A Revista Bula reuniu em uma lista os 100 melhores livros de não-ficção de todos os tempos, classificados pelo site The Greatest Books. O ranking foi criado a partir de outras publicações sobre obras-primas da literatura não ficcionais. De acordo com o site, um algoritmo específico foi utilizado para classificar os títulos que mais aparecem em todas as seleções. O guia abrange grandes clássicos filosóficos, científicos ou biográficos que foram essenciais para a história da humanidade. Estão presentes na lista títulos de diferentes épocas, desde “Tao Te Ching: O Livro do Caminho e da Virtude”, que foi escrito por Lao Tsu em 250 a.C.; até “O Ano do Pensamento Mágico” (2005), de Joan Didion. Os dez primeiros colocados são acompanhados de suas sinopses, adaptadas das originais, divulgadas pelas editoras.
Personagem de vida curiosa, Michel de Montaigne é considerado o inventor do gênero ensaio. Herdeiro de uma fortuna deixada pelo avô, um comerciante de peixes abastado, foi alfabetizado em latim e prefeito de Bordeaux. A certa altura, retirou-se para ler, meditar e escrever sobre praticamente tudo. Em “Ensaios”, o leitor tem uma visão abrangente do pensamento de Montaigne, passando por temas como o medo, a covardia, a preparação para a morte, a educação dos filhos, a embriaguez, a ociosidade. Há um ensaio de maior interesse para os brasileiros: “Sobre os Canibais”, que foi inspirado no encontro que Montaigne teve, em 1562, em Ruão, com os índios da tribo Tupinambá, levados para serem exibidos na corte francesa. Michel de Montaigne nasceu em 1533, no Castelo de Montaigne, na França, e faleceu no mesmo local, em 1592.
O livro é uma autobiografia escrita pelo pensador estadunidense Henry David Thoreau. Insatisfeito com a complexidade da vida moderna, impulsionada pelo avanço da industrialização e da urbanização, Thoreau propõe o retorno ao simples. Em 1845, ele se retira para a floresta, onde constrói com as próprias mãos seus móveis e sua casa, à beira do lago Walden. Ali, ele vive isolado por dois anos, com o propósito de obter uma maior compreensão da sociedade e de descobrir as necessidades essenciais da vida. Por meio dessa experiência, o autor prova que uma vida simples e humilde é viável, contrariando a sociedade capitalista.
Redigido no século quatro, entre Antiguidade e Idade Média, as Confissões de Agostinho de Hipona são um clássico atemporal. Por um lado, pela densidade poética e pela originalidade da escrita, elas representam um marco único na história da literatura ocidental. Por outro, Agostinho elabora uma nova maneira de fazer filosofia, estranha à tradição antiga, por ser baseada não apenas em conceitos abstratos e deduções, mas sobretudo na observação dos movimentos psicológicos, das motivações interiores e do significado de pequenos gestos cotidianos. Agotinho de Hipona, conhecido como Santo Agostinho, nasceu no ano de 354, em Tagaste, na atual Argélia; e morreu em 430, na cidade de Hipona. Ele é considerado o mais importante teólogo dos primeiros séculos do cristianismo.
A interpretação dos sonhos é um dos maiores clássicos da literatura científica. Publicado oficialmente em 1900, é considerado uma obra inaugural, marcando a transição entre os artigos pré-psicanalíticos de Sigmund Freud e o início da psicanálise. Embora seja um tratado sobre o sonho, este trabalho também é visto como um ensaio de filosofia e mesmo uma narrativa literária: partindo de sonhos reais, Freud realizou análises através do mecanismo da associação livre para acessar as ideias latentes e os desejos reprimidos do narrador. O método, criado por um dos pensadores mais influentes do século 20, revolucionou nossa compreensão da natureza humana.
Nesta obra, Maquiavel expressa nitidamente o seu desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Para que isso aconteça, ele acredita que a nação precisa de um monarca com pulso firme, que defenda seu povo sem medir esforços. Em 26 capítulos, o autor elenca os tipos de principado existentes e as diferenças entre cada um deles. Maquiavel também discorre sobre os alicerces do poder, analisando as leis e as armas e, por fim, debate as normas de conduta necessárias para que um Príncipe consiga reconstruir a Itália. Nicolau Maquiavel foi um filósofo e historiador do Renascimento, considerado o fundador da ciência política moderna. A obra “O Príncipe” foi escrita em 1513, mas a primeira edição foi publicada postumamente, em 1532. Ainda hoje, é considerada um guia sobre como chegar ao poder e mantê-lo.
