Como ganhar uma guerra de narrativas

Como ganhar uma guerra de narrativas

Hoje em dia se fala muito em Guerra de Narrativas, mas poucos se lembram do histórico confronto ocorrido na Confeitaria Colombo em 1897.

O escritor José de Alencar havia pedido um chá e uma bomba de chocolate. Ele pegou o doce e, antevendo o prazer de saborear a delícia, ficou com a boca aberta e o quitute parado no ar, com aquele olhar perdido que Iracema tinha ao contemplar o mar do Ceará. Nisso, ia entrando o fabuloso Machado de Assis com o não menos incrível Rui Barbosa. Ao avistar o colega imortal de olhar alheio e petisco quase na boca, o Bruxo do Cosme Velho comentou: “Óia só o Zé, Rui. Tenho certeza que o vagabundo tá pensando em pau de índio…”

José de Alencar escutou a boutade e respondeu na bucha: “Deixa de ser folgado, ô crioulo safado! É melhor pensar em índio do que só falar de burguês corno, seu reaça ordinário!”

Os dois baluartes das letras saíram no braço. Rui Barbosa tentou apartar, mas levou uma traulitada no prodigioso cabeção e só foi se recuperar da tontura quando chegou aos Arcos da Lapa. 

Isso sim é Guerra de Narrativas. O resto é só gente se ofendendo no Twitter.