A Biblioteca Pública de Nova York selecionou algumas obras fundamentais para refletir sobre as conquistas das mulheres e suas contribuições para a história e sociedade. A seleção de Lynn Lobash, gerente do departamento de serviços ao leitor da Biblioteca, reúne “livros influentes da história do feminismo, essenciais para entender o movimento pelos direitos das mulheres”. Alguns destaques são “Um Teto Todo Seu” (1929), de Virginia Woolf; “O Feminismo é Para Todo Mundo: Políticas Arrebatadoras” (2000), de bell hooks; e “Problemas de Gênero: Feminismo e Subversão da Identidade” (1990), de Judith Butler. Os comentários são adaptados das sinopses das editoras.
Baseado em palestras proferidas por Virginia Woolf nas faculdades de Newham e Girton em 1928, o ensaio “Um Teto Todo Seu” é uma reflexão acerca das condições sociais da mulher e a sua influência na produção literária feminina. A escritora pontua em que medida a posição que a mulher ocupa na sociedade acarreta dificuldades para a expressão livre de seu pensamento.
Em sua obra-prima, Simone de Beauvoir aborda os fatos e os mitos sobre a mulher numa reflexão ampla, analisando a condição da mulher em todas as suas dimensões: sexual, psicológica, social e política. Uma obra fundamental, que inaugurou um novo modelo de pensamento sobre a mulher na sociedade e consagrou Beauvoir na filosofia mundial.
O livro lançou o movimento feminista contemporâneo, e, com isso, transformou permanentemente a tessitura social dos Estados Unidos e de muitos outros países. Com uma análise das questões que afetaram a vida das mulheres nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, Betty Friedan elaborou uma das teorias mais lidas e questionadas do século 20.
Outro dos textos feministas mais lidos do século 20, e o romance mais popular de Monique Wittig, “Les Guérillères”, narra um ataque à linguagem e aos corpos dos homens por uma tribo de mulheres guerreiras. Curiosamente, entre as armas mais poderosas das mulheres contra os seus adversários está o riso, mas elas também os ameaçam com balas.
A publicação de “A Mulher Eunuco” foi um evento marcante, que causou muita ira, mas também criou uma onda de reconhecimento de que a liberação sexual é a chave para a libertação das mulheres. Hoje, a abrasadora avaliação de Greer sobre as desigualdades enfrentadas pelas mulheres na sociedade é um dos mais importantes registros históricos feminista.
Considerado um clássico da literatura feminista, o livro aborda a tese desenvolvida por Millett durante o doutorado, na Universidade de Colúmbia. Ele é dividido em três partes: a primeira sobre o aspecto político do sexo, a segunda sobre as relações sexuais tradicionais, e a terceira sobre o trabalho de autores representativos da época como D. H. Lawrence, Henry Miller, Norman Mailer e Jean Genet.
Em quinze ensaios e discursos, Audre Lorde aborda questões variadas, como o sexismo, o racismo, o preconceito etário, a homofobia e o preconceito de classe. Além disso, a autora aponta as diferenças sociais entre os indivíduos como veículo de ação e mudança. Sua prosa é incisiva, inflexível e lírica, com duras críticas, mas, em última análise, oferecendo mensagens de esperança.
A jornalista Naomi Wolf afirma que o culto à beleza e à juventude da mulher é estimulado pelo patriarcado e atua como mecanismo de controle social para evitar que sejam cumpridos os ideais feministas de emancipação intelectual, sexual e econômica conquistados a partir dos anos 1970. A autora confronta a indústria da beleza, tocando em assuntos difíceis, como distúrbios alimentares e mentais, desenvolvimento da indústria da cirurgia plástica e da pornografia.
Neste livro inspirador, que funda a Teoria Queer, Judith Butler apresenta uma crítica contundente a um dos principais fundamentos do movimento feminista: a identidade. Para Butler, não é possível que exista apenas uma identidade: ela deveria ser pensada no plural, e não no singular. Ou ainda, não é possível que haja a libertação da mulher, a menos que primeiro se subverta a identidade de mulher.
O livro apresenta uma visão original sobre políticas feministas, direitos reprodutivos, beleza, luta de classes, feminismo global, trabalho, raça e gênero e o fim da violência. Além disso, esclarece sobre temas como educação feminista para uma consciência crítica, masculinidade feminista, maternagem e paternagem feministas, casamento e companheirismo libertadores, política sexual feminista, lesbianidade e feminismo, amor feminista, espiritualidade feminista e o feminismo visionário.