Os historiadores apontam que o grego Tales de Mileto, que viveu entre os anos 624 e 546 a.C., foi o primeiro filósofo do mundo, pois empenhava a maior parte de seu tempo em refletir sobre questões ligadas ao ser humano e à natureza. Desde então, a Filosofia tem sido praticada ininterruptamente e nenhuma atividade permanece tanto tempo sem demonstrar sua utilidade na vida humana. Ainda que a filosofia e a sociologia sejam vistas hoje como aprendizados secundários, a verdade é que a busca pela sabedoria e pelas respostas às perguntas fundamentais da vida são a base para a construção de qualquer conhecimento. Para os que desejam se aprofundar no universo filosófico, a Revista Bula reuniu em uma lista 25 obras essenciais. Os livros datam de diferentes épocas e ajudam a construir um painel sobre a história da filosofia. Entre os destaques, estão “Crítica da Razão Pura” (1781), de Immanuel Kant; “A Sociedade do Espetáculo” (1967), de Guy Debord; e “O Segundo Sexo” (1949), de Simone de Beauvoir.
Sam Harris é um dos líderes do movimento que prega o abandono da religião em nome da ciência: o Novo Ateísmo, também defendido com veemência por Richard Dawkins, Daniel Dennett e Christopher Hitchens. Em “A Paisagem Moral”, o autor pretende demolir de vez a benevolência com que muita gente aborda a religião, como se a ciência não tivesse o que opinar no plano moral. Segundo ele, a neurociência pode sim contribuir na busca pela maximização do bem-estar disseminado que define, em sua visão, o pensamento moral. Em capítulos que tratam do bem e do mal, de crenças, de religião e do futuro da felicidade, Harris descreve resultados de estudos em neurociência que não só definem a ideia de moral, mas também lançam luz sobre os equívocos e a irrelevância da religião.
Neste livro, que funda a Teoria Queer, Judith Butler apresenta uma crítica contundente a um dos principais fundamentos do movimento feminista: a identidade. Para Butler, não é possível que exista apenas uma identidade: ela deveria ser pensada no plural, e não no singular. Com essa formulação radical, Judith Butler interroga também a categoria de heterossexualidade, de forma a relançar a oposição sexo e gênero em novas coordenadas, com perguntas como: “O que é ser homem e o que é ser mulher?”; “O que faz um homem ser homem e o que faz de uma mulher uma mulher?”; questões que contemplam a multiplicidade de sexualidades, tão visíveis na contemporaneidade. Judith Butler nasceu em Cleveland, nos Estados Unidos, em 1956. Ela é considerada uma das principais teóricas sobre feminismo e política na atualidade.
Partindo de uma reflexão sobre a obra “Crítica da Razão Pura”, de Kant, Sloterdijk destrincha e recompõe o legado da filosofia ocidental de cunho racionalista e progressista, rompendo com criatividade os moldes clássicos de argumentação de Adorno e Horkheimer, de Sartre e de Foucault. Provocador e perspicaz, o filósofo alemão desconstrói as raízes do Esclarecimento, que, ao solapar os idealismos vigentes, plantou os alicerces do niilismo moderno e um cinismo generalizado. Sloterdijk contrapõe o bem-humorado kynismos grego ao cinismo moderno, superado em qualidade pela sabedoria irreverente dos antigos — a começar pela pregação do grego Diógenes, peça importante na obra de Sloterdijk.
O livro reúne um estudo científico, fartamente documentado, sobre a evolução histórica da legislação penal e dos respectivos métodos coercitivos e punitivos adotados pelo poder público na repressão da delinquência. Métodos esses que vão da violência física às instituições correcionais. Michel Foucault utiliza-se de mecanismos sociais e análises filosóficas para retratar os sistemas penais ocidentais contemporâneos. Por meio de documentos históricos, o autor não considera a prisão como uma forma humanista de cumprir pena e mostra a prisão como um instrumento de dominação e manipulação nas relações de poder, invertendo o foco do criminoso para as instituições criminalizadoras. Michel Foucault nasceu em Poitiers, na França, em 1926; e morreu em Paris, em 1984. Ele ficou conhecido por abordar filosoficamente a relação entre poder, conhecimento e controle social.
