Ao longo da história, a educação passou por várias fases, desde os tutores da Grécia Antiga até o domínio das instituições pela Igreja Católica. Hoje, os pedagogos ainda têm um longo caminho a percorrer, mas a educação já vive os avanços proporcionados pelos professores do passado. Para valorizar o papel dos educadores, a Revista Bula elencou dez personalidades que mudaram a história do ensino no mundo e que também trabalharam na docência, colocando em prática suas teorias e ideias inovadoras. A partir dos princípios deixados por esses professores, muitos outros educam crianças e adolescentes hoje, mesmo sem o devido reconhecimento da sociedade.
Albert Einstein (1879-1955) foi um físico alemão que desenvolveu a teoria da relatividade geral, um dos pilares da física moderna. Ele também descobriu a lei do efeito fotoelétrico e ganhou o Prêmio Nobel da Física, em 1921, por todas as suas contribuições importantes. Einstein foi professor em várias instituições de ensino superior, como a Universidade de Berna, na Suíça; a Universidade Carolina, em Praga; e o Instituto Federal de Tecnologia de Zurique.
Marie Curie (1867-1934) foi uma cientista polonesa radicada na França que desenvolveu pesquisas pioneiras sobre a radioatividade. Ela foi a primeira mulher a receber um Prêmio Nobel e a única pessoa a ganhar o prêmio duas vezes em diferentes categorias: física e química. Além de desenvolver a teoria da radioatividade, Curie descobriu dois novos elementos químicos, o polônio e o rádio. Marie Curie foi a primeira mulher a ser admitida como professora na Universidade de Paris.
Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827) foi um pedagogo suíço, criador do “Método Pestalozzi”. Em sua época, revolucionou a educação ao defender uma pedagogia humana e afetiva, tendo a escola como uma extensão do lar das crianças, onde elas se sentissem seguras e protegidas. Para Pestalozzi, o objetivo final do aprendizado seria a tripla formação do ser: intelectual, física e moral. Fundador de várias escolas, ele era contra a aplicação de provas, castigos e recompensas.
Booker T. Washington (1856-1915) foi uma das mais importantes lideranças na luta pelos direitos civis dos negros nos EUA. Nascido em uma família de escravos, ele não pôde estudar durante a infância. Mas, com o fim da escravidão, viu na educação a única maneira de conseguir uma vida melhor e ingressou no Instituto Hampton, onde também trabalhava para custear seus estudos. Mais tarde, ele foi nomeado diretor do Instituto Tuskegee e seu sucesso como educador tornou-o porta-voz dos negros americanos, mudando os rumos da educação no país.
Conhecida como a “pensadora da liberdade”, Hannah Arendt (1906-1975) foi uma das filósofas mais influentes do século 20. Filha de pais judeus, ela nasceu na Alemanha, mas decidiu emigrar para os Estados Unidos no período nazista. Seu principal conceito, o de pluralismo político, é um dos pilares das democracias modernas e defende a importância de existir igualdade política e liberdade. Arendt foi professora da Universidade de Chicago e da New School Social Research, de Nova York.
Paulo Freire (1921-1997) foi um professor e filósofo brasileiro, considerado um dos pensadores mais importantes na história da pedagogia mundial. Freire escreveu o livro “A Pedagogia do Oprimido” (1974), terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas em todo o mundo. Em suas publicações, defendia uma educação libertária, distante da pedagogia tecnicista e alienista. Patrono da Educação Brasileira, Freire foi o brasileiro mais homenageado da história.
O cientista inglês Isaac Newton (1643-1727) é autor de “Princípios Matemáticos da Filosofia Natural” (1687), considerado o livro de ciências naturais mais importante da história. Na obra, ele descreve a lei da gravitação universal e as três leis de Newton, que fundamentaram a mecânica clássica. Ele também construiu o primeiro telescópio refletor operacional e criou a teoria das cores, dentre outras descobertas. Por décadas, Isaac Newton foi professor de matemática na Universidade de Cambridge, na Inglaterra.
Jean Piaget (1896-1980) estudou inicialmente biologia, mas depois se dedicou às áreas de psicologia, epistemologia e pedagogia. Ele influenciou o ensino de maneira profunda, utilizando suas ideias para contrapor a educação tradicional e autoritária herdada do século 19. Sua principal teoria é a da Epistemologia Genética, que explica como o conhecimento é adquirido e organizado na mente humana, desde à infância até a fase adulta. Reconhecido em todo o mundo, Piaget foi professor em diferentes universidades.
Emilia Ferreiro (1936) é uma psicóloga e pedagoga argentina, radicada no México. As obras de Emilia apresentam os processos de aprendizado das crianças, colocando em questão os métodos tradicionais de ensino de vários países da América Latina, principalmente o Brasil. Nas últimas décadas, por meio do construtivismo, que defende o papel ativo do aluno no aprendizado, Emilia se tornou uma das maiores referências no ensino brasileiro. Desde os anos 1970, ela atua como professora universitária.
Um dos mais importantes cientistas do século 20, Stephen Hawking (1942-2018) criou o teorema da singularidade, um dos mais importantes da física moderna. Ele também conseguiu demonstrar, matematicamente, que os buracos negros emitem radiação térmica. Doutor em cosmologia, Hawking foi professor emérito da cátedra de matemática da Universidade de Cambridge, posto também ocupado por Isaac Newton. Mesmo acometido pela Esclerose Lateral Amiotrófica, ele continuou publicando e lecionando.