O jornal The Guardian publicou uma lista com os melhores livros não ficcionais de todos os tempos. A seleção foi realizada pelo escritor e editor Robert McCrum, após dois anos de leituras e extensas pesquisas. As obras compreendem cinco séculos de história literária, partindo de clássicos como “Contos de Shakespeare” (1807), de Charles e Mary Lamb, e “Reivindicação pelos Direitos da Mulher” (1792), de Mary Wollstonecraft; até lançamentos mais recentes, como é o caso de “Não Basta Dizer Não” (2017), da jornalista e ativista Noami Klein; e “A Origem dos Meus Sonhos” (2008), do ex-presidente dos Estados Unidos Barack Obama.
Apesar de o ranking do jornal britânico apresentar as 100 melhores obras, a Bula considerou apenas 50, publicadas em português. Os comentários são adaptações das sinopses das editoras, e os livros são organizados de acordo com a data original de publicação.
Em “A Sexta Extinção”, a vencedora do Pulitzer, Elizabeth Kolbert, explica de que maneira o ser humano alterou a vida no planeta como absolutamente nenhuma espécie o fizera até hoje. Para isso, lança mão de trabalhos de dezenas de cientistas nas áreas mais diversas e vai aos lugares mais remotos em busca de respostas. O livro foi eleito um dos melhores livros do ano pelo jornal “The New York Times”.
Sem uma gota de auto piedade e com um estilo envolvente e emocionante, Joan Didion narra o período de um ano que se seguiu à morte de seu marido, o também escritor John Gregory Dunne, e a doença de sua única filha. É um livro sobre a superação e sobre a nossa necessidade de atravessar — racionalmente ou não — momentos em que tudo o que conhecíamos e amávamos deixa de existir.
A renomada jornalista, ativista e autora best-seller Naomi Klein passou duas décadas estudando choques políticos, mudança climática e a “tirania das marcas”. Dessa perspectiva singular, ela argumenta que o presidente Trump não é uma aberração, mas a extensão lógica das piores e mais perigosas tendências dos últimos 50 anos. Para ela, nesse contexto não basta meramente resistir, dizer “não”. O momento histórico exige mais: um “sim” inspirador.
“Cartas de Aniversário”, como o próprio nome indica, reúne os poemas apaixonados e audaciosos que Ted Hughes escreveu à esposa, Sylvia Plath, em seus aniversários. Além de contribuir para a mitologia construída em torno da relação do casal, a obra também é considerada um marco na poesia inglesa.
Nascido da miscigenação de raças e culturas — mãe branca norte-americana, pai negro africano e padrasto asiático —, ele é visto por muitos como um líder unificador, alguém que consegue transpor a barreira racial. Nesta obra, Obama, que é comparado a Kennedy por sua capacidade de animar os eleitores e oferecer uma nova liderança, revela a sua história e a de sua família e a forma como ele vê e encara o mundo.
Com ilustrações criativas e texto lúcido e bem-humorado, Stephen Hawking desvenda desde os mistérios da física de partículas até a dinâmica que movimenta centenas de milhões de galáxias por todo o universo. Para o iniciado, trata-se de uma breve história do tempo e uma bela representação de conceitos complexos; para o leigo, é um vislumbre dos segredos mais profundos da criação do universo.
No livro-reportagem, Wolfe elevou a linguagem jornalística a níveis deslumbrantes enquanto tentava narrar os motivos pelos quais um homem decide voar para a lua. O autor realizou uma extensa pesquisa, entrevistou pilotos de teste e astronautas do Projeto Mercury, selecionados para o programa espacial da NASA. O resultado é um dos livros de não-ficção mais importantes de sua carreira.
Said mostra que o “Oriente” não é um nome geográfico, mas uma invenção cultural e política do “Ocidente”, que reúne as várias civilizações a leste da Europa sob o mesmo signo do exotismo e da inferioridade. Recorrendo a fontes e textos diversos, o autor mostra os vínculos estreitos que uniram a construção dos impérios e a acumulação de um fantástico e problemático acervo de saberes e certezas europeias.
