Ainda que seja subestimado, o cinema brasileiro já produziu grandes obras. Alguns filmes, como “Central do Brasil” (1998), de Walter Salles; e “Tropa de Elite”, de José Padilha; foram sucessos de bilheteria e conquistaram reconhecimento internacional. Para os que procuram bons exemplares do cinema brasileiro, existem algumas opções na Netflix. A Revista Bula analisou o acervo do serviço de streaming e reuniu em uma lista os dez melhores filmes nacionais disponíveis. Entre os destaques, estão o documentário “O Barato de Iacanga” (2019), de Thiago Mattar; e o premiado “Aquarius” (2016), dirigido por Kleber Mendonça Filho. Os filmes estão organizados de acordo com a data de lançamento.
O documentário aborda a história do Festival de Águas Claras, que teve a primeira edição realizada em 1975, em Iacanga, interior de São Paulo. Em meio a ditadura militar, o evento chamou atenção por conseguir reunir um público enorme e grandes nomes da MPB em uma pequena cidade, ficando conhecido como “Woodstock Brasileiro”. Para relembrar esse símbolo da contracultura no país, Thiago Mattar reúne imagens históricas e entrevistas inéditas.
O ex-cantor José gerencia a antiga boate Paraíso Perdido, no centro de São Paulo, onde seus filhos e netos se apresentam cantando e dançando músicas populares e românticas. O policial Odair se aproxima da família ao ser contratado como segurança de Imã, um neto de José, alvo frequente de ataques homofóbicos. Com o passar do tempo, Odair se encanta com a excentricidade dessa família e se envolve com uma das filhas de José.
O filme se passa na década de 1940, no interior de Pernambuco. Cabeleira, um temido matador de aluguel, foi criado longe da civilização pelo cangaceiro Sete Orelhas, que o encontrou ainda bebê. Agora adulto, ele finalmente vai à cidade grande procurar seu pai de criação, que está desaparecido. Chegando lá, ele encontra um lugar sem lei, governado pelo Monsieur Blanchard, um francês que domina o mercado de pedras preciosas.
Clara é uma recifense de 65 anos, viúva e jornalista aposentada. Ela é a última moradora do edifício Aquarius, local onde criou seus filhos e viveu grande parte da vida. Uma construtora, interessada em erguer um prédio mais moderno no terreno, comprou todos os outros apartamentos. Clara não vê motivos para se mudar e deixa claro que não irá vender seu imóvel. Mas, começa a sofrer ameaças para mudar de ideia.
Pierre é um adolescente comum, com uma vida aparentemente feliz, mas todas as suas certezas desaparecem quando ele descobre que foi sequestrado ainda bebê e sua família não é biológica. Confuso, Pierre vai atrás de seus parentes, que ainda o conhecem como Felipe, o nome dado por sua verdadeira mãe. O filme foi inspirado numa história real, ocorrida na década de 1990, que ficou conhecida como “o caso Pedrinho”.
Diana é atacada e sofre um estupro dentro de sua própria casa. Mario vê a sua mulher sendo violada por dois homens e fica escondido, sem conseguir fazer nada. Diana prefere não contar ao marido o que aconteceu e ele também não diz a ela o que viu. Mario planeja uma vingança contra os estupradores, mas a tensão e os segredos colocam em crise o relacionamento do casal. “O Silêncio do Céu” é uma parceria entre Brasil e Chile.
O filme se passa em 1984 e acompanha Estela, uma adolescente que vive os conflitos típicos da idade: desentendimentos com a família, conflitos na escola e a descoberta do primeiro amor. Ela tem um ídolo, o tio Carlos, que abandonou tudo no Brasil para trabalhar como jornalista em Los Angeles. O maior sonho de Estela é visitá-lo nas férias. Mas, os planos da garota são interrompidos quando ela descobre que Carlos está voltando para o Brasil, debilitado por uma doença que ela ainda não conhece: a Aids.
O filme percorre a intimidade dos últimos 19 dias de vida do ex-presidente Getúlio Vargas. Pressionado por uma crise política em decorrência das acusações de que teria ordenado o atentado contra o jornalista Carlos Lacerda, o maior inimigo político de seu governo, ele se isola no palácio do Catete. Diante das ameaças que pedem seu impeachment imediato, Getúlio Vargas avalia os riscos existentes até tomar a decisão de tirar a própria vida.
O filme acompanha a vida dos moradores de uma rua em Setúbal, bairro de classe média na zona sul de Recife. Francisco é dono de grande parte das propriedades da região e, por isso, exerce certo controle na vida dos inquilinos. Mas, quando os moradores contratam milicianos como seguranças particulares da rua, Francisco vai perdendo sua influência. Enquanto alguns comemoram a tranquilidade trazida pela milícia, outros entram em conflito com os vigilantes.
Após sete anos de reclusão, a doutra Nise da Silveira volta a trabalhar em um hospital psiquiátrico. Chegando lá, ela se nega a aplicar em seus pacientes tratamentos violentos, como eletrochoque e lobotomia. Por isso, é isolada e desacreditada pelos colegas de trabalho, restando a ela assumir o abandonado Setor de Terapia Ocupacional. Nise recomeça as atividades do setor, tratando seus pacientes por meio da arte.
Em 1942, no sertão nordestino, dois homens vindos de mundos diferentes se encontram. Um deles é Johann, um alemão fugido da 2ª Guerra Mundial, que dirige um caminhão e vende aspirinas pelo interior do país. O outro é Ranulpho, um homem simples do sertão que, após ganhar uma carona de Johann, passa a trabalhar para ele como ajudante. Aos poucos, surge entre eles uma forte amizade.