“Uma História da Filosofia Ocidental” é uma obra monumental, que inclui muitos dos mais discutidos autores nas diferentes áreas do conhecimento: da lógica às ciências políticas, da economia à antropologia. Bertrand Russell, considerado um dos maiores pensadores dos séculos 19 e 20, reflete de modo muito eclético e espirituoso sobre a filosofia ocidental desde os pré-socráticos até seus dias. O livro é considerado essencial tanto para os amantes de filosofia quanto para quem quer conhecer um pouco mais sobre os grandes pensadores da nossa história. Bertrand Russell nasceu em 1872, em Trelleck, no Reino Unido; e morreu em 1970, na cidade de Penrhyndeudraeth. Em reconhecimento a sua obra, ele recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1950.
“A Sociedade do Espetáculo” é a obra filosófica e política mais famosa de Guy Debord e uma análise impiedosa da invasão de todos os aspectos do cotidiano pelo capitalismo moderno. O espetáculo, segundo o autor, é “uma droga para escravos que empobrece a verdadeira qualidade da vida”, uma imagem invertida da sociedade desejável, na qual as relações entre as mercadorias suplantaram os laços que unem as pessoas, conferindo-se a primazia à identificação passiva, em detrimento da genuína atividade. O autor afirma que quanto mais o espectador aceita reconhecer-se nas imagens dominantes da necessidade, menos compreende a sua própria existência e o seu próprio desejo. “A Sociedade do Espetáculo” é a precursora de toda análise crítica da sociedade de consumo, a mais aguda crítica à falsificação da vida comum.
No livro “A Condição Humana”, Hannah Arendt pondera sobre como e porque foi possível o surgimento do totalitarismo. A autora também examina a relação entre totalitarismo e tradição, e como ele converteu-se em uma fenomenologia das atividades humanas fundamentais — ameaçando sempre a condição do homem em sociedade. Arendt sugere uma possibilidade de se reconsiderar a condição humana a partir da reflexão sobre as atividades que são comuns a todos os homens: o labor, o trabalho e a ação, conjunto que ela denomina como “vita activa”. Hannan Arendt foi uma das filósofas mais influentes do século 20. Seu trabalho filosófico abarca temas como política, autoridade, totalitarismo, educação, condição laboral, violência e a condição feminina.
O homem configura a posição central na sociedade e relega à mulher uma posição secundária, um papel de coadjuvante na História. Foi a partir dessa constatação e da pergunta “O que é uma mulher?” que a filósofa existencialista Simone de Beauvoir deu início à sua reflexão para escrever “O Segundo Sexo”. Sua preocupação, contudo, não foi equiparar um gênero a outro. Para ela, isso seria demasiado simplista, inclusive porque o homem é um ser absoluto, enquanto a mulher ainda não o é. Simone de Beauvoir procurou compreender de que maneira a mulher ocupou a posição de segundo sexo em diferentes sociedades, como ela se coloca no mundo e como contribui para essa configuração social. Simone de Beauvoir nasceu em Paris, em 1908, e morreu em 1986, na mesma cidade. Sua obra filosófica é uma das mais importantes para a teoria feminista.
“O Ser e o Nada” dá continuidade a uma reflexão iniciada com pensadores como Kierkegaard, Jaspers e Heidegger, exercendo uma incontornável influência sobre as cinco últimas décadas. Sartre desenvolveu um prodigioso e completo sistema de “explicação total do mundo” por meio de um exame detalhado da realidade humana como ela se manifesta, estudando o abstrato concretamente. Ao ser publicado, “O Ser e o Nada” causou espanto, polêmica, protestos, admiração. Com sua originalidade transgressora e contestações às verdades eternas da tradição filosófica, constitui o apogeu da primeira fase da filosofia sartriana. Jean-Paul Sartre, conhecido como o representante do existencialismo, nasceu em 1905, em Paris; e morreu em 1980, na mesma cidade.
