Obra do doutor em História Andrew Traumann dinamita mitos sobre os colombianos (usam menos drogas do que brasileiros e americanos) e o país tem músicos eruditos como Villa-Lobos
A Colômbia é… cocaína? Não só. A Colômbia não teve golpe de Estado entre as décadas de 1960 e 1970 nem aderiu ao populismo nas décadas de Hugo Chávez e Lula da Silva? Não. A Colômbia tem o melhor do café do mundo? Os cafélatras de todo o mundo não discordam. O espanhol colombiano “é muito claro”? É. A Colômbia é a terra do refajo, uma mistura de cerveja com refrigerante chamada Cola y Pola? Argh! — ninguém é perfeito. Cartagena é uma bela cidade? Nem os admiradores da gigante Bogotá discordam. A Colômbia é a nação dos concursos de miss? Sim, mas não se pode recorrer a nenhum Dr. Bumbum (“preferimos as mulheres feitas na cama e não na mesa de cirurgia”, postulou o escriba García Márquez). A Colômbia produz esmeraldas e petróleo? Sim, em grandes quantidades.
A Colômbia é Gabriel García Márquez, Fernando Botero, Shakira Isabel Mebarak Riboll e James Rodríguez? É. Mas o país é muito mais do que o escritor, o pintor e escultor, a cantora e o jogador de futebol.
Nós precisamos conhecer mais nossos hermanos e sua vasta e rica cultura. Conheço quase nada do país vizinho, com o qual, apesar de uma fronteira comum (delimitada pela floresta amazônica), temos escasso contato. O excelente livro “Os Colombianos” (Contexto, 205 páginas), do doutor em História Andrew Traumann, abre, digamos, um portal para o conhecimento do quarto país mais rico da América Latina (atrás apenas de Brasil, México e Argentina). Este texto prioriza a cultura, e você, leitor, como eu, certamente ficará escandalizado com nossa ignorância sobre as várias — ao menos quatro — Colômbias, com seus 50 milhões de habitantes (supera a Argentina e, na América Latina, só perde para Brasil e México).
Sobre o consumo de cocaína, vale o registro de Traumann — autor de um livro cuja paixão distancia para aproximar-se — de que “a Colômbia é um país produtor e exportador de cocaína, mas não um grande consumidor”. “Segundo um relatório da ONU de 2013, os colombianos são responsáveis pelo consumo de 1,6% da cocaína no mundo. Os Estados Unidos são os maiores consumidores da droga (com 33%); o Brasil é o segundo colocado (com 18%). (…) A Colômbia dos anos 1990, retratada em séries recentes de TV, não existe mais.”
Música
Sugiro que o leitor, se tiver tempo e paciência, faça como eu. Leia o livro e busque no YouTube a beleza e a variedade da música da Colômbia. Traumann aponta um compositor erudito, Guillermo Uribe Holguín (1880-1971), que compara ao brasileiro Heitor Villa-Lobos: “Se tornou célebre por incluir elementos da música local em sua obra eternizada em ‘Trozos en el sentimiento popular’, uma monumental coleção de 300 peças escritas para o piano entre 1927 e 1939, e ‘Furatena’, baseada em lendas pré-colombianas”. Vale ouvir a Suíte op. 13 para piano e violino, de 1920.
Maestro da Orquestra Sinfônica de Bogotá, José Mária Ponce de León (1845-1882) compôs as duas primeiras óperas colombianas, “Ester”, de 1874, e “Florinda”, de 1880.
No plano popular, um dos destaques da música local é a cúmbia, “cuja origem está ligada ao porto da cidade, a principal entrada de escravos africanos que traziam consigo a música da costa ocidental da África, que, em território colombiano, sofreu influências das danças indígenas e espanholas”. Lucho Bermúdez tornou a cúmbia, digamos, palatável para o público do país, sobretudo Bogotá. O Benny Goodman colombiano reuniu músicos de qualidade, “ao estilo das big bands” dos Estados Unidos, e impôs a música negra às classes média e alta. Mas alguns grupos, como Los Golden Boys, pasteurizaram o estilo e o “despojaram de sua autenticidade”.
