Às vezes, mesmo os grandes cineastas cometem alguns deslizes na carreira e produzem filmes ruins, que não agradam a crítica especializada e nem o público. “Você Vai Conhecer o Homem dos Seus Sonhos” (2010), de Woody Allen; “Jack” (1996), de Francis Ford Coppola; e “Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal” (2008), de Steven Spielberg; são alguns bons exemplos de que até os melhores podem falhar. Mas, o site norte-americano Taste of Cinema elaborou uma lista com dez diretores que nunca fizeram um filme ruim ao longo da carreira. A seleção conta com cineastas de diferentes épocas e nacionalidades, como o japonês Akira Kurosawa, o italiano Sergio Leone e o iraniano Asghar Farhadi.
Fotografias: IMDb
O diretor mais antigo da lista, Akira Kurosawa produziu 32 filmes ao longo dos seus 50 anos de carreira, sendo considerado um dos cineastas mais importantes da história do cinema. Ele conseguiu uma enorme influência fora do Japão, sendo citado como inspiração por grandes nomes, como Steven Spielberg e Stanley Kubrick. “Os Sete Samurais” (1954) e “Yojimbo” (1961) são algumas de suas obras mais conhecidas.
Stanley Kubrick construiu uma filmografia sólida e era conhecido por exibir um controle meticuloso de sua arte, pois comandava cada estágio da produção de seus longas. Ele se tornou um cineasta cobiçado com o filme “Glória Feita de Sangue” (1957) e alavancou ainda mais sua carreira com “Spartacus” (1960). Apesar de nunca se esquivar de temas controversos e de ser totalmente independente em suas criações, ele conseguiu um lugar de destaque em Hollywood.
Sergio Leone é mais conhecido por inventar o subgênero Spaghetti Western, os filmes italianos no estilo faroeste. Ao lado do compositor Ennio Morricone, que era seu amigo de infância, Leone foi capaz de criar longas antológicos com orçamentos baixíssimos, como a trilogia “Dólares” (1964-1066), estrelada pelo até então desconhecido Clint Eastwood. “Era Uma Vez no Oeste” (1969) e “Era Uma Vez na América” (1984) são outras obras famosas de Sergio Leone.
Andrei Tarkovski foi o principal cineasta da União Soviética do século 20. Segundo Ingmar Bergman, Tarkovski inventou uma nova linguagem para o cinema, “capturando a vida como um sonho”. Seu estilo era tão único, que ficou conhecido como “tarkovskiano”. Sua filmografia conta com apenas sete filmes, mas todos se tornaram clássicos do cinema. Entre os mais conhecidos, estão “Solaris” (1972), “O Espelho” (1975) e “Nostalgia” (1983).
Ao lado do produtor Toshio Suzuki e do diretor Isao Takahata, o animador Hayao Miyazaki foi um dos fundadores do Studio Ghibli. Evoluindo da animação tradicional para técnicas computacionais, Miyazaki concilia outros papéis, como diretor, roteirista, artista de storyboard e editor. Todos os seus 12 animes apresentam histórias emocionantes, que marcaram gerações. “A Viagem de Chihiro” (2001) e “Meu Amigo Totoro” (1988) são alguns dos mais conhecidos.
Nenhum cineasta norte-americano vivo tem sido tão influente na arte cinematográfica quanto Martin Scorsese. Suas histórias sobre culpa e redenção, as atuações poderosas do elenco, o trabalho de câmera oscilante e o uso inteligente de músicas populares se tornaram suas principais marcas registradas. Dentro de sua vasta filmografia, “Taxi Driver” (1976), “Os Bons Companheiros” (1990) e “Ilha do Medo” (2010) são algumas das obras mais reconhecidas.
Alfonso Cuarón começou a fazer filmes enquanto estudava filosofia. Manuseando sozinho a câmera, ele aprendeu todo o processo. Trabalhou em alguns filmes e projetos experimentais, mas o reconhecimento internacional veio em 2001, com “E Sua Mãe Também”. “Gravidade” (2013) e “Roma” (2018) são suas obras mais conhecidas. Cuarón é cultuado por seu talento para elaborar dramas independentes e, ao mesmo tempo, sucessos de bilheteria.
Villeneuve iniciou sua carreira em 2001, com o filme “Maelström”, ganhador de vários prêmios em festivais ao redor do mundo. Esse reconhecimento era inesperado, já que o diretor ainda estava dando os primeiros passos. Seu trabalho continuou sendo observado e os próximos filmes o levaram a uma ascensão em Hollywood. Entre os mais conhecidos, estão “Sicario: Terra de Ninguém” (2015), “A Chegada” (2016) e “Blade Runner 2049” (2017).
Paul Thomas Anderson se encantou pelo universo cinematográfico ainda na infância e começou sua carreira como assistente de produção em filmes de baixo orçamento. Aos poucos, ele passou a elaborar seus próprios longas e o reconhecimento chegou em sua segunda obra, “Boogie Nights — Prazer sem Limites” (1997), que recebeu três indicações ao Oscar. Extremamente dedicado e meticuloso, ele possui apenas oito títulos em sua filmografia. “O Mestre” (2012) e “Trama Fantasma” (2017) são os mais aclamados.
O escritor e diretor iraniano Ashgar Farhadi é especialista em retratar as nuances dos relacionamentos entre as pessoas e da vida cotidiana. Seus primeiros filmes ganharam vários prêmios, mas a maior honraria veio em 2012, quando “A Separação” ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro, o primeiro do Irã. Esse feito se repetiu em 2017, com o longa “O Apartamento”. A última obra de Farhadi, “Todos Já Sabem” (2018), não possui a mesma complexidade dos outros, mas foi considerada um drama envolvente, com ótimo elenco.