“O Mito de Sísifo” trata-se de um ensaio clássico sobre o absurdo e o suicídio, publicado durante a Segunda Guerra Mundial. A guerra, a ocupação da França, o triunfo aparente da violência e da injustiça, tudo se opunha brutalmente à ideia de um universo racional. Os deuses que condenaram Sísifo a empurrar incessantemente uma pedra até o alto da montanha, de onde ela tornava a cair, caracterizaram um trabalho inútil e sem esperança que podia exprimir a situação contemporânea. “O Mito de Sísifo” analisa a fundo a questão do suicídio, em um ensaio que exerceu significativa influência sobre toda uma geração. Albert Camus nasceu em Mondovi, na Argélia, em 1913; e morreu em Villeblevin, na França, em 1960. Ele recebeu o Prêmio Nobel de Literatura em 1957.
“Ser e Tempo”, do filósofo Martin Heidegger, é considerado um livro fundamental para os indivíduos que pretendem conhecer e entender o ser humano de forma integral. Seu principal propósito é a reflexão sobre o sentido do ser. A longa trajetória mental deste autor rendeu uma valiosa contribuição intelectual para a humanidade. “Ser e Tempo” ultrapassa em muito uma simples obra de filosofia e, mesmo tendo permanecido inacabada, esmiúça profundamente a reflexão de Heidegger sobre a existência humana. Martin Heidegger nasceu em Messkirch, na Alemanha, em 1889; e morreu Friburgo em Brisgóvia, em 1976. Considerado um dos filósofos e escritores mais originais do século 20, ele é reconhecido, principalmente, por suas contribuições para a fenomenologia e para o existencialismo.
“Sobre a Liberdade” é uma defesa da individualidade e de sua autonomia diante da sociedade e do Estado. Para Mill, a “tirania da maioria” impõe uma homogeneidade que atenta contra o desenvolvimento pleno dos indivíduos, cuja soma constitui a própria sociedade. Desde que não causem prejuízo aos seus semelhantes, os indivíduos deveriam ser livres para fazerem o que bem entendem. Segundo o crítico literário Ian Watt, esse livro “é um dos poucos textos canônicos entre os evangelhos do individualismo”. John Stuart Mill nasceu em Londres, na Inglaterra, em 1806; e morreu em Avignon, na França, em 1873. Normalmente associado ao liberalismo econômico, ele desenvolveu um pensamento profundamente individualista.
Essa é considerada uma obra ímpar dentro da literatura e da filosofia ocidentais. Se não fosse o fato de, na Europa de então, a língua dinamarquesa ficar submersa por outros idiomas dominantes, certamente teria sido reconhecida como um clássico na geração seguinte ao seu aparecimento. Vista no conjunto da produção de Kierkegaard, “Ou—Ou: Um Fragmento de Vida” introduz a maioria das ideias e categorias que o filósofo desenvolve posteriormente e, para citar apenas alguns exemplos, encontram-se na obra os conceitos sobre o estético e o ético, o ético e o religioso, o desespero e a esperança, o amor em todas as suas fases e modalidades, os diferentes tipos e usos do pensamento, a liberdade, entre outros. Søren Aabye Kierkegaard nasceu em 1813, em Copenhague, na Dinamarca; e morreu em 1855, na mesma cidade.
Esta obra fundamental de Schopenhauer, escrita em estilo claro, elegante e contundente, abrange temas que vão da epistemologia à ética. Platão, Kant e o Vendantismo são referências permanentes ao longo de todo o texto. Assim, Schopenhauer associa a dialética de Kant — do nômeno e do fenômeno; com a visão platoniana — das ideias claras e do mundo incerto; para definir suas constantes filosóficas. E da esfera da representação (do que existe apenas para o sujeito), alcança a vontade como a essência íntima do mundo e dos corpos. Arthur Schopenhauer nasceu em Danzig, Polônia, em 1788; e morreu em Frankfurt, na Alemanha, em 1860. Conhecido por seu pessimismo filosófico, ele foi o primeiro a introduzir o pensamento indiano e alguns dos conceitos budistas na metafísica alemã.
Nesta obra, Hegel pretende iniciar sua tentativa de construir um Sistema de Filosofia, com a Fenomenologia do Espírito, onde a fenomenologia desempenha a função de ser uma introdução à Ciência. A intenção do autor é articular com o fio de um discurso científico — ou com a necessidade de uma lógica — as figuras do sujeito ou da consciência que se desenham no horizonte do seu afrontamento com o mundo objetivo. Hegel nasceu em Stuttgart, na Alemanha, em 1770; e morreu em Berlim, em 1831. Considerado um dos filósofos mais influentes da história, ele fez parte do movimento chamado Idealismo Alemão, marcado por intensas discussões filosóficas entre pensadores dos séculos 18 e 19. Essas discussões eram pautadas na obra “Crítica da Razão Pura”, de Immanuel Kant.
