Reconhecido como um dos maiores atores da atualidade, Joaquin Phoenix está vivendo a melhor fase de sua carreira. Após protagonizar o filme “Coringa” (2019), de Todd Phillips, ele foi amplamente elogiado pela crítica e está sendo cotado como um dos indicados ao Oscar de “Melhor Ator” em 2020, com grandes chances de vencer. Mas, por trás das câmeras, Phoenix já enfrentou muitas dificuldades. Nascido em 1974, ele é o terceiro dos quatro filhos do casal Arlyn Phoenix e John Lee Bottom. Na infância, levou uma vida miserável ao lado da família, que fazia parte de uma seita religiosa. Na juventude, presenciou a morte do irmão mais velho, River Phoenix, que já era um astro do cinema. Com base em biografias, entrevistas e relatos disponíveis na internet, a Bula reuniu dez episódios tristes da vida de Joaquin Phoenix.
Arlyn Phoenix e John Lee Bottom, pais de Joaquin Phoenix, eram hippies que faziam parte de uma seita chamada Filhos de Deus. Com uma mensagem de revolução espiritual, as leis da seita incitavam a prostituição e o abuso infantil entre os membros. River Phoenix, irmão de Joaquin, confessou em uma entrevista que tinha sido abusado aos 4 anos de idade.
John Lee Bottom foi designado como arcebispo dos Filhos de Deus no Caribe. Então, a família se mudou para San Juan, em Porto Rico, onde precisavam pedir esmola nas ruas para sobreviver. Depois de quase dois anos, eles se estabeleceram em Caracas, na Venezuela. Ali, eles viviam em uma cabana sem banheiro e infestada por ratos.
Os Filhos de Deus não pagavam seus missionários, então a família de Joaquin Phoenix passou por muitas dificuldades na América do Sul. Para ajudar no sustento da casa, as crianças foram forçadas a se apresentar nas ruas, cantando em troca de esmolas. Algum tempo depois, os pais de Joaquin perceberam as reais intenções do culto e se afastaram.
A família de Joaquin Phoenix fugiu da seita em um navio cargueiro. Chegando em Los Angeles, em 1978, John e Arlyn decidiram não escolarizar os filhos, mas buscar uma carreira para eles em Hollywood. Descobertos por um agenciador, os cinco irmãos começaram a atuar em comerciais de televisão. Em pouco tempo, River se destacou, tornando-se um dos prodígios do cinema.
Aos 23 anos, River já era um astro de Hollywood. Devido ao seu ativismo nas causas ambientais, ele era visto como um jovem exemplar. Por isso, sua morte precoce causada por overdose de drogas foi um dos acontecimentos mais chocantes da época. River morreu na boate Viper Room, no dia 31 de outubro de 1993. Joaquin, então com 19 anos, foi quem ligou para o serviço de emergência.
Durante a infância, Joaquin teve que lidar com o vício do pai, que era alcoólatra. Em 2005, após as filmagens do filme “Jhonny e June”, ele admitiu que sofria do mesmo problema. “Eu me via como um hedonista, um ator que apenas queria se divertir. Mas estava sendo um idiota, prejudicando as pessoas e perdendo o meu tempo em bares e boates”, disse. Para se recuperar, ele ingressou em um centro de reabilitação.
Em 2010, Joaquin Phoenix estreou “Eu Ainda Estou Aqui”, um falso documentário no qual interpretou a si mesmo. Na trama, ele desistia de ser ator para se tornar um cantor de rap, mesmo não tendo talento para isso. O filme, dirigido por Casey Affleck, é uma sátira à Hollywood, mas contém muitas cenas polêmicas. Nele, Joaquin usa drogas, faz sexo oral em outro homem e maltrata seus funcionários. Para os críticos, esse foi um erro na carreira de Phoenix.
Joaquin Phoenix e Casey Affleck eram amigos desde a adolescência. Eles moraram juntos, fizeram tatuagens iguais e até se tornaram cunhados, quando Affleck se casou com a irmã de Joaquin, Summer, em 2006 (divorciaram-se em 2017). Mas, logo após o lançamento de “Eu Ainda Estou Aqui”, Casey Affleck foi denunciado por assédio sexual. Isso abalou a amizade dos atores, que não se falam há “três ou quatro anos”, segundo Joaquin.
Além de presenciar a morte do irmão, River, Joaquin perdeu dois de seus amigos mais próximos para o vício em drogas e remédios. O primeiro, Philip Seymour-Hoffman, morreu em 2014. Os dois se conheceram nas gravações de “O Mestre” (2012). Com o outro amigo, Heath Ledger, Phoenix tem em comum a interpretação do Coringa. “No set, era como se ele estivesse ao meu lado. Eu te amo Heath, amigo e irmão”, disse ele em uma entrevista. Ledger morreu em 2008.
Joaquin Phoenix não se importa em sacrificar seu corpo e sua saúde para dar vida aos personagens. Para fazer o Coringa, ele chegou a perder 23 quilos, alimentando-se unicamente de uma maçã por dia. Mas, suas exigências são altas, por isso ele acaba levando a fama de ser uma pessoa difícil e antipática. Em “Coringa” (2019), ele teve desavenças com Robert de Niro e apareceu em um vídeo insultando o diretor de fotografia do filme por tê-lo distraído.