A Guerra do Vietnã fixou-se no imaginário ocidental como um conflito cruel, difuso, mediatizado e ligado às transformações da chamada “revolução cultural”. Essa representação, construída por filmes, livros e canções durante os últimos 30 anos, tem uma referência fundamental: o livro “Despachos do Front”, visceral relato escrito pelo jornalista norte-americano Michael Herr sobre sua temporada no Vietnã como correspondente da revista “Esquire”.
Organismos interagem entre si e com o mundo inanimado, e assim alteram seu ambiente e promovem a propagação de genes presentes em outros corpos. Um dos livros mais aclamados da história da divulgação científica, “O Gene Egoísta” não só apresenta a biologia evolutiva de forma acessível, mas acrescenta uma interpretação metafórica que inspirou gerações de biólogos e simpatizantes: somos máquinas de sobrevivência a serviço dos genes.
Também conhecida como “doença do sono”, a encefalite letárgica assumiu proporções epidêmicas depois da Primeira Guerra Mundial. Entre 1969 e 1972, porém, o uso intensivo de uma droga provocou o “despertar” dos pacientes do dr. Sacks, no hospital Mount Carmel, nos Estados Unidos. No livro, o médico discute a crença em “drogas milagrosas” confrontando a noção de doença com a teoria do caos.
O livro é uma análise feminista, escrita com uma mistura de pesquisa polêmica e acadêmica. Foi um texto-chave do movimento feminista na década de 1970, amplamente discutido e criticado por outras feministas e a comunidade em geral. Em seções intituladas “Corpo”, “Alma”, “Amor” e “Ódio”, Greer examina as definições históricas da percepção das mulheres sobre si mesmo e usa uma premissa de limitações impostas a elas.
O primeiro livro de ensaios de Susan Sontag é hoje um clássico moderno. “Contra a Interpretação”, publicado pela primeira vez em 1966, e sempre sucessivamente reeditado, tem influenciado novas gerações de leitores em todo o mundo. A coletânea inclui os famosos artigos “Camp — algumas notas” e “Contra a interpretação”, assim como as apaixonadas leituras que Susan Sontag faz de grandes filósofos e pensadores.
Com a publicação póstuma do livro de poesia “Ariel”, em 1965, Sylvia Plath se tornou um nome amplamente conhecido e futuramente alçado ao papel de ícone feminista. Na obra, ela transforma em poesia tanto assuntos particulares como eventos históricos trágicos. Seus poemas evidenciam as dores de uma vida traumática, marcada pela morte do pai e pelos conflitos com o marido infiel, e são a prova do talento da poeta que, com otimismo ou sofrimento, soube unir técnica e emoção.
“Mística Feminina” lançou o movimento feminista contemporâneo, e, com isso, transformou permanentemente a tessitura social dos Estados Unidos e de muitos países do mundo. Com sua análise apaixonada, mas contundente e clara, das questões que afetaram a vida das mulheres nas décadas que se seguiram à Segunda Guerra Mundial, a obra é largamente vista como uma das teorias mais lidas e questionadas do século 20.
A publicação de “Primavera Silenciosa”, de Rachel Carson, foi seguida de um clamor que forçou a proibição do DDT e instigou mudanças revolucionárias nas leis que dizem respeito ao nosso ar, terra e água. A preocupação de Carson como futuro de nosso planeta reverberou poderosamente por todo o mundo, e seu livro eloquente foi determinante para o lançamento do movimento ambientalista.
Neste relato tocante, C. S. Lewis mostra seu lado sombrio e amargo, até então desconhecido dos leitores. Apesar de ter escrito anteriormente sobre o sofrimento, é neste livro pungente que suas emoções são colocadas à mostra. Com grande intensidade e sofrimento, o escritor revela seu sentimento de indignação após a perda de sua amada.
“Esperando Godot” é uma tragicomédia em dois atos que segue desafiando público e crítica. Na trama, duas figuras clownescas, Vladimir e Estragon, esperam por um sujeito que talvez se chame Godot. Sua chegada, que parece iminente, é constantemente adiada. Em um cenário esquálido — uma estrada onde se vê uma árvore e uma pedra —, Beckett revoluciou a narrativa e o teatro do século 20.
