Em 2015, 193 países se comprometeram com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (SDGs), estabelecidos pela Assembleia Geral das Nações Unidas. Os SGDs se tornaram um guia para a erradicação da pobreza e proteção ambiental do planeta até 2030, incluindo vários tópicos contra a desigualdade entre homens e mulheres. Mas, faltando 11 anos para o prazo final, os dados indicam que nenhum país alcançará a igualdade de gênero. Ainda assim, existem nações que estão se empenhando mais no combate ao sexismo, tratando o tema como prioridade. Com base em uma votação realizada pelo site Us News, em 2019, a Revista Bula reuniu os 15 melhores países para as mulheres. Os líderes do Ranking, Dinamarca, Suécia e Irlanda; aparecem em vários relatórios oficiais sobre igualdade de gênero e se sobressaem nas políticas de valorização da mulher.

A igualdade de gênero é um dos pilares da sociedade sueca. O governo do país defende que todos têm o direito de trabalhar, equilibrar carreira e família e viver sem medo de violência. Na Suécia, mais da metade dos cargos ministeriais são ocupados por mulheres e, devido à baixa taxa de natalidade, o país adota medidas que beneficiam casais que desejam ter filhos. Eles podem, por exemplo, dividir entre si 480 dias de licença após o nascimento de um filho.

Na Dinamarca, o Estado paga 75% dos custos de assistência infantil, podendo chegar a 100% se a renda dos pais estiver abaixo de um determinado nível. Além disso, a Dinamarca tem uma das posições mais igualitárias em relação à divisão de tarefas e seu parlamento tem quase 50% de representantes mulheres. Ainda assim, o país trabalha para combater um problema sistêmico: a violência sexual.

Leis para promover a igualdade e ótimos serviços de educação e saúde fazem do Canadá um dos melhores países para as mulheres. Desde 2015, combater as diferenças de gênero têm sido um dos pilares do primeiro-ministro, Justin Trudeau, um aliado do movimento feminista. Seu governo é constituído por 30 ministros: 15 homens e 15 mulheres. O sistema de saúde prioriza o parto humanizado e a licença-maternidade pode ser estendida por até 52 semanas.

Além de ter um intenso programa de combate à violência doméstica, a Noruega oferece ótimas oportunidades profissionais para as mulheres, que ocupam grande parte dos importantes cargos políticos e de direção no país. A proteção social da Noruega permite que as mulheres consigam conciliar a carreira e filhos, sendo que a licença maternidade por lá é de 52 semanas (mais de um ano) e os pais podem tirar até 12 semanas de licença paternidade.

Além de possuir um dos melhores Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo, a Holanda também apresenta ótimas políticas para a população feminina. No país, as taxas de morte durante a gravidez e maternidade na adolescência são quase nulas; e todas as gestantes são amparadas por serviços de saúde. Quanto à educação 87,5% das mulheres têm formação superior. Na política, elas ocupam 38% dos cargos e, no mercado, representam 58,3% da força de trabalho.

A Finlândia deu às suas mulheres poderes políticos numa sociedade ainda repleta de laços patriarcais. Em 1906, o país foi o primeiro a aprovar o direito ao voto feminino. Hoje, as finlandesas ocupam 40% dos cargos políticos do país, estão presentes no mercado de trabalho tanto quanto os homens e são maioria das universidades. Além disso, a responsabilidade de cuidar da casa e dos filhos é inteiramente dividida entre os pais.

Em 2019, a Austrália foi considerada o país mais seguro para mulheres, de acordo com o New World Wealth, relatório que considera crimes como estupro, escravidão e abusos em geral. Nos últimos cinco anos, a porcentagem de mulheres ocupando os conselhos das 200 maiores empresas do país saltou de 19,4% para 29,7%. Na escola, as crianças têm uma disciplina chamada “Relações Respeitosas”, que discute violência de gênero.

Cerca de 61% das neozelandesas possuem curso superior completo e 42% dos cargos mais altos do setor público são ocupados por mulheres. No país, o gênero também não é importante na hora de se construir uma carreira, pois as oportunidades são igualitárias. Até as seleções de futebol feminina e masculina têm os mesmos salários. Além disso, em 2018, o país tornou-se o primeiro do ocidente a conceder licença remunerada de trabalho para vítimas de violência doméstica.

Nos últimos anos, a participação feminina na política alemã caiu de 36% para 30%, mas o cargo mais alto do país é ocupado por uma mulher, a chanceler Angela Merkel. Em apoio à família, as leis permitem que os pais se distanciem do trabalho por até 14 meses após o nascimento do bebê, período que pode ser dividido entre o casal. Por fim, uma nova lei permite que as mulheres saibam quanto seu colega do gênero oposto ganha para realizar o mesmo trabalho.

Luxemburgo é um dos poucos países do mundo onde a igualdade salarial entre homens e mulheres foi alcançada. Essa equidade é contemplada por lei e, caso um empresário a desrespeite, pode pagar até 25 mil euros de multa. Os pais têm licença de 16 semanas pelo nascimento do bebê, mas o período pode ser estendido para 12 meses de trabalho em meio-período. Durante todo esse tempo, o casal recebe ajuda financeira do governo.

A Bélgica também está entre os poucos países que alcançaram a equidade salarial entre homens e mulheres. No país, há leis que incentivam a participação feminina na política e os partidos são obrigados a indicarem para os cargos, pelo menos, 33% de mulheres. Por esse motivo, o parlamento belga tem 38% de presença feminina. Como incentivo à natalidade, todas as mães, ativas ou desempregadas, recebem subsídio do governo.

No Reino Unido, as mulheres ainda ganham menos que os homens, mas, como política de combate, uma nova lei trabalhista exige que todas as empresas do país com mais de 250 funcionários publiquem a diferença salarial. O país também é um dos primeiros a proibir, por lei, comerciais publicitários que reforçam estereótipos de gêneros. Por fim, o Reino Unido tem uma das maiores licenças-maternidade do mundo: 52 semanas (um ano).

Em 2018, a Irlanda se destacou no relatório Global Gender Gap com alta pontuação nas áreas de educação e saúde, já tendo quase atingido a igualdade de gênero nesses quesitos. No país, 100% das gestantes são atendidas no pré-natal e recebem serviços de saúde qualificados durante o parto. Na política, existem cotas para a candidatura de mulheres para cargos legislativos, o que garante menor disparidade.

Apesar de ainda apresentar graves disparidades de gênero, a França tem se esforçado para reverter essa situação. Em 2017, o presidente eleito Emmanuel Macron formou, pela primeira vez, uma equipe totalmente paritária, com 11 homens e 11 mulheres ocupando os mais altos cargos do Executivo. A participação feminina no mercado de trabalho também cresceu nos últimos anos e hoje as mulheres ocupam mais de 50% dos cargos de chefia.

A Itália possui altos índices de violência contra a mulher, mas tem criado leis e políticas de combate ao problema. Por outro lado, o país apresenta uma das menores diferenças salariais entre homens e mulheres, aproximadamente 5%. No parlamento, elas ocupam 40% das cadeiras e, nas universidades, são a maioria entre os graduandos: 59%. Durante gestação e parto, as mães são totalmente auxiliadas com serviços de saúde eficientes e gratuitos.