Em 9 de julho de 1942, Anne Frank e sua família se esconderam em um Anexo secreto junto ao escritório de Otto H. Frank (pai de Anne), em Amsterdã, durante a ocupação nazista. Em seu diário, a garota narrava como era sua vida antes do confinamento e os momentos vivenciados pelas pessoas escondidas no Anexo. Em 4 de agosto de 1944, agentes da Gestapo encontraram o esconderijo e levaram todos os ocupantes para campos de concentração. O diário de Anne Frank foi entregue por Miep Gies, uma amiga da família, a Otto H. Frank, após a morte de Anne Frank ser confirmada, em 1945. Em 1947, o pai decidiu publicar o diário, que se tornou um best-seller mundial.
Nas páginas desta autobiografia clássica, Malcolm X, um dos maiores defensores do Nacionalismo Negro nos Estados Unidos, conta a história de sua vida e o crescimento do movimento muçulmano negro. Em sua perspectiva sobre as mentiras e limitações do sonho americano e o racismo inerente a uma sociedade que nega a seus cidadãos não-brancos a oportunidade de sonhar, Malcom X fornece uma visão diferente sobre as questões mais urgentes de seu tempo. “A Autobiografia de Malcolm X” permanece como a afirmação definitiva de um homem cujo trabalho nunca foi concluído, mas que continua com uma mensagem atemporal.
Neste livro, Jean-Jacques Rousseau procura narrar sua trajetória, tanto a do homem quanto a do pensador. O autor repassa toda sua vida, oferecendo ao leitor a oportunidade de conhecer o contexto em que surgiram muitas de suas teorias. Dividida em duas partes, a obra não possui um registro cronológico — Rousseau conta sua história enquanto tece reflexões sobre as experiências vividas. O trabalho de Rousseau é notável como uma das primeiras grandes autobiografias e foi dividido em duas partes distintas: cada uma composta por seis livros. Os títulos I a VI foram publicados em 1782, enquanto os livros VII a XII foram lançados em 1789. Rousseau fez alusão a uma terceira parte planejada, mas isso nunca foi concluído.
Em “Primavera Silenciosa”, Rachel Carson documentou os efeitos dos pesticidas no ambiente, particularmente nas aves. Carson mostrou que o agrotóxico DDT causava a diminuição das cascas de ovos, resultando em problemas reprodutivos e em morte. Acusando a indústria química de disseminar desinformação, a autora teve forte influência no surgimento do movimento pró-ambientalista. O clamor que se seguiu à publicação do livro forçou a proibição do DDT e instigou mudanças revolucionárias nas leis que dizem respeito ao ar, terra e água. Este notável trabalho de Rachel Carson foi considerado em 2000, pela Escola de Jornalismo de Nova York, uma das maiores reportagens investigativas do século 20.
Este volume trata-se da reunião de todos os pensamentos de Platão, filósofo e matemático do período clássico da Grécia Antiga, considerado a figura central na história da filosofia ocidental, juntamente com seu mentor, Sócrates, e seu pupilo, Aristóteles. Ele viveu entre 428/427 a.C. e 348/347 a.C. e foi o fundador da Academia de Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo ocidental. Platão foi um dos principais pensadores da filosofia natural, da ciência, da sociologia e também é frequentemente citado como um dos fundadores da espiritualidade ocidental. Entre suas principais obras, que fazem parte desta coleção, estão “A República”, “Alegoria da Caverna”, “O Banquete” e “Timeu”.
11 — Pensamentos (1670), de Blaise Pascal
12 — A Origem das Espécies (1859), de Charles Darwin
13 — A Sangue Frio (1966), de Truman Capote
14 — Os Elementos do Estilo (1918), de William Strunk Jr.
15 — The Double Helix (1968), de James Watson
16 — A Teoria da Relatividade (1916), de Albert Einstein
17 — Look Homeword, Angel: Uma História de Vida (1929), de Thomas Wolfe
18 — Lutando na Espanha (1938), de George Orwell
19 — Fala, Memória (1951), de Vladimir Nabokov
20 — A Teoria Geral do Emprego, do Juro e da Moeda (1936), de John Maynard Keynes
21 — Da Democracia na América (1835), de Alexis de Tocqueville
22 — A Segunda Guerra Mundial (1948-1953), de Winston Churchill
23 — Manifesto Comunista (1848), de Karl Marx e Friedrich Engels
24 — A Educação de Henry Adams (1907), de Henry Brooks Adams
25 — Entre Dois Amores (1937), de Isak Dinesen
26 — O Capital (1867), de Karl Marx