O bambuco — “verdadeiro patrimônio nacional”, lembra a valsa e a polca — e o joropo, que usa a harpa llanera, são outros ritmos da Colômbia.
Nascido por volta de 1880, o vallenato é o estilo musical mais “típico e importante” da Colômbia. “Seus principais instrumentos, o acordeão, a guacharaca (instrumento de percussão) e os tambores são heranças europeia, indígena e africana, respectivamente”. Ao surgir, “era muito popular entre as classes baixas, sendo o ritmo preferido de suas festas. (…) O vallenato tradicional (e mais folclórico) é tocado apenas com acordeão e percussão, e sua temática principal envolve o cotidiano das pequenas cidades, a amizade e o amor à terra natal. Seus pioneiros foram Alejandro Durán, Abel Antonio Villa e Luis Enrique Martínez. (…) É muito semelhante à nossa música caipira de raiz e à música gauchesca. Ouvindo o vallenato tocado por duplas como Binomio de Oro e Los Diablitos, não há como não lembrar as clássicas duplas caipiras (Matogrosso e Matias, Tonico e Tinoco) no uso das duas vozes e na temática: a saudade de” um “passado simples que não existe mais, o apego aos costumes da terra, a religiosidade ou os bailes tradicionais”.
O vallenato passou por um processo de modernização, em termos instrumentais, nas mãos de Carlos Vives. “Vives foi o primeiro colombiano a ganhar um Grammy ‘norte-americano’, além de nove Grammys Latinos”, conta Traumann. Vendeu “mais de 50 milhões de discos em todo o mundo”. Em homenagem a Rafael Escalona, lendário compositor de vallenatos, gravou dois álbuns. “Clásicos de la Provincia” é um de seus discos mais bem-sucedidos. A música “La gota fria” relata o “duelo entre duas lendas do vallenato, Zuleta Baquero e Lorenzo Morales, El Moralito”. “La Cañaguatera” é outro de seus sucessos.
A salsa, que nasceu em Cuba — “Echale salsita”, de 1930, do cubano Ignácio Piñeiro, nomeou o estilo —, faz sucesso na Colômbia. Os colombianos amam bailar. Julio Ernesto Estrada, o Fruko, da gravadora Fuentes, criou uma espécie de salsa colombiana. Ele “resolveu criar uma orquestra colombiana usando naipes de metais impecáveis e excelentes vocais”. Fruko y sus Tesos “foi um divisor de águas na cena musical do país”, constata Traumann. La-33 e La Conmoción, grupos bogotanos, modernizaram a salsa.
O rock colombiano foi importado via México. “A banda mais representativa do rock colombiano é o Aterciopelados. O grupo, cujo núcleo é formado por Andrea Echeverri e Héctor Buitrago, se tornou famoso na década de 1990 pela fusão de rock com música folclórica colombiana e outros ritmos latinos, mas também pelas letras de protesto contra a violência, a destruição do meio ambiente e o machismo. A causa feminista é uma das marcas dessa banda militante. Os álbuns ‘Río’ e ‘El Dorado’ estão entre os dez melhores álbuns de rock latinos da história segundo a revista Rolling Stone”, anota Traumann. O Rock Al Parque, em Bogotá, é “um dos mais tradicionais festivais ao ar livre da América do Sul”.
O reggaeton, “música da balada”, faz sucesso tanto na Colômbia quanto em Porto Rico (sua pátria original). As pessoas dizem apreciar porque é “dançante e sexy”. José Álvaro Osorio Balvin, J. Balvin, é o rei do reggaeton colombiano — “o primeiro artista colombiano (além de Shakira) a ultrapassar a marca de 1 bilhão de visualizações de um vídeo no YouTube com ‘Ay Vamos’”
O projeto Panteão, do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT), lista as 11 mil pessoas mais célebres da história, de 4 mil a. C. a 2010 d. C. Entre elas estão os colombianos Shakira, Juanes, Gabriel García Márquez e Fernando Botero.