Considerado um dos documentos fundadores do feminismo, o livro denuncia a exclusão das mulheres do acesso a direitos básicos no século 18, especialmente o acesso à educação formal. Escrito em um período histórico marcado pelas transformações que o capitalismo industrial trazia para o mundo, o texto discute a condição da mulher na sociedade inglesa de então, respondendo a filósofos como John Gregory, James Fordyce e Jean-Jacques Rousseau. Mary Wollstonecraft nasceu em 1759, em Londres, na Inglaterra; e morreu em 1797, na mesma cidade. Libertária, ela fez de sua própria vida uma defesa da emancipação feminina: envolveu-se na Revolução Francesa e foi uma precursora do amor livre. Sua filha, Mary Shelley, é a autora de “Frankestein” (1818).
Em “Crítica da Razão Pura”, Immanuel Kant tenta resolver filosoficamente o tão difícil e debatido confronto de ideias. A seu ver, o conhecimento do que é estranho aos homens depende de duas categorias: o espaço e o tempo. Segundo Kant, a razão desdobra-se em contradições, mas apenas aparentes. Este filósofo alemão entendia que era dialeticamente progressiva a doutrina sobre o papel dos antagonismos no processo histórico na vida da sociedade, e da teoria sobre a necessidade da paz perpétua. Segundo ele, o meio para estabelecer e conservar a paz encontra-se no desenvolvimento do comércio e das relações internacionais. Immanuel Kant é considerado o último grande filósofo dos princípios da era moderna, famoso sobretudo pela sua concepção conhecida como transcendentalismo.
Esta obra é, segundo o próprio Hume, a expressão final e definitiva de suas ideias e de seus princípios filosóficos. Com este livro, Hume mostra que uma investigação deve proceder de fatos observados sobre o comportamento humano, deixando de lado quaisquer esquemas puramente hipotéticos e idealizados acerca da “real natureza” do homem. Seu modo de estudo é a antiga ideia do homem como um ser caracteristicamente racional, e a consequente tentativa de fundamentar na razão todas as atividades que são próprias do ser humano — entre elas, a busca do conhecimento e do aprimoramento moral. David Hume nasceu em Edimburgo, na Escócia, em 1711; e morreu em sua cidade natal, em 1776. Considerado um dos mais importantes pensadores do iluminismo escocês, ele se tornou famoso por defender o ceticismo e empirismo radical.
Penso, logo existo: tal proposição resume o espírito de René Descartes, sábio francês cuja obra inaugurou a filosofia moderna. Em uma época em que textos filosóficos eram escritos em latim, voltados apenas para os doutores, Descartes publicou “Discurso do Método” redigido em francês, que era considerado uma língua vulgar. Ele defendia o uso público da razão e escreveu o ensaio pensando em uma audiência ampla. Queria que o pensamento crítico fosse comum a todos os homens. Moderno, Descartes postulava a ideia de que a razão deveria permear todos os domínios da vida humana, numa atividade libertadora, voltada contra qualquer dogmatismo. Evidentemente, essa premissa revolucionária lhe causou problemas, sobretudo no âmbito da igreja: em 1663, vários de seus livros foram proibidos.
Personagem de vida curiosa, Michel de Montaigne, é considerado o inventor do gênero ensaio. Herdeiro de uma fortuna deixada pelo avô, um comerciante de peixes abastado, foi alfabetizado em latim e prefeito de Bordeaux. A certa altura, retirou-se para ler, meditar e escrever sobre praticamente tudo. Em “Ensaios”, o leitor tem uma visão abrangente do pensamento de Montaigne, passando por temas como o medo, a covardia, a preparação para a morte, a educação dos filhos, a embriaguez, a ociosidade. Há um ensaio de maior interesse para os brasileiros: “Sobre os Canibais” foi inspirado no encontro que Montaigne teve, em 1562, em Ruão, com os índios da tribo Tupinambá, levados para serem exibidos na corte francesa. Michel de Montaigne nasceu em 1533, no Castelo de Montaigne, na França, e morreu no mesmo local, em 1592.
