De repente, aquela pessoa adentra em seu post do Facebook. Lança nos comentários um GIF gigantesco, de péssimo gosto e aquilo tira a atenção do seu texto, destruindo toda a graça. Ok, você poderia bloqueá-lo. Contudo, o ideal seria contar com uma tecla no computador que impedisse a entrada de tipos sem noção assim em sua timeline. Sem dúvida, algo bem mais prático e clean, convenhamos.
Muito bom também poderia ser um controle que abrisse o chão toda vez que alguém deixasse cocô de cachorro na calçada em frente à nossa casa. Tocaríamos o botãozinho e o dono (só ele, o cachorro é irracional) cairia lá embaixo, numa espécie de fosso de fortaleza medieval. Poderia ser interessante o engenho emitir um gritinho (uuu-aaaa-iiiiiiiii!) ao ser ligado, dando um toque de ironia ao momento.
E o instante em que o motorista do Uber desprende aquele flato no interior do veículo, ignorando a presença dos passageiros? Ah, mereceria um aparelho eletrônico correspondente, não é mesmo? Que fosse sonoro e dissesse, bem alto: “francamente, moço, isso o senhor podia fazer debaixo do seu lençol!” Colaboraria com as boas maneiras e o Acordo de Paris. Muitos dizem que a tecnologia embarcada no celular hoje supre quase todas as necessidades humanas básicas. Ainda não substituiu o sexo, mas o vibracall tem muitos adeptos.
Mesmo assim, ainda faltam muitos aparelhinhos, botões, teclas e controles em nossa vã existência. Sonho com algumas dessas traquitanas, todo santo dia. Por exemplo, um dispositivo, acoplado ao telefone fixo de casa. Ele leria, em voz alta, os Direitos do Consumidor. Isso toda vez que o telemarketing de uma operadora de celular ligasse, à noite, anunciando ter uma grande novidade para o Nilmário Teles de Oliveira — que obviamente não sou eu, nem ninguém que mora comigo.
Outro que rezo para um dia ver é um botão para utilizar em consulados que exigem visto. Quando você chegasse ao guichê (depois de dias de espera), com todos os documentos solicitados numa enorme pasta, e ouvisse do atendente: “falta um”. Ou quando ele afirmasse, em tom impaciente, que a xerox específica que você trouxe não deveria ser cópia autenticada, mas o documento original.
Nesse dado momento, você acionaria o botão. O consulado inteiro então transformaria-se num bordel de Tijuana, na fronteira do México com os Estados Unidos. Os funcionários virariam mariachis, profissionais do sexo ou garçons, de sombrero, servindo tequila com sangrita. Tudo ao som de “Cielito lindo”.
Mencionei minhas vontades. E você, leitor amigo, sonha com algum botão mágico em especial? Como é que é, mocinha? Uma tecla para explodir esta crônica e transformá-la em pó de traque? Bom, é um direito seu. Mas, se for mesmo detonar, avise antes para evacuarmos os outros colaboradores da revista.