Educar para vida. A melhor escola é a vida. Me formei na escola da vida. São muitas as frases feitas que procuram minimizar a formação escolar em comparação com a experiência prática. Tudo muito vago e controverso, mas uma coisa é fato: alguns filmes ensinam mais do que certas aulas preguiçosas ministradas por aí. Pensando nisso, a revista Bula fez uma seleção de filmes que são muito mais do que mero entretenimento, representam verdadeiros poços de ensinamentos. Todos podem ser passados em sala de aula, sem contraindicação.
Imagens: Divulgação / Reprodução iMDB
Em um olhar superficial está tudo errado: Hitler como amigo imaginário, discursos violentos contra judeus, civis sendo enforcados em praça pública, nazistas sendo mostrados como paspalhos quase inofensivos e muito mais. Contudo, desse coquetel de ironia saiu um fantástico estudo sobre a perda (e a preservação) da inocência em meio a barbárie. “Jojo Rabbit” nasceu clássico!
Mauricio de Sousa, conforme provou a revista Bula, é o maior educador brasileiro. Várias gerações aprenderam a ler com as revistinhas da “Turma da Mônica”. Este filme adaptou de forma divertida e respeitosa as aventuras de Mônica, Cebolinha, Cascão, Magali e companhia. Amizade, cumplicidade, amadurecimento e algumas coelhadas. O cardápio completo para uma lição de vida.
A cena em que o pai desnuda suas frustrações diante do filho, desejando que ele não cometa os mesmos erros, é uma lição de vida como poucas na história do cinema. Cinco minutos que valeram uma indicação ao Oscar de melhor ator coadjuvante.
Quando velhos rabugentos como eu dizem que personagens como Rambo, Mad Max, Rocky Balboa e Conan forjam caráter, não estão brincando. Esse documentário mostra como os filmes de Chuck Norris e outros brucutus da década de 1980 ajudaram a disseminar ideais de altruísmo e liberdade na Romênia, culminando na queda da ditadura de Nicolae Ceausescu.
Pode um cachorro velho aprender truques novos? Essa obra de exaltação ao espírito patriótico do americano médio, dirigido pelo mestre Clint Eastwood, mostra que sim, mas que a tarefa é dura e até fatal. Viver é muito perigoso, mas vale o risco.
A vida faz sentido? Não mesmo. Exatamente como este filme. Não que isso importe para os cinéfilos cabeça. Quanto mais confuso melhor. Afinal, explicar o inexplicável é a profissão de muita gente boa e honesta por aí.
Uma única noite pode valer uma vida inteira? Essa é a pergunta lançada por esse belo filme, estruturado a partir de longos diálogos e da química perfeita entre o casal de protagonistas. Diversos temas são tratados, talvez todos os temas que importam. Não há respostas ao final. Tampouco nas duas continuações. A vida é um fluxo contínuo de surpresas, muitas perguntas e poucas respostas.
A história se repete? Estamos revivendo, em um esquema de farsa, o declínio do Império Romano? Essa pequena joia cinematográfica, assim como suas duas continuações, mostra que a humanidade precisa rir para não chorar. E o mais importante: às vezes os intelectuais, gente sempre cheia de respostas, são os mais perdidos.
Conan, o que é o melhor da vida? — Destruir seus inimigos, vê-los em fuga e ouvir o lamento de suas mulheres. Palavras duras, meu filho, mas às vezes é preciso ouvir os conselhos de um coach agressivo. Conan sabe o que fala, foi um self made man. Começou como ladrão, tornou-se pirata, depois mercenário, soldado, general e, finalmente, rei. Isso sim é subir na vida.
É amplamente conhecido que todas as respostas para todas as perguntas então na Bíblia e no roteiro de “O Poderoso Chefão”. Um oráculo que fala inglês com sotaque italiano.