Lista definitiva das 26 maiores novelas brasileiras

O detetive de terno listrado Mário Fofoca e seu fusca prateado carregaram a novela nas costas, ou no porta-malas.

Novela injustiçada. Poucos entenderam seu brilhante humor nonsense. Foi uma sátira demolidora das republiquetas de banana da América Central.

Humor besteirol que rendeu um álbum de figurinhas muito divertido.

Jacques Leclair e Victor Valentin não saem de moda. Só não vale tentar repetir a roupa. Não dá, jogaram o molde fora.

A saga do jogador de futebol Luca indo do Cantareira para o Corinthians, Super Téo voando, uma enfermeira sádica e a voz rouca de Verônica. O resto é detalhe.

Caso raro de novela que entra no cânone por uma única e inesquecível cena: Fernanda Montenegro e Paulo Autran guerreando no café da manhã. Segundo a lenda, um improviso. Ninguém poderia fazer melhor. E não fizerem mesmo.

Homenagem aos antigos filmes de capa e espada e sátira ao Brasil da redemocratização. Gerou um personagem icônico: o maléfico mago Ravengar, interpretado por Antônio Abujamra.

O Rei do Gado é agro, o agro é tec, o agro é pop, o agro é tudo.

O clássico tema da gêmea má em confronto com a gêmea boa no melhor estilo brasileiro. Um primor de atuação de Glória Pires, sobretudo nas cenas onde uma gêmea finge que é a outra gêmea fingindo que é ela mesma. É isso mesmo? Pode isso, Arnaldo?

Novela supervalorizada, mas impressionou muita gente por introduzir a estética dos seriados americanos no horário nobre da Globo. Apresentou uma nova vilã inspiradora de memes, Carminha. É preciso admitir que foi a primeira novela em muito tempo que conseguiu, verdadeiramente, parar o Brasil.

Juma tomando banho no rio e Almir Sater tocando viola. Sem mais.

Novela de época que definiu as regras do gênero. Envelheceu bastante, no tom e no ritmo, mas será sempre um marco.

Levou para televisão o boom da literatura fantástica latino-americana. Tentaram fazer de novo, mas sem o clima do boom não teve graça. Até para voar precisa ter o tempo certo.

Mitologia grega, incesto e Vera Fischer no auge. “Como uma deusa, você me mantém”.

Duas ideias que pareciam muito boas. Primeiro: fazer uma novela em que todos os conflitos acontecem “por amor”. Segundo: escalar Regina Duarte e Gabriela Duarte como mãe e filha. A primeira ideia prosperou, a segundo deixou claro que talento não é hereditário. É inverossímil que o personagem de Fábio Assunção se interesse pela mocinha sonsa e chata “interpretada” com histrionismo e pouco carisma por Gabriela. São os mistérios do amor.

As crises de cefaleia do inescrupuloso Renato Villar, interpretado pelo mestre Tarcísio Meira, renderam cenas inesquecíveis. A estranha relação sadomasoquista discreta vivida pelo fantástico vilão Mario Liberato e seu mordomo-amante Jacinto não foi entendida por muita gente. Mas a culpa é sempre do mordomo. Principalmente quando ele é um ex-torturador do Regime Militar.

A guerra entre os novos-ricos e a decadente elite paulista é o pano de fundo da trama, sobre uma mulher que sai do nada e constrói um império baseado na compra e venda de sucata.

Adaptação do romance “Uma tragédia Americana”, de Theodore Dreiser. Segundo a lenda, seu capítulo final teve 100% de audiência. Literalmente, parou o Brasil.

Os machões não resistiram em acompanhar esse faroeste à brasileira ambientado em Goiás. Sobrou testosterona com o ainda jovem Tarcísio Meira quebrando diamante a marretada!

A lendária Sônia Braga, teoricamente, não seria a escolha ideal para dar vida a morenice brejeira da personagem de Jorge Amado. Precisou subir em um telhado e regatar uma pipa para provar o contrário. Convenceu até ao ator italiano Marcello Mastroianni.

Novela que, devidamente editada, renderia um filme épico.

“Meninos, eu vi”. Essa adaptação do filme “O Crime do Zé Bigorna”, imortalizou Lima Duarte como Sassá Mutema, o boia-fria analfabeto que se elegeu prefeito. A sinopse original prévia que o personagem seria presidente. Mudaram para não influenciar as eleições de 1989. A ficção não foi tão longe quanto a realidade.

Disputa com “Gabriela” o título de melhor adaptação da obra de Jorge Amado. Leva uma Perpétua de vantagem.

Odorico Paraguaçu encarna a síntese do político brasileiro. Ao vivo e em cores. E na morte também.

Uma novela “séria”, no melhor sentido da palavra. Teve a maior vilã da história da TV: Odete Roitman. Final cínico, corajoso e impactante.

A maior novela de todos os tempos. Trama cínica, crítica e inteligente. Personagens marcantes, dos protagonistas aos coadjuvantes: Sinhozinho Malta, Viúva Porcina, Professor Astromar, Zé das Medalhas, Mocinha, Florindo Abelha, cego Jeremias, Beato Salú etc. Trilha sonora repleta de hits e um festival de cenas memoráveis. Coroando tudo, um capítulo final com direito a citações explícitas dos clássicos “O Homem que Matou o Facínora” e “Casablanca”.