As editoras Intrínseca, Record e Sextante juntaram-se à Bronze Ventures para lançar uma nova plataforma de audiolivros, a Auti Books. A ideia acompanha o crescimento desse novo formato, onde os leitores podem experienciar, de maneira inovadora, grandes obras da literatura nacional e internacional. A maior vantagem do audiolivro é o uso simples, acessível e remoto. Com curadoria e edição minuciosas, as gravações da Auti Books priorizam a experiência do ouvinte na compreensão de cada texto, especialmente no resgate da sensação acolhedora ao se escutar uma história. O catálogo, que estreou com cerca de 100 audiobooks de diferentes segmentos, está disponível tanto no site quanto no aplicativo, com versões para Android e IOS. Analisando o acervo da Auti Books, a Revista Bula reuniu em uma lista 15 títulos que são imperdíveis, desde clássicos, como “Vidas Secas” (1938), de Graciliano Ramos; até obras recentes, como “O Sol na Cabeça” (2018), uma coletânea de contos de Geovani Martins. De acordo com a última pesquisa realizada pelo IBOPE, 61,8 milhões de brasileiros nunca compraram um livro na vida. Por isso, com o objetivo de incentivar o hábito da leitura no país, a cada dez obras vendidas, a Auti Books irá doar um título para uma pessoa que não tem acesso à literatura. As sinopses utilizadas pela Bula foram adaptadas das originais, divulgadas pelas editoras.
“O Quinze” foi o primeiro e mais popular romance de Rachel de Queiroz. A autora se inspirou na seca de 1915, que assolou o Nordeste Brasileiro. O livro conta a história do vaqueiro Chico Bento, que vive com sua esposa, Cordulina, e seus três filhos na fazenda de Dona Maroca, em Quixadá, no Ceará. Mas, com a chegada da seca, ele e sua família são obrigados a migrar para Fortaleza, a capital. Sem dinheiro para a passagem, eles vão a pé e enfrentam muitas dificuldades durante a jornada. Autora de destaque na ficção social, Rachel de Queiroz foi uma das mais importantes romancistas brasileiras, a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras e a vencer o Prêmio Camões. Ela morreu em 2003.
O maior clássico de Monteiro Lobato, “Reinações de Narizinho”, apresentou aos pequenos leitores do Brasil os personagens do Sítio do Pica-pau Amarelo. O livro narra as aventuras de Narizinho, Pedrinho, a boneca de pano Emília, Dona Benta, Tia Nastácia, Visconde, Marquês de Rabicó e a bruxa Cuca. A obra marcou a história e consagrou Monteiro Lobato como o grande nome da literatura infanto-juvenil brasileira. Esta nova edição, organizada por Marisa Lajolo, vem acompanhada por um texto introdutório que explica o contexto cultural da época de publicação do livro e debate as questões polêmicas relacionadas à obra de Monteiro Lobato. Traz também notas em formato de diálogo entre as personagens, que exploram o vocabulário e os costumes do Brasil da década de 1920.
Em “Vidas Secas”, publicado originalmente em 1938 e considerado um dos mais importantes romances da história da literatura brasileira, o autor retrata a vida de uma família de retirantes nordestinos. O que impulsiona os personagens, Fabiano, Sinhá Vitória, os filhos e a cachorra baleia é a seca, áspera e cruel, e paradoxalmente a ligação telúrica, afetiva, que expõe naqueles seres em retirada, à procura de meios de sobrevivência e um futuro. Considerado o maior ficcionista do Modernismo brasileiro, Graciliano Ramos ficou conhecido por denunciar as mazelas sociais do Nordeste. Com “Vidas Secas”, ganhou o Prêmio Fundação William Faulkner, nos Estados Unidos. Ele morreu em 1953.
Último livro de George Orwell, a distopia futurista “1984” é um dos romances mais influentes do século 20. A história gira em torno de Winston, um homem que vive aprisionado em uma sociedade completamente dominada pelo Estado, representado pelo Partido e pelo líder Grande Irmão. O Partido se interessa unicamente pelo poder e reprime qualquer tipo de liberdade de expressão. Winston trabalha com a falsificação de registros históricos do governo, mas não está satisfeito com a realidade, que se disfarça de democracia, e ousa questionar a opressão que o Grande Irmão exerce sobre a sociedade. Para escrever o livro, o britânico Orwell se inspirou nos regimes totalitários das décadas de 1930 e 40, mas suas críticas e reflexões permanecem atuais. Ele morreu em 1950.