27 — A Estrutura das Revoluções Científicas (1962), de Thomas Kuhn
28 — Despachos do Front (1977), de Michael Herr
29 — Arquipélago Gulag (1973), de Alexander Soljenítsin
30 — Eu Sei Por Que o Pássaro Canta na Gaiola (1969), de Maya Angelou
31 — The Civil War: A Narrative (1958), de Shelby Foote
32 — Essential Writings of Ralph Waldo Emerson, de Raplh Waldo Emerson
33 — É Isto um Homem? (1947), de Primo Levi
34 — Histórias (440-430 a.C.), de Heródoto
35 — Princípios da Psicologia (1890), de William James
36 — Coleção de Ensaios de George Orwell (1968), de George Orwell
37 — O Teste do Ácido do Refresco Elétrico (1968), de Tom Wolfe
38 — A Arte da Guerra (séc. IV a.C.), de Sun Tzu
39 — O Mal-Estar na Civilização (1930), de Sigmund Freud
40 — Morte e Vida de Grandes Cidades (1961), de Jane Jacobs
41 — Meditações (170-180 d.C.), de Marco Aurélio
42 — A Vida de Samuel Johnson (1791), de James Boswell
43 — Ensaios Escolhidos (1932), de T. S. Eliot
44 — Um Teto Todo Seu (1929), de Virginia Woolf
45 — Os Eleitos (1979), de Tom Wolfe
46 — O Caminho da Servidão (1944), de Friedrich Hayek
47 — Leviatã (1651), de Thomas Hobbes
48 — R.E. Lee: A Biography (1934), de Douglas Southall Freeman
49 — O Discurso do Método (1637), de René Descartes
50 — As Variedades da Experiência Religiosa (1902), de William James
51 — A Imaginação Liberal: Ensaios Sobre a Relação Entre Literatura e Sociedade (1950), de Lionel Trilling
52 — Anais (aproximadamente 66 d.C.), de Tácito
53 — As Cinzas de Ângela (1996), de Frank McCourt
54 — Dicionário de Inglês Oxford (1884), da Universidade de Oxford
55 — O Segundo Sexo (1949), Simone de Beauvoir
56 — Cristianismo Puro e Simples (1952), de C.S. Lewis
57 — História da Guerra do Peloponeso (431 a.C.), de Tucídides
58 — Paris é Uma Festa (1964), Ernest Hemingway
59 — A Autobiografia de Alice B. Toklas (1933), de Gertrude Stein
60 — As Origens do Totalitarismo (1951), de Hannah Arendt
61 — Vidas Paralelas (séc. 2 a.C.), de Plutarco
62 — Black Lamb and Grey Falcon (1941), de Rebecca West
63 — Uma Breve História do Tempo: do Big Bang aos Buracos Negros (1988), de Stephen Hawking
64 — Ortodoxia (1908), de G. K. Chesterton
65 — Investigações Filosóficas (1953), de Ludwig Wittgenstein
66 — A Noite (1956), de Elie Wiesel
67 — A Sociedade da Abundância (1958), John Kenneth Galbraith
68 — A Mitologia (1942), de Edith Hamilton
69 — A Sociedade Aberta e Seus Inimigos (1945), de Karl Popper
70 — A Cor da Água: Tributo de Um Negro à Sua Mãe Branca (1995), de James McBride
71 — A Montanha dos Sete Patamares (1948), de Thomas Merton
72 — Hiroshima (1946), de John Hersey
73 — Diálogo Sobre os Dois Principais Sistemas do Mundo (1632), Galileu Galilei
74 — Elogiemos os Homens Ilustres (1941), James Agee
75 — Pragmatismo (1907), de William James
76 — Ética (1677), de Baruch Espinoza
77 — The Making of The Atomic Bomb (1986), de Simon & Schuster
78 — O Federalista (1788), de Alexander Hamilton e James Madison
79 — Além do Bem e do Mal (1886), de Friedrich Nietzsche
80 — Um Estudo da História (1934), de Arnold J. Toynbee
81 — Corpus Aristotelicum (1971), de Aristóteles
82 — Três Ensaios Sobre a Teoria da Sexualidade (1905), de Sigmund Freud
83 — Cisnes Selvagens: Três Filhas da China (1991), de Jung Chang
84 — Os Sete Pilares da Sabedoria (1922), de T.E. Lawrence
85 — The Feynman Lectures on Physics (1963), de Richard Feynman
86 — A História do Declínio e Queda do Império Romano (1776), de Edward Gibbon
87 — O Ramo de Ouro (1890), de James Frazer
88 — O Livro Vermelho (1964), de Mao Tsé-Tung
89 — Diálogos, de Confúcio
90 — Samuel Johnson (1977), de Walter Jackson Bate
91 — Slouching Towards Bethlehem (1968), de Joan Didion
92 — Tao Te Ching: O Livro do Caminho e da Virtude (250 a.C.), Lao Tsu
93 — O Ano do Pensamento Mágico (2005), de Joan Didion
94 — As Almas da Gente Negra (1903), de W. E. B. Du Bois
95 — Black Boy (1945), de Richard Wright
96 — The Woman Warrior: Memoirs of a Girlhood Among Ghosts (1976), de Maxine Hong Kingston
97 — A Desobediência Civil (1849), de Henry David Thoreau
98 — Autobiographies (1927), de William Butler Yeats
99 — Sobre a Escrita (2000), de Stephen King
100 — O Grito de Guerra da Liberdade: A Guerra Civil (1988), de James M. McPherson