Nascido na cidade de Richmond, nos Estados Unidos, Wolfe se graduou na Universidade Washington and Lee, em 1951. Em seguida, ingressou no curso de doutorado da Universidade de Yale, desenvolvendo uma tese sobre literatura americana. Depois de se formar na pós-graduação, ele começou a trabalhar como repórter. O seu primeiro emprego foi no jornal “Springfield Union”, da cidade de Springfield, no estado americano de Massachusetts. Em seguida, ele passou pelas redações dos jornais “The Washington Post”, “New York Herald Tribune”, “Esquire”, entre outros.
Munido de extrema ironia, sacadas geniais e um olhar literário único sobre os acontecimentos do cotidiano, os artigos que Tom Wolfe publicava nos veículos rapidamente ganharam admiradores — e desafetos. Uma coletânea dos textos foi reunida em seu primeiro livro, “The Kandy-Kolored Tangerine-Flake Streamline Baby”, publicado em 1965. Entre meados da década até o fim de sua carreira, o autor publicou pelo menos 12 obras de ficção e não ficção, aclamadas pela crítica e recomendadas nas escolas de jornalismo do mundo todo.

Em “Sangue nas Veias” o autor visita inferninhos, entrevista imigrantes, strippers russas e fisiculturistas para retratar uma Miami repleta de conflitos culturais. A única cidade do mundo onde povos com línguas e culturas diferentes tomaram controle das urnas. Dilemas morais, limites éticos e conflitos étnicos formam a narrativa, talhada com precisão e humor ácido, característicos de um dos maiores escritores norte-americanos de todos os tempos.

O livro reúne alguns dos principais artigos e reportagens que Tom Wolfe publicou nas décadas de 1960 e 70. Na primeira parte, Wolfe narra as origens e o impacto da chegada de sua geração às redações americanas, que passou a empregar técnicas de ficção para fazer reportagens mais completas, intensas e envolventes. Em seguida, apresenta três textos clássicos desse novo gênero, entre eles o que dá nome ao livro: “Radical Chique”.

O livro conta as histórias paralelas de três personagens: um magnata do mercado imobiliário, endividado até a alma, e em crise com o inevitável processo de envelhecimento; um bem-sucedido advogado negro, dividido entre a ambição e os antigos ideais do black power; e um rapaz branco, pobre e trabalhador, que descobre na filosofia estoica dos gregos antigos o antídoto moral contra os seus sucessivos fracassos.

Em sua primeira obra de ficção, Tom Wolfe segue a trajetória trágica de Sherman McCoy, jovem executivo de 38 anos. Ao atropelar Henry Lamb, um jovem negro do Bronx, McCoy se torna vítima da polícia, da justiça, da mídia e da família. “A Fogueira das Vaidades” narra sua via-crucis. O preço da difícil convivência entre a extrema riqueza, a extrema pobreza e as convenções muito particulares que as regem.

Tom Wolfe sempre acreditou que tanto para realizar ficção como não-ficção é necessário fazer reportagem. Em “Os Eleitos”, ele reproduz a história dos pilotos de provas que se transformaram nos astronautas do primeiro projeto espacial americano. Ao usar os mais sofisticados recursos literários, o autor mostra como a matéria jornalística pode ser lida com a fluidez de um romance envolvente.