Mesmo com a recente crise no mercado literário, as bibliotecas públicas brasileiras resistem, servindo não apenas como espaço de leitura, mas também como propagadoras de cultura para suas comunidades. A primeira biblioteca aberta ao público, no Brasil, foi a Biblioteca Pública do Estado da Bahia, fundada em 1811. Desde então, as bibliotecas foram se popularizando no país e hoje existem mais de seis mil unidades. Entre elas, algumas se destacam pela raridade de seus acervos e pela beleza de suas edificações. A Revista Bula realizou uma enquete com os leitores para saber quais são as bibliotecas públicas mais bonitas do Brasil e as 15 mais votadas foram reunidas em uma lista. Entre as mais lembradas, estão a Biblioteca da Floresta, em Rio Branco; a Biblioteca Nacional de Brasília e a Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, a maior da América Latina.
A instituição foi fundada em 1837, por um grupo de imigrantes de Portugal, com o objetivo de promover a cultura entre a comunidade portuguesa. O edifício da atual sede foi inaugurado em 1887, com um estilo gótico-renascentista. Aberta ao público desde 1900, a biblioteca possui a maior coleção de obras lusófonas fora de Portugal, com aproximadamente 350 mil volumes. Em 2014, o Gabinete ficou em 4º lugar no ranking das bibliotecas mais bonitas do mundo, elaborado pela revista “Time”.
Fundada em 1857, a Biblioteca Pública do Paraná fica no centro de Curitiba, e possui um acervo com cerca de 650 mil livros, além de jornais, revistas, mapas, manuscritos, discos e fitas. A biblioteca é uma das mais visitadas do país e oferece um espaço para exposições, lançamentos de livros, seminários, palestras e outros eventos culturais. O prédio, que faz parte do mais importante conjunto arquitetônico do Paraná, foi tombado como Patrimônio Cultural em 2003.
A Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, também conhecida como Biblioteca Nacional do Brasil, foi criada por D. João, em 1810, para abrigar um acervo de mais de 60 mil peças, entre livros e documentos, que a família real trouxe para o país. Desde então, a fundação preserva o patrimônio bibliográfico do Brasil, sendo considerada pela UNESCO uma das dez maiores bibliotecas nacionais e a maior da América Latina. Hoje, a Biblioteca Nacional possui um acervo com de mais nove milhões de peças.
Inaugurada em 2007, a Biblioteca da Floresta é especializada em assuntos e autores da Amazônia e do Acre. Localizada no Parque da Maternidade, a instituição tem como propósito contribuir para o desenvolvimento sustentável, colocando à disposição dos pesquisadores e da sociedade documentos e informações sobre os movimentos socioambientais. Logo na entrada, os visitantes encontram painéis que retratam a vida de Chico Mendes, ex-seringueiro e ambientalista assassinado na década de 1980.
A Biblioteca Nacional de Brasília (BNB), localizada na Esplanada dos Ministérios, foi projetada no plano original da Capital Federal, assinado pelo arquiteto Lúcio Costa, no final dos anos 1950. Mas, o prédio da instituição só foi entregue ao público no final de 2006. Além de preservar a herança cultural brasileira, com uma coleção dirigida a pesquisadores e estudiosos, a biblioteca também se define como um centro de cultura e convivência para todos os cidadãos. O acervo da BNB possui cerca de 30 mil obras.
Localizada no centro da cidade de São Paulo, a Biblioteca Mário de Andrade foi fundada em 1925, para abrigar o acervo da Câmara Municipal, e consolidou-se ao longo de sua história como uma das mais importantes instituições culturais brasileiras, detentora do segundo maior acervo documental e bibliográfico do país — atrás da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Seu edifício sede, projetado pelo francês Jaques Pilon, é considerado um ícone da art déco na capital.
A Biblioteca Pública Estadual do Amazonas, localizada no centro de Manaus, foi inaugurada em 1910. O prédio possui estilo neoclássico, com artefatos importados da Europa. No início, servia como ponto de encontro para a elite cultural e social da época. Hoje, com mais de 70 mil peças, a biblioteca é frequentada por todas as classes sociais, principalmente por estudantes e pesquisadores. A instituição possui ainda uma gibiteca, que tem como objetivo incentivar a leitura infanto-juvenil.