Nesta obra, Maquiavel expressa nitidamente o seu desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Para que isso aconteça, ele acredita que a nação precisa de um monarca com pulso firme, que defenda seu povo sem medir esforços. Em 26 capítulos, o autor elenca os tipos de principado existentes e as diferenças entre cada um deles. Maquiavel também discorre sobre os alicerces do poder, analisando as leis e as armas e, por fim, debate as normas de conduta necessárias para que um Príncipe consiga reconstruir a Itália. Nicolau Maquiavel foi um filósofo e historiador do Renascimento, considerado o fundador da ciência política moderna. A obra “O Príncipe” foi escrita em 1513, mas a primeira edição foi publicada postumamente, em 1532. Ainda hoje, é considerada um guia sobre como chegar ao poder e mantê-lo.
As cartas de Sêneca a Lucílio são consideradas a grande obra-prima do filósofo latino e apresentam uma síntese dos princípios de sabedoria, virtude e liberdade que o pensador perseguiu em vida. Influenciado pela escola estoica e também pelos ideais epicuristas, Sêneca refletiu sobre as mais profundas contradições da condição humana, questionamentos universais, que acompanham a sociedade desde o início da Era Cristã até a atualidade. Sua filosofia aborda a busca da felicidade, o medo da morte, as desilusões, a amizade e levanta uma das principais questões dos nossos dias: como conjugar qualidade de vida e tempo escasso. As cartas de Sêneca fazem parte de uma longa tradição do gênero epistolar, e se distinguem das cartas comuns por não se destinarem à comunicação de natureza pessoal ou familiar, aproximando-se mais da crônica histórica.
Redigido no século quatro, entre Antiguidade e Idade Média, as “Confissões”, de Agostinho de Hipona são um clássico atemporal. Por um lado, pela densidade poética e pela originalidade da escrita, elas representam um marco único na história da literatura ocidental. Por outro, Agostinho elabora nelas uma nova maneira de fazer filosofia, estranha à tradição antiga, por ser baseada não apenas em conceitos abstratos e deduções, mas sobretudo na observação fina dos movimentos psicológicos, das motivações interiores e do significado de pequenos fatos e gestos cotidianos. Agostinho de Hipona, conhecido como Santo Agostinho, nasceu no ano de 354, em Tagaste, na atual Argélia; e morreu em 430, na cidade de Hipona. Ele é considerado o mais importante teólogo dos primeiros séculos do cristianismo.
Autor de vasta obra filosófica, Platão preocupou-se com o conhecimento das verdades essenciais que determinam a realidade e, a partir disso, estabeleceu os princípios éticos que devem nortear o mundo social. “A República” é uma das obras-primas de Platão. Nela, o filósofo expõe suas ideias políticas, filosóficas, estéticas e jurídicas. Aqui se encontra a “Alegoria da Caverna”, uma das mais belas passagens de toda obra de Platão. O filósofo imaginou um estado ideal, sustentado no conceito de justiça, em que o problema da tirania e da democracia se encontram na pauta dos debates. Platão foi um dos responsáveis por construir os alicerces da filosofia ocidental. Ele também fundou a Academia de Atenas, a primeira instituição de educação superior do mundo.
“Ética a Nicômaco” é a principal obra de Aristóteles sobre Ética. Nela, o autor expõe sua concepção teleológica de racionalidade prática, sua ideia de virtude como moderação e suas considerações acerca do papel do hábito e da prudência. É considerada a mais amadurecida e representativa obra do pensamento aristotélico, na qual o autor cria uma intuição moral completamente nova. O título da obra advém do nome de seu filho, e também discípulo, Nicômaco. Supõe-se que a obra seja resultado das anotações feitas por Nicômano, durante aulas ministradas pelo seu pai, e publicadas pelos discípulos de Aristóteles depois da morte prematura do jovem em combate. Aluno de Platão, Aristóteles nasceu em Estagira, na Grécia, em 384 a.C.; e morreu em Atenas, em 322 a.C.