual de incomodar o “status quo”, expondo ricos e famosos a verdades incômodas. Se Sócrates se definia como sendo uma mosca que picava o traseiro da vaca indolente que Atenas havia se tornado, Felipe Neto era o pernilongo barulhento que tirava o sono dos queridinhos do Brasil. Era um outsider, desafiando as convenções. Representava a antítese do chamado “emo”, o tipo de jovem chorão, ultrassensível e passivo-agressivo que se tornou cada vez mais dominante desde então. Para seus detratores, o próprio Felipe Neto tornou-se um emo velho. Esse é o ponto. O que aconteceu com Felipe Neto?

Não acho que seja relevante o fato de Felipe Neto ter começado a imitar focas, colorir os cabelos de azul ou rosa, focar cada vez mais no público infanto-juvenil ou elogiar as mesmas celebridades que antes ridicularizava. O problema não é esse. A explicação é simples: negócios, dinheiro, parcerias comerciais e coisas do gênero. Todo mundo na internet gostaria de ter uma galinha pintadinha dos ovos de ouro para chamar de sua. O real problema é: por que o iconoclasta Felipe Neto se transformou em um revoltado a favor?

Creio que Felipe Neto, em algum ponto entre 2017 e 2018, cansou de ser sexy e decidiu ser cult. Resolveu que é mesmo um intelectual. Não apenas um intelectual, mas o maior e mais influente intelectual do Brasil. Sem nenhum traço de ironia. Cometeu um grande erro.

E esse erro não aconteceu porque um mero youtuber não poderia ousar entrar no mundo dos grandes debates. Isso é um preconceito tolo. Na verdade, são dois os problemas. O primeiro é que Felipe Neto optou por defender pautas que não o entusiasmam. Não vou julgar se ele acredita nelas de fato ou se está surfando na onda da “Resistência Ele Não”. Cada um que julgue como quiser. O fato, facilmente observável em seus vídeos recentes, é que Felipe Neto não tem “sangue nos olhos” falando de racismo, feminismo, meritocracia ou fascismo. Não é preciso ser profissional em linguagem corporal ou análise de variações vocais para perceber o tom protocolar e cheio de chavões com que ele trata desses temas sérios. Só se inflama quando alguém questiona seu engajamento ou conhecimento de causa, como se estivesse em pavor permanente de ser pego na “performance”. Nos tempos em que xingava Fiuk, as micaretas carnavalescas, os meninos do Restart ou o vampiro Edward da “Saga Crepúsculo”, seu ódio, sua indignação e seu desprezo eram visivelmente viscerais.

Esse é o segundo problema. Como parece não se interessar verdadeiramente por suas pautas de adulto, Felipe Neto não se preparou para abordá-las em profundidade. Trata-as superficialmente, pelo simples motivo de que só as conhece superficialmente. Talvez tenha achado que seus milhões de seguidores lhe garantiriam credibilidade.

Uma analogia interessante é comparar a trajetória de Felipe Neto com a carreira do ator americano Robert Pattinson, intérprete do vampiro luminoso Edward. Pattinson, como bem demonstrou o Felipe Neto raiz, teve uma atuação risível na “Saga Crepúsculo”. Correto. O próprio ator reconhece isso. Mas Pattinson usou a fama e a fortuna garantidas pela participação numa franquia bilionária para financiar seu crescimento artístico, tornando-se um dos mais promissores atores de sua geração. Atuando em produções consistentes como “Cosmópolis” (2012), “Mapa Para as Estrelas” (2014), “Life” (2015), “Bom Comportamento” (2017) e “O Farol” (2019), ele garantiu respeitabilidade. O resultado desse longo processo de amadurecimento é que assumiu o disputado papel de Batman na mais recente versão cinematográfica do personagem. As primeiras notícias de bastidores prometem uma atuação arrasadora, talvez definitiva.

Felipe Neto não teve a mesma paciência. Depois que abandonou sua persona de “troll master”, passou dez anos imitando focas, jogando videogames e ficando rico, tornando-se um trintão menos sofisticado do que era aos 20 anos. Apesar da propaganda, tem sido discreto em demonstrar seu alegado interesse por filosofia, sociologia e literatura. Se aos 20 anos é perdoável considerar que o farofeiro Stephen King seja o maior dos escritores, com 30 já não é.