No início, por ser um fracasso de vendas, Shakira quase desistiu da carreira de cantora (chegou a participar de um concurso de bumbum). Persistente, vendeu 125 milhões de álbuns e seus vídeos “ultrapassam 1 bilhão de visualizações no YouTube. O sucesso chegou com “¿Dónde estás, corazón?” e “Pies Descalzos”. “Laundry Service/Servicio de Lavanderia” vendeu 25 milhões de cópias. Traumann sugere que o perfeccionismo musical e profissional e as “letras intimistas” são motivos de seu sucesso comercial. Num encontro com García Márquez, a artista disse: “Se não canto, morro”. Gravou duas músicas para o filme “O Amor nos Tempos do Cólera”, baseado no segundo mais famoso romance do escritor. Eles eram amigos. Na Colômbia, não é unanimidade. Há os que não a consideram patriota. Errou ao cantar o hino nacional. Não uma, e sim três vezes. Um despautério.
O cantor Juanes, Juan Esteban Aristizábal Vásquez, é uma espécie de Chico Buarque da Colômbia, dado seu “engajamento em questões políticas e sociais” (o estilo musical é diferente, claro). “Com milhões de seguidores nas redes sociais, considerado pela revista ‘Time’ uma das pessoas mais influentes do mundo e pelo jornal ‘Los Angeles Times’ a figura mais importante da música latina na década de 2010, Juanes” é o criador do álbum “Un Día Normal”, de 2002. Recebe influência do guitarrista mexicano Carlos Santana. “A Dio le pido” é uma de suas músicas mais tocadas. “Fotografia”, com Nelly Furtado, é um de suas músicas estelares. O álbum “La Camisa Negra” é seu maior sucesso. Politicamente, defende a paz entre a Colômbia e a Venezuela e apoia o acordo de paz com as Farc.
Dos brasileiros, o cantor e compositor Roberto Carlos é quem faz mais sucesso na Colômbia. A música “Amigo” (o artista gravou-a em espanhol) é amada no país vizinho. “Na Colômbia ‘Amigo’ é o hino das homenagens, das despedidas… e dos funerais. Entre os colombianos, é comum que o velório seja uma celebração ao estilo de vida do falecido, assim, muitas vezes os velórios são regados a bebidas e música, sendo ‘Amigo’ um grande hit funerário”. As torcidas do Atlético Nacional de Medellín e do América de Cali adaptaram a música e a cantam nos estádios.
Literatura
Gabriel García Márquez, o Gabo, é o maior escritor da Colômbia, prêmio Nobel de Literatura de 1982. “Cem Anos de Solidão” (vendeu 50 milhões de cópias e foi traduzido para 40 idiomas) e “O Amor nos Tempos do Cólera” (a tradução de Antonio Callado é precisa; o autor considera-o seu melhor livro) são romances excepcionais e é um equívoco “misturar” o escritor, que é imenso, com o político, apoiador da dinastia Castro em Cuba.
Ao ler a primeira frase da novela “A Metaformose” — “Quando certa manhã Gregor Samsa acordou de sonhos intranquilos, encontrou-se em sua cama metamorfoseado num inseto monstruoso” —, de Franz Kafka, García Márquez pensou: “Então eu posso fazer isso com as personagens? Criar situações impossíveis?” O autor tcheco, que escrevia em alemão, libertou-o da camisa de força da realidade. James Joyce, o de “Ulysses”, também foi decisivo na formação do colombiano. Traumann não menciona o americano William Faulkner, mas o autor de “O Som e a Fúria” e “Enquanto Agonizo” influenciou tanto Gabo quanto o peruano Mario Vargas Llosa. O realismo mágico do colombiano, na carpintaria literária, deve mais ao autor de “Luz em Agosto” do que ao criador de “Finnegans Wake”. “O Outono do Patriarca” deve muito à prosa inventiva de Joyce e Faulkner.
Florentino Ariza e Firmina Daza descobrem na pena de García Márquez, que, “se alguma coisa haviam aprendido juntos, era que a sabedoria nos chega quando já não serve de nada”.