“Os Últimos Dias de Hitler” é considerado um clássico necessário para compreender uma etapa crucial da história. O seu autor, Hugh Trevor-Roper, aceitou o desafio de investigar os últimos movimentos do ditador nazista até a sua morte. O resultado, enriquecido com sucessivas revisões e novos testemunhos, é uma completa descrição da estrutura e funcionamento do regime nazista.
Uma das mais importantes obras jornalísticas do século 20 cria um retrato dos sobreviventes à bomba atômica de Hiroshima. Um ano depois da explosão, John Hersey reconstituiu em uma reportagem o dia da explosão a partir do depoimento de seis vítimas. Quarenta anos depois, o autor volta a Hiroshima e escreve o último capítulo da história, narrando novas consequências do ataque.
“A Sociedade Aberta e Seus Inimigos” apresenta alguns dos desafios mais importante que a civilização enfrenta, de acordo com Karl Popper. Uma civilização que, segundo o autor, ainda não se recuperou da comoção que supõe o seu nascimento: a transição de uma sociedade tribal, submetida a forças mágicas, a uma sociedade aberta, que deixa em liberdade as faculdades críticas do indivíduo.
O livro, mais que um documento sobre a alimentação em tempos de escassez, é um manual sobre como descomplicar a vida, sobre como questionar a informação científica e pseudocientífica, as convenções e os preconceitos. É despretensioso, espontâneo e ousado. A autora estava anos-luz à frente de seu tempo. Ainda não apareceu, depois dela, nada tão original nas letras culinárias.
Em “O Caminho para Wigan Pier” George Orwell critica as relações entre a Inglaterra e suas colônias na Ásia, que deixaram milhões de pessoas na completa miséria. Ele discorre sobre o tema a partir de visitas às áreas de mineração de carvão em Lancashire e Yorkshire, no norte da Inglaterra, retratando a pobreza e o sofrimento dos mineiros em vários níveis.
Em 1933, Robert Byron partiu com a sua excêntrica personalidade numa viagem pelo Médio Oriente, passando por Beirute, Jerusalém, Bagdá e Teerã, tendo por destino final Oxiana — a região do rio Oxus. Ele narra a jornada em um singular testemunho, abordando os tesouros arquitetônicos de uma região atualmente inacessível para a maioria dos viajantes ocidentais
“Como Fazer Amigos e Influenciar Pessoas” é um livro inovador, e uma das principais referências do mundo sobre relacionamentos, seja no âmbito profissional ou pessoal. Os conselhos, métodos e as ideias de Dale Carnegie são extremamente diretos, e direcionados a qualquer pessoa que visa alcançar pequenos ou grandes objetivos.
Em “Minha Mocidade”, Churchill relata seus primeiros 25 anos de vida, sua visão de mundo e principalmente de seu país ainda no século 19. Com um leve toque de humor, que viria a fazer parte de sua escrita no futuro, o político revê o início de sua vida e cria um livro indispensável para amantes de história e literatura.
Baseado em palestras de Virginia Woolf nas faculdades de Newham e Girton em 1928, o ensaio “Um Teto Todo Seu” é uma reflexão acerca das condições sociais da mulher e a sua influência na produção literária feminina. A escritora pontua em que medida a posição que a mulher ocupa na sociedade acarreta dificuldades para a expressão livre de seu pensamento, para que essa expressão seja transformada em uma escrita sem sujeição.
O poema, de 1922, é considerado um dos mais belos e mais importantes do Modernismo. O enredo da obra consiste em uma viagem empreendida por um moderno cavaleiro em uma terra estéril. Essa viagem leva-o, se tiver a coragem de formular as perguntas certas, a “libertar as águas”, revertendo a escassez de vida do solo.
Dez dias que abalaram o mundo aborda os eventos dos primeiros dias da Revolução Russa, quando os bolcheviques tomaram o poder em Petrogrado e depois em toda a Rússia. Não se trata de história escrita com distanciamento, mas de uma crônica que devolve ao leitor toda a atmosfera daqueles tempos de turbulências e bruscas transformações.