Seus lapsos de formação saltam aos olhos. Somados ao desejo afoito de parecer culto e engajado a todo custo, fazem com que regularmente sofra invertidas vergonhosas. Foi assim quando tentou emparedar o pastor Marco Feliciano em uma entrevista. Foi assim quando declarou que a Bolsa de Valores não serve para nada. Foi assim quando comentou sobre a política interna da Ucrânia. Foi assim quando gaguejou diante de uma contradição em seu próprio discurso, apontada por Fernando Gabeira na CNN. Perdeu processos judiciais em primeira instância para o músico Nando Moura e para o presidente da Funai, pelos mesmos motivos. Cometeu erros primários no centro do Roda Viva, mesmo com uma bancada abertamente favorável. Com o pastor Silas Malafaia foi ainda pior, tendo sido obrigado a se desculpar publicamente em um vídeo de seu atual canal no Youtube. Simbolicamente, isso é muito importante. Seria o mesmo que Felipe Neto derrotar Silas Malafaia em um debate no púlpito de sua igreja, diante de seus fiéis. Derrotas como essas seriam evitáveis se Felipe Neto fosse mais cauteloso ou se tivesse maior domínio dos temas que se arvora em discutir.

Muitos detratores consideram Felipe Neto apenas um tolo transformado em mascote da esquerda brasileira. Discordo em gênero, número, grau e raiz quadrada. Ele é, com certeza, inteligente e sagaz. Não teria tanto sucesso se não fosse. Não é um mero imitador de focas: é um comunicador e empresário que transformou a arte de imitar focas em uma mina de ouro. Não é fácil fazer isso.

Mas um dos sinais da inteligência não é saber reconhecer quais lutas enfrentar e quais lutas evitar? Por que Felipe Neto aceita entrar em uma arena que não domina? Por que se expõe dessa forma se sabe que não consegue vencer? Está iludido com as próprias capacidades? Tem ambições políticas? Não tem ninguém para aconselhá-lo?

Em minha opinião, Felipe Neto está girando dentro de uma bola de neve que cresce fora de seu controle. É possível até traçar um esboço cronológico, uma narrativa de ficção que, se tiver alguma semelhança com a realidade, será por mera coincidência.

Imaginemos Felipe Neto em sua mansão. Ele está entediado. Olha para o lado e vê o irmão em uma banheira cheia de Nutella. Olha para o outro e vê uma pilha de dinheiro. Dá um suspiro digno de personagem de Charles Dickens. Abre sua rede social. O tema do momento é o “Ele Não”. Só de zoeira, resolve participar. Escreve um tweet vago contra o avanço do conservadorismo que se seguiu ao impeachment da presidente Dilma Rousseff, que ele próprio havia apoiado. Leva um susto quando começa a receber curtidas e comentários de pessoas legais e descoladas que até então o desprezavam ou ignoravam. Atrizes, atores, escritores, cantores, políticos pop, gente linda, saudável e bronzeada. Gente cheia de responsabilidade social, sem preconceitos e preocupadas com o meio ambiente. É desse clube fechado que o pobre menino rico gostaria de participar.

Movido pelo desejo de agradar, resolveu dedicar-se com afinco ao ofício da lacração, deixando de lado sua formação e personalidade marcadas por traços iconoclastas. Na era digital, aceitação social é um ativo mais valioso que espontaneidade. Começa a produzir, em ritmo fordista, tweets com comentários políticos e econômicos planejados para agradar a seu novo público-alvo, a galera progressista da área VIP. Aos poucos a estratégia vai dando certo. Ele adéqua o visual a seu novo papel de comentarista político, devolvendo aos cabelos o tom natural, para ganhar ares mais sérios.

