Pode-se dizer que o cinema não nasceu com a ficção, mas sim com o documentário, quando a primeira câmera registrou “A Chegada do Trem na Estação”, dos irmãos Lumiére, em 1895. Para aqueles que são ávidos por conhecimento e se interessam por histórias reais, o gênero é uma das melhores opções de entretenimento. A Revista Bula analisou o catálogo na Netflix e reuniu em uma lista dez documentários com histórias surpreendentes, que conseguem prender a atenção do espectador, e estão disponíveis na plataforma de streaming. Entre eles, destacam-se o premiado “Ícaro” (2017), de Bryan Fogel; “O Mercador” (2018), dirigido por Tamta Gabrichidze; e “Remastered: As Duas Mortes de Sam Cooke” (2019), de Kelly Duane. Os títulos abrangem diferentes assuntos e estão organizados de acordo com o ano de lançamento.
Conhecido popularmente como o Rei do Soul, Sam Cooke era um sucesso, mas sua luta pelos direitos civis dos negros nos EUA incomodou muitas pessoas. Ele foi assassinado em 1964, aos 33 anos, durante uma briga com a gerente do hotel em que estava hospedado. O episódio nunca foi esclarecido e o documentário investiga as controvérsias que envolvem a morte do cantor.
“E pluribus unum” é uma frase em latim, que significa: “Entre muitos, um”. A expressão é conhecida por ser o lema dos Estados Unidos da América, adotado pelo primeiro Grande Comitê do país, em 1776. Nesse documentário que leva o nome do lema, imigrantes ilegais nos Estados Unidos contam suas motivações para permanecer no país enquanto se preparam para o Teste de Cidadania.
O documentário acompanha Gela Kolochovi, um mercador que leva bens de consumo às áreas rurais da República da Geórgia, onde a miséria esmaga qualquer ambição e as batatas são moeda de troca. Roupas, acessórios domésticos e sapatos são algumas das mercadorias levadas por Kolochovi. Mas, para comprarem algo, os camponeses precisam ter feito uma boa colheita de batatas.
O ciclista amador Bryan Fogel investiga o fenômeno do uso de doping no ciclismo. Ele faz um programa de uso de anabolizantes para melhorar o seu desempenho em uma competição na França e provar como é fácil burlar os controles antidoping. Para isso, ele conta com a ajuda do médico e cientista Grigory Rodchenkov. Em 2018, a produção ganhou o Oscar de “Melhor Documentário de Longa-Metragem”.
Em 1974, Jan Broberg, de 12 anos, foi sequestrada de uma pequena comunidade em Idaho por um amigo da família. Após cinco semanas, ela foi devolvida e assegurou aos pais que nada havia acontecido, fazendo com que o sequestrador fosse solto. Dois anos depois, Jan foi raptada de novo, pela mesma pessoa, e viveu anos de abuso sexual, emocional e psicológico.
Aos 28 anos, estudante de doutorado Jennifer Brea é atingida por uma febre que a deixa de cama. Sem um diagnóstico preciso, os médicos dizem que “tudo está em sua cabeça”. Determinada a viver, ela inicia uma jornada virtual para documentar sua história e a de outras pessoas que lutam contra a Síndrome da Fadiga Crônica, uma doença negligenciada pela medicina.
O documentário aborda a história de garotas adolescentes que sofreram abuso sexual e como isso impactou suas vidas. Em cidades diferentes dos Estados Unidos, Audrie e Daisy são dopadas e estupradas. Após a violência, elas ainda tiveram fotos íntimas espalhadas pela internet. Envergonhadas, as jovens tiveram que lidar com a depressão e com o julgamento da sociedade.
O documentário acompanha a rotina de milícias civis que lutam contra os cartéis de drogas mexicanos nos dois lados da fronteira entre Estados Unidos e México. Os cartéis amedrontam a região ao levarem drogas e imigrantes ilegais, por terra, até o país vizinho. Em lugares onde as instituições fracassaram, a população sente que precisa instaurar suas próprias formas de justiça.
O documentário explora a ligação entre a pressão dos consumidores por roupas de baixo custo e a exploração de trabalhadores nas fábricas clandestinas. Para atender às necessidades do consumo, a indústria têxtil terceirizou a sua produção em países de terceiro mundo, onde os salários são muito baixos, não existem normas de segurança e as condições de trabalho são precárias.
Esse documentário apresenta a vida de Nina Simone, uma das maiores cantoras e compositoras dos Estados Unidos, que tentava sempre conciliar a carreira com a sua luta pelos direitos civis dos negros. São gravações, cartas e entrevistas inéditas, que reconstituem a vida de uma das artistas mais incompreendidas da história.