Música não é sinônimo apenas de arte e entretenimento. Ao longo das décadas artistas e bandas lançaram hits de protesto que demonstraram que a música também pode ter um papel social. Reunimos em uma lista algumas canções influentes que se transformaram em hinos da contracultura, antiguerra, contra o racismo ou em favor da paz mundial. A seleção é do site americano “Culture Trip”. Alguns destaques são: “Sunday Bloody Sunday” (1983), do U2; “Imagine” (1971), de John Lennon; e “God Save The Queen” (1977), dos Sex Pistols. Todas as faixas foram reunidas em uma playlist no Spotify. Para ouvi-la é necessário possuir registro e realizar login. O serviço possui uma opção de assinatura gratuita.
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A música foi escrita em apoio aos movimentos civis que ocorreram nos Estados Unidos no fim dos anos 1950 e durante os anos 1960, contra a discriminação e a segregação racial no país. Ela foi lançada alguns meses após a morte de Cooke, baleado pelo gerente de um hotel, em Los Angeles. O assassino alegou legitima defesa, mas as circunstâncias da morte nunca foram esclarecidas. A canção acabou se transformando em um single da luta pela igualdade racial.
A música é frequentemente apontada como a responsável pelo início da revolução musical dos anos 1960. Ela fez com que os Beatles se tornassem conhecidos fora das terras da rainha, chegando aos Estados Unidos. O hit alcançou a primeira posição na Billboard como a mais tocada das rádios por sete semanas. Além disso, na primeira visita ao país, os Beatles a tocaram na apresentação do programa Ed Sullivan Show, batendo recordes de audiência.
O single de natal foi organizado por Bob Geldof, que foi o primeiro vocalista da banda The Boomtown Rats, com o objetivo de arrecadar dinheiro para o combate à fome na Etiópia. Originalmente, participaram das gravações artistas como David Bowie, Paul McCartney e Bono. Além de se transformar em um sucesso, a música ajudou a chamar a atenção para o aumento da fome no mundo e a importância do engajamento de artistas em causas sociais.
A música foi escrita por Norman Whitfield e Barrett Strong, e protestava abertamente contra a Guerra do Vietnã, reafirmando a necessidade de harmonia na vida diária e entre as nações. Com o tempo, a canção acabou se transformando em um verdadeiro hino antiguerra. A música alcançou a posição número um na Billboard Hot 100, em 1970. Tornando-se uma das músicas de protesto mais populares já gravadas.
“Strange Fruit”, de Billie Holiday, é outra música de protesto que balançou o mundo. A letra simboliza a brutalidade dos linchamentos racistas no sul dos Estados Unidos. Após ser lançada, se transformou em um hit, símbolo da resistência negra no país. Em 1999, ela foi considerada a canção do século pela revista “Time”. Em 2013, o rapper Kanye West regravou a faixa para seu álbum “Yeezus”.
Considerada a música mais icônica de John Lennon, “Imagine” foi a faixa título do segundo álbum do artista. De acordo com ele, o hit é “antirreligioso, anticonvencional e anticapitalista, mas porque é revestido de açúcar é aceito”. Lennon criou a letra com o objetivo de transmitir seu desejo pela paz mundial, sem barreiras nas fronteiras ou divisões nacionais ou religiosas. A música se tornou uma das 100 mais tocadas do século 20.
“Some Love” representa um aceno aos direitos LGBT+, especialmente ao casamento entre pessoas do mesmo sexo. A música foi usada como campanha do Washington Referendum 74, que mais tarde foi aprovado e permitiu a união legal entre homossexuais no Estado de Washington, nos Estados Unidos. A faixa alcançou as primeiras colocações das tabelas musicais da Austrália e Nova Zelândia.
Uma das canções mais abertamente políticas do U2, “Sunday Bloody Sunday” descreve o horror do Domingo Sangrento em Derry, na Irlanda do Norte, em janeiro de 1972. Cerca de 10 mil manifestantes católicos seguiam em passeata pela cidade quando solados ingleses partiram para a ofensiva, deixando 14 mortos e 26 feridos. Seis das vítimas fatais eram menores de idade. Os manifestantes protestavam contra a prisão sem julgamento de suspeitos de integrar o Exército Republicano Irlandês, que buscava a independência do país.
A música protesta contra a política britânica, em especial o governo continuado da monarquia real. Ela foi lançada estrategicamente para coincidir com o Jubileu de Prata da Rainha Elizabeth II, uma celebração comemorativa do seu 25º aniversário no trono, em junho de 1977. Sex Pistols tentou tocar a música à beira do rio Tâmisa, do lado de fora do Palácio de Westminster, mas o grupo foi impedido pelas autoridades. A canção se tornou um ícone do movimento punk na Inglaterra.
A música mais famosa do Public Enemy incorpora mensagens em favor do orgulho negro e contra a supremacia branca, com alusões à luta pelos direitos civis, jazz e outros aspectos da cultura afro-americana. Mais do que uma música, “Fight the Power” se transformou em um verdadeiro convite pela luta por igualdade. Em 1989 foi eleita o melhor single do ano pela “The Village Voice”. Em 2001, foi considerada uma das 500 músicas do século, na posição 288.
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