Algum tempo depois, enxergou uma oportunidade de ouro no ridículo episódio da censura ao beijo gay entre personagens da Marvel, feita na Bienal do Livro por Marcelo Crivella, prefeito do Rio de Janeiro. Felipe comprou as revistas em quadrinhos censuradas e as distribuiu gratuitamente. Os aplausos da mídia profissional, que nunca havia feito sequer uma resenha séria de seus livros, o embriagaram. Foi picado pela mosca azul. Queria mais, mais e mais. Foi aí que cruzou a linha vermelha. Entrou na aventura ególatra de lançar um vídeo-manifesto conclamando todos os formadores de opinião a se posicionarem contra o governo. Qualquer posição que não essa seria inaceitável, seria conivência com o mal, seria fascismo. Quem falava não era mais um simples youtuber, mas um intelectual combativo e infalível. Um Sartre que joga videogame.

Parecia não ter como dar errado. A causa só podia ser justa. Sua mãe estava orgulhosa. As pessoas mais legais da balada estavam do seu lado. Felipe Neto estava se sentindo um nerd de comédia romântica de Hollywood que consegue entrar para o time de futebol americano da escola.

Só não contava com um detalhe, um detalhe que o nerd Peter Parker conhece bem: com grandes poderes vêm grandes responsabilidades. Começaram a surgir convites tão descabidos quanto irrecusáveis. Dá para imaginá-lo ligando para a mãe, empolgadíssimo, contando as novidades: “Mãe, mãe, me chamaram para o Roda Viva! Esse programa é (censurado)! Só gente (censurado) vai nele! Sabe o que mais? Um coroa lá do STF me convidou para uma live. Discutir juventude e política! Tô chique, mãe! Isso é (censurado) demais! O pessoal da OAB também tá na minha cola. Esses advogados filhos da (censurado) vão ver o que é um discurso (censurado) de verdade! Sabe o presidente da Câmara dos Deputados? Então, ele me convidou para uma reunião para discutir um projeto de lei sobre Fake News e regulamentação das Redes Sociais.Tem mais: uns gringos, amigos do Obama, me encomendaram um vídeo para passar nos ‘States’. Nos ‘States’, mãe! Imagina, eu, que nasci no Buraco do Padre, discutindo um projeto de lei! É muito (censurado), mãe! Eu sou (censurado), mãe!”.

Todas essas entidades políticas e midiáticas, esses leviatãs, só exigiam uma coisa do jovem Fausto: que usasse sua popularidade nas redes para defender seus interesses corporativos do momento. Se é para ser um intelectual é preciso ser um intelectual orgânico, ou nada feito. Em troca, ganharia afagos públicos e uns biscoitinhos.

Seu discurso tornou-se tutelado. Cheio de duplos padrões, dois pesos e duas medidas. Passou a defender temas e personagens que anteriormente atacava. Começou a defender o indefensável: a censura nas redes sociais. Tornou-se o Grande Inquisidor secular da internet, iniciando uma onda de cancelamentos. Acabou cancelando a si mesmo, sua formação, seu “eu do passado”. Diante do inevitável “quem te viu, quem te vê”, defende-se afirmando que mudou, que aprendeu com seus erros, que viu a luz. Enquanto alguns fazem de tudo para defender a própria biografia, Felipe Neto decidiu reescrever a sua. Quando tirou os óculos escuros, vestiu uma carapuça que não lhe serve. 

A bola de neve tornou-se gigantesca, assim como as reações a ela. Esqueletos saíram do armário. Seus próprios vídeos e tweets antigos, e não tão antigos, começaram a ser usados contra ele, desnudando o coração reaça do novo ícone progressista. A divulgação de processos por calúnia e difamação, perdidos por ele, tornou ridículo o convite para discutir o projeto de lei contra Fake News. Milhares de mães começaram a boicotar sua produção de conteúdo infantil. Foi denunciado como má influência por parlamentares, personalidades, líderes religiosos e pessoas comuns Brasil afora. As Lojas Americanas tiraram seus livros das prateleiras. Aqui o sinal vermelho deve ter começado a piscar. Antes, tudo era apenas treta de internet. Agora o fluxo de caixa começava a ser ameaçado. Felipe Neto reagiu como uma fera acuada? Não. Reagiu como um emo passivo-agressivo ultrassensível: xingando muito no Twitter e chorando no “Fantástico”, em rede nacional, no horário nobre do domingo. Sem argumentos, o autor do ótimo bordão “não gostou, faz B.O.” começou a processar todo mundo, em flagrante contradição com sua própria filosofia. Muito pouco para o “troll master” de 2012.