Frasista de primeira linha, o escritor filosofou: “A vida não é o que se viveu, mas sim o que se lembra, e como se lembra de contar isso” e “A memória do coração elimina o mau e aumenta o bom. Graças a esse artifício, somos capazes de suportar o passado”.
Críticos e escritores sustentam que “a fama mundial” de García Márquez “ofusca a obra de escritores extraordinários”. O próprio Traumann, dado o caráter sintético de seu livro, omite autores como Efraim Medina Reys, Laura Restrepo (autora de “A Noiva Escura” e “Heróis Demais”, publicados no Brasil pela Companhia das Letras), José María Vargas Vila, Andrés Caicedo, Juan Gabriel Vásquez e William Ospina (que chega ao Brasil com o romance “O País da Canela”, Editora Mundaréu, tradução de Eric Nepomuceno. O narrador diz: “Nascemos, capitão, numa idade estranha em que só nos é dado acreditar no impossível”).
Autor de um único romance, “María” e de um livro de poemas, Jorge Isaacs (1837-1895) “é”, anota Traumann, “o maior escritor colombiano do século 19. (…) O que encanta na obra é” a elegância de sua prosa, “cheia de descrições idílicas das haciendas colombianas, olhares, segredos e silêncios”. Chegou a ser adaptado para o cinema mudo.
Álvaro Mutis, autor de “A Neve do Almirante” e “Ilona Chega Com a Chuva”, é um prosador de qualidade, às vezes, de fato, “soterrado” pelo celebrado García Márquez.
Fernando Vallejo é o mais polêmico escritor da Colômbia. Quando Álvaro Uribe foi eleito presidente, anunciou sua renúncia à cidadania colombiana. Ele mora no México. Traumann frisa que retrata, “de forma crua, a violência e os tipos marginais”. O romance “A Virgem dos Sicários” (Companhia das Letras, 112 páginas, tradução de Rosa Freire d’Aguiar) “retrata a violência de Medellín pela ótica dos moradores das periferias, o elo mais frágil dessa cadeia e seu submundo de violência cotidiana. (…) Apesar de descrever uma dura realidade, Vallejo foi amplamente criticado por sua visão elitista e de desprezo aos pobres, chegando a comparar as mães das periferias com ratazanas em sua capacidade de procriar e afirmando que os sicários teriam uma função social, pois seus assassinatos ajudavam a diminuir o problema da superpopulação”.
“A Virgem dos Sicários” e “O Despenhadeiro” (Alfaguara, 176 páginas, tradução de Bernardo Ajzenberg) “figuram”, conta Traumann, “entre os 15 melhores [livros] em língua espanhola dos últimos 25 anos segundo uma lista elaborada em 2007 por 81 escritores e críticos latino-americanos”. Ateu e homossexual, Fernando Vallejo é uma espécie de Louis-Ferdinand Céline de nenhum lugar ou o Thomas Bernhard colombiano. O site da Companhia das Letras revela que, “em 2003 ganhou o prêmio literário Rómulo Gallegos, no valor de cem mil dólares, os quais doou aos cachorros e gatos das ruas de Caracas”. Trata-se de um outsider. Um marxista da linha de Groucho Marx: clube que o aceita é rejeitado…
Pintura e cinema
Fernando Botero, o pintor e escultor colombiano de 86 anos, eu e você, leitor, conhecemos. Trata-se daquele artista que pinta e esculpe gordos, celebrando, quiçá, outro tipo de corpo que, estetizado, se torna igualmente belo àquilo que se considera belo (os esbeltos). Sua obra, avalia Traumann, é “indissociável de sua Medellín natal”.
Botero morou em Barcelona e cursou a Escola de Belas Artes de São Fernando, em Madri. Lá, “copiando incansavelmente os grandes mestres”, aprendeu os meandros da arte renascentista e barroca. Em Florença, redescobre os clássicos. A partir daí, cria seu próprio estilo, “as formas arredondadas, exageradas e monumentais”. É sua assinatura. Mas, até obter sucesso, passou fome.