Com aproximadamente 25 mil volumes, entre livros, folhetos e periódicos; a Biblioteca Infante D. Henrique é também conhecida como Gabinete Português de Leitura de Salvador. A biblioteca foi fundada em 1863, mas seu atual edifício, de estilo gótico, foi projetado pelo arquiteto italiano Alberto Barelli e inaugurado em 1918, no centro de Salvador. Em sua fachada, erguem-se duas estátuas, que representam Pedro Álvares Cabral e o poeta Luiz Vaz de Camões.
Inaugurada em 2010, a Biblioteca de São Paulo (BSP) faz parte do projeto de revitalização urbana do terreno onde funcionou a Casa de Detenção de São Paulo, conhecida como Carandiru. Ocupa uma área de mais de 4 mil metros quadrados e possui um acervo de 43 mil títulos, entre livros, jogos, brinquedos, revistas e jornais. Inspirada na Biblioteca de Santiago, no Chile, a BSP esteve entre as finalistas do Prêmio Melhor Biblioteca do Mundo, em 2018, promovido pela Feira do Livro de Londres.
Localizada no bairro Benfica, a Biblioteca Parque de Manguinhos (BPM) é uma das mais novas do Rio de Janeiro e a primeira biblioteca parque do País, inaugurada em abril de 2010. O acervo da instituição possui cerca de 25 mil volumes. Baseada no conceito de que bibliotecas não devem ser somente espaços de leitura, mas também centros culturais com ampla acessibilidade, a BPM foi inspirada em experiências implementadas em Medelín e Bogotá, na Colômbia.
Fundada em 1954, esta é a principal biblioteca pública de Belo Horizonte, e uma das maiores do estado de Minas Gerais. É também chamada de Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, em homenagem ao intelectual que desenvolveu o serviço de radiodifusão no estado. Projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o edifício integra hoje o maior complexo cultural do Brasil — o Circuito Cultural Praça da Liberdade. Seu acervo é constituído por cerca de 550.000 exemplares, entre livros, revistas e jornais históricos.
A Biblioteca Pública do Estado (BPE), criada oficialmente em abril de 1871, foi aberta ao público, no centro de Porto Alegre, em 1922. Em 2000, o prédio foi tombado como Patrimônio Histórico pelo IPHAN. O acervo da BPE possui cerca de 240 mil peças, com livros raros dos séculos 16 ao 19. Sua fachada mostra uma das mais completas ilustrações do Calendário Positivista, elaborado pelo filósofo francês Augusto Comte. A biblioteca também é usada como um centro de programações culturais na cidade.
A Biblioteca Pública do Estado da Bahia (BPEB), popularmente chamada de “Biblioteca Central dos Barris”, é uma fundação pública que funciona no bairro dos Barris, em Salvador. Criada em 1811, foi a primeira biblioteca do Brasil e da América do Sul. Possui um acervo de 120 mil livros, com cerca de 60 mil títulos raros, publicados do século 16 ao 20. A estrutura do prédio também conta com duas salas de cinema, uma galeria, um teatro e uma biblioteca infantil.
Localizada no centro histórico de São Luís, a Biblioteca Pública Benedito Leite (BPBL) é a maior do Maranhão, com um acervo de aproximadamente 140 mil obras nacionais e estrangeiras, além de jornais do século 18 e uma coleção referente à história política do estado. Fundada em 1826, foi transferida para a sede atual em 1951. Em seu interior, possui salões de leitura para o público e um auditório. Do terraço, é possível observar toda a cidade e os rios Bacanga e Anil, que correm pelas laterais.
A Biblioteca Pública do Estado (BPE) do Acre foi inaugurada em março de 1979. Ao longo do tempo, passou por reestruturações, com o propósito de facilitar o acesso livre à internet, filmoteca, espaço HQ e ambiente infantil. O acervo atual da BPE possui aproximadamente 25 mil livros nacionais e estrangeiros. No centro de Rio Branco, a biblioteca também serve como um centro cultural, e promove eventos como mostras de filmes, cursos, oficinas, encontros com autores, entre outros.