Mas a luta continua, companheiro. Ou não continua, já que a nova estratégia de debate de Felipe Neto é a de não debater. Deve ter aprendido com a filósofa Márcia Tiburi, autora do livro “Como Discutir com um Fascista”, que se recusa a discutir com qualquer um que considere fascista. Da mesma forma, Felipe Neto declarou que só aceita conversar com quem concorda com seus “ideais”. Recusa-se a sentar para discutir com o que chama de “vozes da extrema direita, que emergiram do esgoto”. Essas vozes da “direita radical” podem ser tão díspares quanto Caio Copolla, Luís Ernesto Lacombe, Rodrigo Constantino, Leandro Narloch e Ana Paula Henkel, passando pelo decano Alexandre Garcia. Melhor prevenir que remediar, não? Vai que fazem uma pergunta difícil. Difícil é acreditar que o “troll master” de 2012 faria o mesmo.

A situação de Felipe Neto não é fácil. Não pode retroceder sem admitir que perdeu ou que calculou mal. Seus detratores sabem explorar a finura de seu telhado de vidro. Nem xingar ele pode mais, uma vez que prometeu às mamães do Brasil que não é mais boca suja. Tornou-se alvo fácil para mestres internacionais do palavrão, do quilate de Olavo de Carvalho. Virou meme, ganhou apelidos como “Felito Feto” e é importunado na própria casa por malucos com megafone. Os milhões de crianças e adolescentes que o seguem não se interessam por sua faceta de comentarista político, como prova o fracasso de audiência da live que fez com o ministro Barroso, do STF. A maioria entrou apenas para dar dislike: foram mais de 100 mil. O que leva a um inevitável questionamento sobre o impacto comercial da projeção alcançada. Nem sempre o “falem mal, mas falem de mim” se converte em lucro. Superexposição também pode significar desgaste. Principalmente se o sujeito que paga a conta da internet dos filhos descobre que está sendo chamado gratuitamente de fascista.

O pior é que Felipe Neto não pode contar verdadeiramente com seus supostos aliados. Estes são movidos pelas circunstâncias, não são engajados. Ele sabe que, no fundo, ainda o desprezam. Que sempre será apenas um imitador de focas para as atrizes, atores, escritores, cantores e políticos pop que passaram a frequentar suas redes sociais nos últimos tempos. Sabe que será descartado como uma pulseirinha de área VIP depois que a festa acaba. Felipe Neto devia aprender com a sabedoria das comédias românticas de Hollywood: o pessoal popular da escola não se importa com ninguém. A turma dos nerds é muito mais fiel. Difícil é saber se os nerds aceitarão Felipe Neto de volta depois de tudo que ele aprontou.

Mas se houve perdas, a maior delas não foi financeira ou social. Foi de possibilidades. Em 2012, acreditei que o virulento Felipe Neto poderia amadurecer e se tornar o “malvado favorito” de todo mundo. Que seria o sujeito que falaria as verdades duras e necessárias. O responsável por ensinar os melhores valores da Geração Y, aprendidos nos filmes clássicos da Sessão da Tarde, para a mimada e vitimista Geração Z, que não se apega a nada. Errei. Ele acabou se aliando ao estamento burocrático denunciado por Raimundo Faoro no livro “Os Donos do Poder”. Imaginando-se como um heroico combatente do conservadorismo, acabou sendo usado como porta-voz das forças mais conservadoras e reacionárias do Brasil. Tornou-se um revoltado a favor. Revoltado contra o poder da situação, a favor do poder que sempre esteve aí.

Não vejo saída fácil. Talvez a única saída seja metamorfosear-se novamente, dizer que foi tudo uma grande trolagem e pagar para ver. Felipe Neto ainda pode colocar de volta seus óculos escuros e religar sua metralhadora giratória politicamente incorreta. Voltar a ser quem deveria ter sido. Ser contra tudo e contra todos, e não um indignado seletivo. Mas como? Basta seguir o imortal conselho do velho Polônio para o filho Laertes na peça “Hamlet”, de Shakespeare: “seja verdadeiro consigo mesmo e não poderá ser falso com nenhum homem”.

Ademir Luiz

É doutor em História e pós-doutor em poéticas visuais.