Críticos americanos chegaram a definir os personagens de Botero como “um monumento à estupidez”. O sucesso chega quando o austríaco Joachim Aberbach o apresenta a Pierre Levy, “diretor de uma das mais prestigiosas galerias de arte do mundo, a Marlborough”. Os críticos começam a perceber sua genialidade e especificidade artísticas.
Depois da pintura, Botero aventura-se, com igual sucesso, pela seara da escultura. Logo conquista Washington e Paris, onde expôs 32 esculturas ao ar livre, na avenida Champs-Élysées. O mundo, enfim, estava aos seus pés. Merecidamente, pois se trata mesmo de um artista extraordinário, um filho, quem sabe, de Picasso com os surrealistas. Como nada é perfeito, traficantes de cocaína da Colômbia compravam seus quadros para lavar dinheiro.
O primeiro filme colombiano, “Quince de Octubre”, foi produzido em 1915. Como não agradou ninguém e irritou os poderosos, “a Suprema Corte do país ordenou o recolhimento e destruição de todas as cópias”.
“María”, baseado no romance de Jorge Isaacs, foi levado ao cinema sete anos depois da película destruída.
A década de 1970, a da “pornomiseria”, apresentou “filmes intelectualizados que”, apesar de escancarar “as mazelas do país”, não se preocupavam “com a construção de espaços, tempos e personagens”. Eram verdadeiros “tratados de antropologia em forma de cinema”. “Gamin” (1978), de Ciro Durán, é o filme que mais expressa o período. O público? Ah, o público passava ao largo, optando pelos campos de futebol e pelos filmes americanos.
Nos anos 1990, o cinema colombiano renasce com “La Estrategia del Caracol”, de Sergio Cabrera. Víctor Gaviria (que Traumann diz ser “genial”) dirige “Rodrigo D. no Futuro”, de 1990, e “La Vendedora de Rosas”, de 1998.
Uma lei de incentivo à produção cinematográfica, aprovada em 2003, deu novo gás aos criadores colombianos. Traumann apresenta como bons filmes “Terra e Sombra”, de 2015, de César Augusto Acevedo, e “O Abraço da Serpente” (o filme de Ciro Guerra pode ser visto no link, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro em 2015.
Feminicídio e gays
Lido o texto, você certamente ficou conhecendo parte da arte de um povo que, morando ao lado, é, para nós, desconhecido. E pôde conferir alguma coisa da música dos colombianos, da erudita à popular. Vale a pena ler o livro de Traumann, que dinamita estereótipos e, ao mesmo tempo, não edulcora os problemas da Colômbia. O machismo, por exemplo, é forte, tanto que foi preciso criar a Lei Rosa Elvira Cely, espécie de Lei Maria da Penha, para proteger as mulheres. “A Colômbia é o segundo país latino-americano em casos de feminicídio (atrás apenas do México). A nova lei estabelece penas de até 50 anos de prisão para os criminosos.” Traumann sublinha que “a participação de mulheres em cargos legislativos ou executivos mal ultrapassa os 20%”.
A Constituição de 1991 garante proteção contra a discriminação baseada na orientação sexual. “Os homossexuais podem participar abertamente das Forças Armadas, e seus parceiros recebem pensão em caso de viuvez. (…) Apenas em 2016 foi reconhecido em definitivo o casamento igualitário, curiosamente um ano depois de os casais homossexuais conquistarem o direito à adoção de crianças.” Traumann ressalva que há preconceito e crimes contra gays.
O censo de 2005 registra que “49% da população colombiana se identifica como mestiça; 37%, como branca; 10,6%, como negra [a população negra pode ser maior]; e 3,4% como indígena”.
O livro de Traumann, embora introdutório e sintético, é um valioso meio para se conhecer um pouco mais sobre a Colômbia. Além de muito bem escrito. Frise-se que, sem ele, você não teria lido este texto. E há mais, muito mais, a ler, sobretudo sobre as múltiplas Colômbias.