Com milhares de produções em seu catálogo, frequentemente a Netflix é alvo de críticas e boicotes. Ao abordarem os mais diferentes temas, é normal que algumas séries despertem a raiva de determinados setores da sociedade. A Bula reuniu em uma lista as dez séries do serviço de streaming que protagonizaram as maiores polêmicas, como “Insatiable” (2018), de Lauren Gussis, que foi acusada de ser gordofóbica; e “13 Reasons Why” (2017), dirigida por Brian Yorkey, criticada por abordar o suicídio de maneira equivocada e perigosa para os adolescentes. Os seriados estão organizados de acordo com o ano de lançamento.
Imagens: Divulgação / Reprodução Netflix
Em 1989, cinco adolescentes negros participam de uma festa no Central Park, em Nova York. Na mesma noite, uma mulher é estuprada no local. Em busca do criminoso, a polícia prende os cinco amigos, que são declarados culpados. Anos depois, a justiça descobre que os adolescentes não tiveram envolvimento com o caso. “Olhos que Condenam” recebeu muitas críticas por colocar em dúvida o desempenho de vários trabalhadores do sistema judicial dos EUA. A diretora, Ava DuVernay, está sendo processada pelo escritório John E. Reid E Associados, cujo fundador criou a técnica de interrogação Reid, mostrada na série.
Patty é uma garota gorda que vive sendo humilhada na escola por causa de seu peso. Após se envolver em uma briga, ela é internada por alguns meses e perde 30kg. Agora magra, ela planeja se vingar de todos os colegas que já zombaram dela. Bob, um advogado frustrado, decide treinar Patty para participar de concursos de beleza. Considerada pelos críticos uma das piores produções da Netflix, “Insatiable” foi alvo de uma petição com mais de 100 mil assinaturas para que fosse cancelada. A série foi acusada de promover o preconceito contra pessoas gordas.
A série acompanha a história do controverso guru indiano Bhagwan Shree Raineesh, mais conhecido como Osho. Nos anos 1960, Osho arrebanhou milhares de seguidores e criou uma comunidade para sua seita no deserto do Oregon, nos Estados Unidos. O projeto causou vários conflitos com a população local e logo foram descobertas as polêmicas sexuais e as corrupções financeiras realizadas pelo guru. Ao retratar os crimes cometidos pela comunidade, a série chocou muitas pessoas, mas foi duramente criticada e taxada de “imparcial” pelos atuais seguidores de Osho.
Sam é um jovem autista de 18 anos que cursa o ensino médio e está em busca de sua independência. Ele frequenta a terapia e sente grande admiração por sua psicóloga, Julie. Aconselhado por ela, Sam começa a procurar uma namorada, apesar de não levar jeito para a paquera. Durante a busca pelo primeiro amor, Sam conta com o apoio de seus dois únicos amigos: Zahid e Casey, sua irmã. Ainda que tenha feito sucesso com o público, “Atypical” foi questionada por entidades de apoio às pessoas com transtorno de autismo. A série foi acusada de abordar o tema de uma forma “clichê”. A escolha do elenco também foi criticada, por não contar com atores autistas.
A série acompanha o dia a dia de um grupo de estudantes negros em uma universidade americana pertencente à Ivy League, na qual a maioria dos alunos é branca. Os episódios abordam as diferentes maneiras com que os estudantes negros lidam com o racismo na universidade, especialmente depois de uma festa com a temática “blackface”, que aumenta as tensões raciais no campus. Antes mesmo de ser lançada, em 2017, “Dear White People” sofreu ameaças de boicote nas redes sociais, por ter sido considerada “anti-branca”. No Youtube, mais de meio milhão usuários deram deslike no teaser da série.
Sheila e Joel são dois corretores de imóveis, casados, que vivem com a filha adolescente em Santa Clarita, no subúrbio de Los Angeles. Eles têm uma rotina comum, até que Sheila morre, sem nenhuma explicação aparente, e ressuscita completamente mudada. Agora, ela está bem mais disposta e feliz, mas só consegue se alimentar de uma coisa: carne humana. Mesmo desesperado, Joel faz de tudo para entender a nova condição de sua mulher. A campanha de divulgação de “Santa Clarita Diet” gerou polêmica em vários países. A Netflix foi acusada de incentivar o canibalismo.
Clay, um estudante do ensino médico, recebe uma caixa misteriosa e se surpreende ao descobrir a remetente: Hannah, a sua melhor amiga da escola, e também a sua paixão secreta, que acabara de se matar. Dentro da correspondência há várias fitas cassete, nas quais a jovem lista as 13 razões que a levaram a se suicidar. Além de ser uma das séries mais assistidas da Netflix, “13 Reasons Why” é provavelmente a mais polêmica. Por mostrar em detalhes o momento em que Hannah comete suicídio, a produção foi acusada de abordar o tema de maneira irresponsável. Em 2019, o serviço de streaming modificou a cena.
Lúcifer Morningstar, também conhecido como Senhor do Inferno, está cansado de ser apenas uma peça nos jogos de Deus e decide abandonar seu trono no Inferno para viver em Los Angeles, onde abre sua própria boate. Bonito e inteligente, Lúcifer tem o poder de arrancar confissões das pessoas e decide usar sua habilidade para ajudar a polícia local. Sucesso com o público, “Lúcifer” gerou revolta entre os cristãos mais conservadores. Nos EUA, foram criadas grandes petições contra a série, que foi acusada de mostrar o diabo como um ser carismático.
Filha do rei George VI, Elizabeth II sabe que não terá uma vida comum. Após a morte do pai, ela dá seus primeiros passos em direção ao trono inglês, começando pelas audiências semanais com os primeiros-ministros. Ela assume a coroa com apenas 25 anos e precisa aprender a equilibrar o tempo entre as obrigações oficiais e sua família. Uma das séries mais aclamadas da Netflix, “The Crown” gerou uma grande polêmica em 2018. Na época, foi revelado que a atriz-protagonista das duas primeiras temporadas, Claire Foy, recebeu menos que seu colega de elenco, Matt Smith, que interpretou o marido da rainha.
“House of Cards” narra as tramas de Francis, um congressista democrata da Carolina do Sul, e sua mulher Clair Underwood, diretora de uma ONG. Desonesto, Frank faz de tudo para conseguir um alto cargo político em Washington, com o apoio de Clair. A série era um dos maiores sucessos da Netflix, mas, após denúncias de assédio sexual contra o ator-protagonista Kevin Spacey, que interpreta Francis, tomou um novo rumo. Após o afastamento de Spacey, Clair se tornou a personagem principal. A produção foi cancelada na sexta temporada.