O livro surgiu do desencanto do autor com os resultados da Conferência de Versalhes, que elaborou o tratado de paz que encerrou a Primeira Guerra Mundial e impôs pesados pagamentos de reparações à Alemanha. Keynes participou da Conferência integrando a delegação britânica, mas afastou-se por considerar impraticáveis as penalidades impostas ao país germânico. Todas as suas previsões foram confirmadas nas décadas seguintes.
Da cidade Baltimore, no estado de Maryland, o jornalista Henry-Louis Mencken escreveu praticamente sobre tudo, sempre disposto corajosamente a desafiar o senso comum e as opiniões estabelecidas. A obra reúne o melhor de seu pensamento, abordado em textos sobre temas diversos, como religião, moral, morte, governo, democracia, jornalismo, boxe, economia, literatura, música, pintura e até uma reflexão sobre zoológicos.
“As Almas da Gente Negra” é um ensaio literário do líder negro W.E.B. Du Bois sobre os longos e hostis anos da Reconstrução do Sul. Momento em que os negros se viram livres, mas inteiramente excluídos da sociedade americana que, à primeira vista, parecia ter entrado em novos tempos. O autor discute e sobretudo apresenta diversas questões e problemas fundamentais para o povo negro.
Quando já era um autor renomado, Oscar Wilde se envolveu com o jovem britânico Lord Alfred Douglas, o qual chamava de Bosie. Numa época em que a homossexualidade era considerada crime, a relação amorosa acabou custando ao escritor uma sentença de prisão por “indecência grave”. Isolado da sociedade, Wilde escreveu uma carta a Bosie que ganharia o título de “De profundis” — “Das profundezas”, em português. Referência a uma passagem bíblica.
“Viagem Com um Burro pelas Cevenas” foi o segundo livro escrito por Robert Louis Stevenson — que se tornaria conhecido por obras infanto-juvenis como “A Ilha do Tesouro” e “O Médico e o Monstro”. Trata-se de um pitoresco diário narrando a travessia feita pelo autor escocês acompanhado de uma jumenta, a quem chama de Modestine, pela cadeia montanhosa das Cevenas, no sul da França.
Ainda considerado como um dos mais inovadores e desafiantes tratados biológicos já escritos, “A Origem das Espécies”, com sua abordagem sobre os processos evolutivos, chocou grande parte do mundo ocidental, quando foi lançando em 1859. Charles Darwin apresentou aos seus primeiros leitores as teorias da seleção natural, dando início a discussões fervorosas sobre o tema.
Escrito em 1859, “A Liberdade” continua influenciando diversas áreas do pensamento, como a ética e a filosofia política na atualidade. A narrativa filosófica apresenta os limites entre indivíduo, sociedade e Estado, pautados pelo preceito da autonomia e do exercício da liberdade individual.
O livro de autodescoberta narra a experiência de dois anos de isolamento de Thoreau no lago Walden, em Massachusetts, nos Estados Unidos. Com referências a temas como mitologia, história, poesia, carpintaria, fauna e flora, o autor apresenta suas ideias sobre a melhor maneira de viver em harmonia com a natureza e, portanto, exterior, mas especialmente com a nossa própria e intrínseca natureza humana.
Fundador do transcendentalismo americano, Emerson pregou o desprezo das riquezas materiais e um amor a Deus fundamentado na alegria. Seus célebres Ensaios constituem a expressão mais característica de tudo o que produziu literariamente. Trata-se de um texto rico, que aborda os pensamentos de autores como Goethe, Keats, Byron, Platão, Shakespeare, entre outros poetas e romancistas clássicos.
No livro, o grande escritor inglês Thomas De Quincey fala de sua descoberta do ópio como a revelação da verdade divina. O livro foi escrito também com o disfarçado propósito de mostrar a força específica do alucinógeno sobre a faculdade de sonhar. A verdadeira originalidade do livro não é o registro de um caso de vício, mas o fato de ser um estudo pioneiro da interferência do subconsciente nos sonhos.