Uma coletânea de narrativas escritas entre 1949 e 1969, “Antes do Baile Verde” é considerado o livro de contos mais bem-sucedido de Lygia Fagundes Telles. Com prosa segura e elegante, a autora criou cenários surpreendentes, que provocam o imaginário do leitor. Na obra, estão presentes alguns dos contos mais emblemáticos de Lygia, como “Natal na Barca”, “Meia-Noite em Ponto em Xangai”, “Apenas um Saxofone” e “Antes do Baile Verde”, que dá nome ao livro. Todas as histórias trabalham pontos delicados da condição humana, por meio de personagens cínicos, amargos e cruéis. Conhecida como “A maior escritora brasileira viva”, Lygia Fagundes Telles recebeu várias honrarias nacionais e internacionais, como o Prêmio Camões e o Prêmio Jabuti.
Considerado um dos maiores clássicos da literatura de ficção científica, o livro conta a história de Arthur Dent, um inglês azarado que sobrevive à destruição da Terra graças à ajuda de seu amigo, Ford Prefect, um E.T. que vivia disfarçado de ator desempregado enquanto fazia pesquisa de campo para a nova edição do Guia do Mochileiro das Galáxias, o melhor guia de viagens interplanetárias. Levado por Prefect, Arthur vive situações alucinantes viajando pelo espaço, faz novas amizades e descobre o verdadeiro sentido da vida. Esse é o primeiro volume da coleção “O Guia do Mochileiro das Galáxias”, que possui cinco livros. Adams, que também era professor e produtor de rádio, morreu em 2001.
Publicado pela primeira vez em 1997, como parte do livro “Cinco Escritos Morais”, “O Fascismo Eterno” chegou aos leitores brasileiros em 2018, em um momento em que grandes nações voltaram a flertar com o fascismo. Segundo o autor, entre as possíveis características do Ur-Fascismo, o “fascismo eterno” do título, estão o medo do diferente, a oposição à análise crítica, o machismo, a repressão e o controle da sexualidade, a exaltação de um “líder” e um constante estado de ameaça. O fascismo, denuncia Umberto Eco, longe de ser apenas um momento histórico da Europa do século 20, é uma ameaça atual à nossa sociedade. Dedicado aos estudos da Semiótica, Umberto Eco foi um influente escritor e filósofo italiano. Ele morreu em 2016.
Em “Sapiens”, o autor repassa a história da humanidade desde o surgimento da espécie durante a pré-história até o presente, questionando e relacionando os fatos históricos com cenários do presente. Além disso, para cada crença que temos como certa hoje em dia, Harari pontua interpretações existentes a partir de diferentes culturas. O autor apresenta não apenas conhecimento evolutivo, mas também sociológico, antropológico e até mesmo econômico, baseado nas mais recentes descobertas de campos científicos como paleontologia e biologia. Especialista em História Mundial, Yuval Noah Harari é professor da Universidade Hebraica de Jerusalém.
Os dez contos reunidos neste livro foram publicados por Lygia Fagundes Telles entre 1958 e 1981. São histórias de homens e mulheres, crianças e adultos flagrados em seus sentimentos mais secretos. Em “Um Coração Ardente”, um rapaz se apaixona por uma prostituta. Em “Biruta”, um menino órfão vê-se traído pela família que o adotou. “Emanuel” conta a história de uma jovem solitária que inventa um amante imaginário. “As Cartas” narra o empenho de uma mulher para proteger a correspondência comprometedora de sua amiga com um político casado. “A Estrela Branca” conta a jornada de um homem cego que consegue um transplante. Em “O Noivo”, um homem acorda no dia do seu casamento sem se lembrar quem é a noiva, enquanto “O Encontro” faz uma viagem a vidas passadas.
