10 razões para escrever na quarentena, inspiradas pela leitura do escritor francês Georges Perec

10 razões para escrever na quarentena, inspiradas pela leitura do escritor francês Georges Perec

Perec (1936-1982), escritor mais popular na França que no Brasil, tem uma obra bastante heterogênea, de caráter experimental. Seus livros mais importantes, como “As Coisas”, de 1965, sua primeira publicação, ganhador do importante prêmio Renaudot e “A Vida: Modo de Usar”, considerada sua “obra-prima”, de 1978, foram algumas das poucas traduzidas para o português. Além disso, a quantidade de escritos não publicados e não muito divulgados no Brasil é imensa. Uma das características importantes de sua escrita é a obsessão que o escritor desenvolveu pela criação de listas, inventários e vários tipos de regras de escrita pré-definidas, as famosas “contraintes” de escrita. Além disso, teve importante participação em um grupo chamado Oulipo, “Ouvroir de Littérature Potentielle”, nos anos 60, que tinha como um dos membros ilustres ninguém menos que Ítalo Calvino.  Todos estes aspectos reforçam sua predileção pelo caráter ao mesmo tempo experimental e lúdico da escrita. “A Vida: Modo de Usar”, romance que trouxe a Perec sua independência financeira e que possibilitou sua dedicação exclusiva ao ofício de escritor, tem como pano de fundo uma narrativa que envolve a descrição de vários cômodos de um edifício que tem sua fachada “retirada”. Assim, as histórias se constroem a partir das ligações inesperadas entre os moradores de tal edifício. Nada mais propício para começar um texto sobre a quarentena ou sobre o que podemos escrever enquanto estamos passando por ela. Se levarmos em conta a predileção de Perec pelas listas e o tema do seu mais famoso romance, já temos o ponto de partida para a primeira “tarefa” de nossa lista.

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