Publicados em 1807, os contos eram destinados apenas ao público infanto-juvenil e jovens senhoras — para quem as peças originais não eram recomendadas devido à dificuldade da língua e ao teor erótico —, mas agradaram também aos adultos e alcançaram enorme sucesso. Com o apogeu do império britânico, a coletânea atravessou os mares, chegou aos quatro cantos do globo.
Considerado um dos documentos fundadores do feminismo, o livro denuncia a exclusão das mulheres do acesso a direitos básicos no século 18, especialmente no acesso à educação formal. Escrito em um período histórico marcado pelas transformações que o capitalismo industrial traria para o mundo, o texto discute a condição da mulher na sociedade inglesa de então, respondendo a filósofos como John Gregory, James Fordyce e Jean-Jacques Rousseau.
Na obra, o político e intelectual de histórico liberal Edmund Burke apresenta argumentos radicalmente contra a Revolução na França. Em um tom agressivo e veemente, a obra é considerada a fundadora do moderno conservadorismo político, um “livro revolucionário contra a revolução”.
Publicado em seis volumes, o estudo sobre o Império Romano é uma das principais contribuições para a interpretação da história de Roma, e a obra mais famosa da historiografia inglesa. Irônico e contundente, o historiador apresenta o que considerou o triunfo da barbárie e da religião sobre as nobres virtudes romanas. E relata mais um capítulo da história, a qual define como “pouco mais do que o registro dos crimes, loucuras e desventuras da humanidade”.
Quando ninguém ousava duvidar da monarquia como forma de governo, o inglês Thomas Paine lançou “Senso Comum”. O panfleto, publicado de forma anônima, causou um estardalhaço junto ao público: Paine conclamava a população das colônias americanas a se unirem contra a dominação britânica e assim dar início à Guerra da Independência dos Estados Unidos.
Considerado um dos grandes clássicos da filosofia, o “Tratado da Natureza Humana” ajuda a compreender como Hume — partindo da filosofia de Francis Bacon e do empirismo de John Locke — concluiu pelo ceticismo. Na obra, ele faz duras crítica à filosofia tradicional, estabelecendo ideias importantes para a formulação dos pensamentos de Kant.
“Modesta Proposta” é um dos trabalhos mais notáveis do escritor irlandês Jonathan Swift. Na genial sátira, Swift aborda a miséria que assolava a Irlanda do século 18 e ironiza o eterno descaso em relação aos pobres, sempre vistos mais como animais que como pessoas. Engraçadíssima crítica às políticas sociais desumanas da época, a obra convida o leitor a refletir seriamente sobre os vícios e as desigualdades.
“Ensaio Sobre o Entendimento Humano” é um dos principais trabalhos de John Locke. A obra tem como tema o pensamento e conhecimento humano. Locke afirma que todas as pessoas nascem sem saber absolutamente nada, como se fosse uma “folha em branco” preenchida posteriormente a partir de experiências. Trata-se de uma das principais fontes do empirismo britânico, influenciando muitos filósofos do iluminismo.
Em “Leviatã”, o autor fala das condições de dissoluções do Estado, em que somente a concentração de autoridade garante a unidade e a paz social. Suas ideias políticas apoiaram o absolutismo do século 17. Segundo o filósofo, a primeira lei natural do homem é a da autopreservação, que o induz a impor-se sobre os demais.
A obra reúne os argumentos do discurso de Milton pela liberdade de imprensa ao Parlamento da Inglaterra: o pensamento e expressão justificados a partir e por causa da especial dignidade da pessoa humana, que deveria se tornar o centro espiritual e moral autónomo de produção de sentido e cultura.
Precedido do “Tratado da Melancolia”, de Timothy Bright, “A Anatomia da Melancolia” é uma obra renascentista de influência medieval, um resumo epistemológico do seu tempo, que chegou a ser considerada a maior obra de todos os tempos. Nessa linha, surge a concepção medieval do homem como criatura de Deus, feito à sua imagem e semelhança, mas sujeito ao pecado, à queda, E ao apequenamento essencial do ser.