Aconteceu assim. Alvorecia. Animadíssimas, as andorinhas aprontavam algazarra. A arruaça aviária acordou Aisha. Atila, ainda adormecido, afundava, acolchoado, assaz alcoolizado. Abstêmia, Aisha assistia ao amado. Ambos ateus. Ambos asmáticos. Ambos apaixonados. Aspergiu aromas almiscarados até à abóboda: açucena, azaleia, alecrim. Abrejeirada, abocanhou amoras. Ajeitou-se. Adornou-se. Aparentemente, a alcova acolhia almas antigas, amigáveis. Admirava-o: amulatado, amavioso, atraente, anatomia atlética avantajada. Acesa, apta ao acasalamento, à avalanche amorosa, aspirava acalentá-lo.
Abruptamente, aborreceu-se. Acorreu-lhe aquela abominável, assumida aventura amorosa. Atila a atraiçoara. Amofinou-se. Achegou-se ao amante, ainda apagado. Acocorou-se, aduncada. Acariciou-o. Acontecimentos absurdos, abomináveis, antes anestesiados, agastaram-na. Atribuiu a ávida aversão ao atraiçoador, aos artifícios ardilosos. Adveio a agonia avassaladora, atroz. A admiração atrofiou. Amotinada, a afabilidade afundou assustadoramente. Acabava a alquimia? Aflita, atormentada, apanhou a adaga asiática. A ânsia assassina abarcou-a assustadoramente. Atacá-lo-ia. Afastou-se, amuada. Aproximou-se, ainda abilolada. Atarantou-se, ademais aflita, avessa ao — abre aspas — adorável amante. Agastou-se afetada, afadigada. A afabilidade anterior, agora, anulara-se. Aprofundava a agonia. Almejava aplacar aquela angústia arrebatadora.
Alheio ao átimo absurdo, Atila abraçava a almofada acetinada. Agitada, ameaçadora, aparentemente alienada, Aisha avançou, agarrada à adaga. Ajoelhou-se ali — antro-altar — aturdida, arbitrária, achegada ao adúltero. Alevantou a arma aguda, amolada, aterrorizante. Apunhalou-se. “Arre!”, Atila arremessou-se ao assoalho. Aisha acordou apavorada. “Algo aconteceu, amor?”, arguiu. Atila arquejou. Abraçaram-se apaixonados, aquecidos. A as andorinhas avoaram. Amanhecia.