Com apenas 28 anos, Raphael Montes é considerado um dos maiores nomes da literatura brasileira atual. Em “Dias Perfeitos”, ele conta a história de Téo, um solitário estudante de medicina que divide seu tempo entre cuidar da mãe e dissecar cadáveres nas aulas de anatomia. Em um churrasco, Téo conhece Clarice, uma jovem de espírito livre que sonha tornar-se roteirista de cinema. Clarice está escrevendo um road movie chamado “Dias Perfeitos”. O texto ainda não está pronto, mas ela já sabe a história que quer contar: as desventuras de três amigas que viajam de carro pelo Brasil em busca de experiências amorosas. Téo fica viciado em Clarice e começa a se aproximar de forma insistente. Diante das seguidas negativas, opta por uma atitude extrema: sequestrá-la.
Em uma sociedade cercada por livros de autoajuda, coaching e mentalização positiva, todos se sentem sufocados diante da pressão infinita para sermos otimistas o tempo todo. Mas, Mark Manson mostra que não é possível pensar positivo quando tudo está desmoronando. Em “A Sutil Arte de Ligar o Foda-se”, ele usa seu olhar crítico para propor um novo caminho rumo a uma vida melhor e mais coerente com a maior verdade de todas: nenhum de nós é tão especial assim. Para os céticos e os descrentes, mas também para os amantes da autoajuda, essa é uma abordagem ácida e sincera que vai ajudar você a descobrir o que é realmente importante na sua vida, e foda-se o resto. Formado em Economia pela Universidade de Boston, Mark Manson é blogueiro e consultor de desenvolvimento pessoal.
Desde que assumiu o comando do TED em 2001, Chris Anderson tem mostrado o poder que as palestras curtas, francas e cuidadosamente elaboradas do programa têm de compartilhar conhecimento, despertar empatia, gerar empolgação e promover sonhos. Nos bastidores do TED, Chris acompanhou de perto palestras individuais que alcançaram milhões de pessoas. Discursos únicos, de personalidades como Bill Gates, Bono Vox, Michelle Obama e outros. Nesse livro, ele explica como produzir uma fala marcante. Não há uma fórmula, mas existem ferramentas que podem melhorar o desempenho de qualquer orador. “Ted Talks” é o manual definitivo do século 21 para uma comunicação efetiva, além de uma ótima leitura para todos que querem compartilhar suas ideias.
Este é um livro para redescobrir o Brasil e pensar seus possíveis futuros. Em “Trópicos Utópicos”, o assunto central é o da identidade do brasileiro, acompanhado de reflexões sobre ciência, tecnologia e crescimento econômico. Organizado em microensaios, o livro propõe uma abordagem original e inovadora da questão da identidade, olhando para o futuro, e não para o passado. “É possível unir o Brasil em torno de um projeto próprio no mundo globalizado?”, é essa a pergunta que o autor busca responder. Doutor em Economia pela Universidade de Cambridge, Eduardo Giannetti atualmente é professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa), em São Paulo, e assessor econômico do partido político Rede Sustentabilidade.
Nos 13 contos do livro, deparamos com a infância e a adolescência de moradores de favelas — o prazer dos banhos de mar, das brincadeiras de rua, das paqueras e dos baseados —, moduladas pela violência e pela discriminação racial. Geovani Martins narra a vida de garotos para quem às angústias e dificuldades próprias da idade soma-se a violência de crescer no lado menos favorecido da “Cidade partida”, o Rio de Janeiro das primeiras décadas do século 21. “Histórias de muitos Brasis se cruzando, reinventando a língua por meio do encontro. “Tenho facilidade para me adaptar às muitas formas de falar o português brasileiro e como já morei em favelas sob comando de todas as três facções do Rio, e ainda numa dominada pela milícia, acabei tendo contato com as particularidades de cada região.”
Nesta obra, Yuval Noah Hararu explora as grandes questões do presente e o que podemos fazer para melhorá-lo. Para isso, reúne artigos já publicados e algumas de suas palestras sobre trabalho, liberdade e vigilância, nacionalismo, educação, imigração e outros temas relevantes na atualidade. “Como podemos nos proteger de guerras nucleares, cataclismos ambientais e crises tecnológicas? O que fazer sobre a epidemia de fake news ou a ameaça do terrorismo? O que devemos ensinar aos nossos filhos?” Essas são algumas das perguntas desconcertantes respondidas pelo autor. Um dos historiadores mais famosos do século 21, Harari recebeu o Prêmio Polonsky por Criatividade e Originalidade nas Disciplinas Humanísticas, em 2012.