Para se conhecer a fundo a cultura de um país, é necessário provar suas típicas comidas de rua. Na França, os crepes fazem sucesso; os ingleses preferem batata e peixe fritos, os alemães gostam de salsicha de porco e os italianos não dispensam um gelato. No Brasil, devido à colonização, as iguarias se diferem de acordo com o estado, mas alguns pratos ultrapassaram barreiras e alcançaram as ruas, praias, parques e praças de todo o país. Por meio de uma enquete, a Revista Bula perguntou aos leitores quais são as melhores comidas de rua do Brasil. As dez mais votadas foram reunidas em uma lista, que contempla iguarias como tapioca, pastel e espetinho. Outras comidas, como batata frita, açaí, acarajé e yakissoba também foram lembradas pelos leitores, mas não ficaram entre as dez preferidas.
Presente em todas as feiras livres, mas também nos cardápios dos restaurantes sofisticados, o pastel pode ser considerado uma das maiores paixões do Brasil. Embora não se saiba sua origem exata, devido à sua proximidade com o rolinho primavera é provável que tenha chegado ao país pelos imigrantes japoneses e chineses. Mas, os recheios de carne, queijo, frango, catupiry e o acompanhamento de vinagrete são adições totalmente brasileiras.
De Norte a Sul, o cachorro-quente é uma iguaria vendida em todas as cidades do Brasil. Só muda o preparo: enquanto alguns preferem o básico, com pão, salsicha e molho; outros adicionam de tudo, desde milho e purê de batata até uva-passa. Muitos pensam que o hot dog veio da Alemanha, mas na verdade ele foi criado nos Estados Unidos. Pelo sabor e praticidade, se espalhou por todo o mundo, conquistando o paladar dos brasileiros.
Como o brasileiro é apaixonado por churrasco, essa tradição foi levada também para as ruas. Popularmente conhecido como “churrasquinho de gato”, o espetinho é uma das refeições rápidas e baratas mais famosas do país. São vários os tipos de carnes, com adição opcional de molho e farinha. Em algumas regiões do Brasil, o espeto pode vir acompanhado de outras guarnições, como mandioca e feijão tropeiro.
Também conhecido como kebab, o churrasco grego, na verdade, tem origem turca. Da Turquia para a Grécia, atravessou oceanos e caiu no gosto dos brasileiros. A iguaria é preparada com capa de filé temperada, que é assada em um espeto giratório. Depois, os pedaços de carne são cortados e adicionados ao pão francês, uma adaptação totalmente brasileira.
Uma herança indígena, tapioca é o nome da farinha obtida a partir do amido da mandioca. Os índios preparavam os beijus, com formato de panqueca, que foram incorporados na culinária das regiões Norte e Nordeste. Adicionando vários recheios salgados e doces às panquecas, elas se popularizaram por todo o Brasil. Hoje, a tapioca é reconhecida como um alimento saudável e nutritivo.
Um dos alimentos mais versáteis do Brasil, o milho também é uma herança indígena, mas ganhou as ruas e as praias de todo o país, fazendo sucesso tanto no inverno quanto no verão. Geralmente, os vendedores ambulantes cortam e cozinham os grãos, que são servidos com uma generosa colherada de manteiga. A receita é muito simples, mas saborosa.
Uma gíria carioca, “podrão” é o nome dado aos sanduíches vendidos em carrocinhas que, além do pão e do hambúrguer, levam vários outros ingredientes, como bacon, salsicha, batata palha, salada, milho e ervilha. Do abacaxi ao chucrute, o freguês pode adicionar o que quiser. Em algumas regiões, o sanduíche é conhecido como “X”, uma abreviação abrasileirada do termo americano “cheeseburger”.
O churro é um alimento de origem espanhola, que se tornou muito popular nos países latino-americanos. A massa, feita à base de farinha de trigo e água, é frita e depois passada numa mistura de açúcar e canela. No Brasil, diferentemente da receita original, o churro é recheado. Doce de leite é o recheio mais famoso, mas, graças à criatividade dos brasileiros, hoje existem muitas opções diferentes, como brigadeiro e goiabada.
O cheiro de pipoca vendida em praças, parques e nas ruas faz parte da infância de todos os brasileiros. A iguaria é consumida há milhares de anos, mas os carrinhos de pipoca ficaram famosos no século 18. Hoje, além de ser popular nas ruas, é consumida também nos cinemas e apontada como um alimento nutritivo. Existem as versões “gourmet”, mas a pipoca salgada simples e a doce (vermelha) ainda são as preferidas dos brasileiros.
Tradicionalmente fabricado no Nordeste, especula-se que o queijo coalho surgiu há mais de 150 anos, graças à coagulação do leite na matula de um sertanejo. Hoje, esse queijo leve e saboroso é um dos preferidos dos brasileiros. Faz parte de muitas receitas, mas é vendido assado nas ruas e nas praias. Atualmente, os maiores produtores de queijo coalho são os estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco.