Não é de agora que a arte é motivo de controvérsia. Desde a Idade Média, várias obras se tornaram bastante polêmicas pelo conteúdo que apresentam. Nem mesmo pinturas de artistas consagrados foram poupadas de questionamentos, como ocorreu com Goya, em “Saturno Devorando um Filho” (1819-1823), que, como o próprio nome diz, representa o deus Chronos devorando um de seus filhos com a deusa Rea. Além do conhecido caso do pintor espanhol, a Bula reuniu outras nove obras que causaram polêmica ao longo da história da arte — de “O Jardim das Delícias”, de Jérôme Bosch (1503-1504); até as fotografias da série “Vagina” (2016), de Stephanie Sarley, que utilizou frutas para representar a genitália feminina. As obras estão listadas da mais recente para a mais antiga.
Stephanie Sarley fotografou frutas representando a genitália feminina e a masturbação. O conteúdo era compartilhado pela artista em sua conta no Instagram, que foi suspensa após denúncias. Além de grupos contrários que questionaram o teor de suas imagens, a artista também enfrentou uma grande polêmica ao reivindicar a autoria das fotografias, usadas em memes.
A obra data de 1996, no entanto apenas em 1999 Chris Ofili a apresentou ao público. “Virgem Maria” representa a mãe de Jesus Cristo como uma mulher negra, rodeada de genitálias femininas. Além disso, a santa católica também está com um seio a mostra. A imagem causou um grande rebuliço entre grupos religiosos católicos.
“A Impossibilidade Física da Morte na Mente de Alguém Vivo” foi bastante atacada por ambientalistas, pois foi produzida com um tubarão de verdade, conservado em substâncias químicas. O artista Damien Hirst foi acusado de crueldade e maus-tratos aos animais, além disso teve o caráter artístico de sua obra questionado.
Patrocinada pela “The National Endowment for the Arts”, uma agência do governo americano que apoio artistas, a obra não agradou grupos católicos. A imagem exibe um crucifixo mergulhado em um tanque de vidro cheio de urina do próprio artista. Ela fez parte de uma série fotográfica em que Serrano submergiu figuras clássicas em fluídos como leite, sangue e urina.
“Aula de Violão” foi pintado em 1934 pelo artista francês Balthasar Klossowski, conhecido como Balthus. No entanto, foi mostrada ao público apenas anos depois, em 1977, causando grande espanto. Nela, o autor representa uma professora de violão tocando uma aluna nua de forma íntima, como se a criança fosse o próprio instrumento musical.
“De Figuris Veneris” é uma coleção de escritos antigos sobre práticas sexuais greco-romanas. Dividido em oito capítulos, ele foi ilustrado pelo artista Édouard-Henri Avril, em 1906. Avril representou as 95 posições sexuais as quais o livro se refere. As imagens causaram mais polêmica do que a própria publicação que as originou.
Representando a nudez feminina, “A Origem do Mundo” é considerado um dos quadros mais polêmicos de toda a história da arte. Ele chocou a sociedade francesa quando foi apresentado pelo pintor realista Gustave Courbet, em 1886. Até o século 19, a nudez era aceita apenas em obras de arte que representassem mitologias antigas ou o sagrado.
Quem observa a pintura no “Metropolitan Museum of Art”, em Nova York, à primeira vista pode não desconfiar. Contudo, trata-se de uma das obras mais polêmicas do século 19. A mulher retratada é Virginie Amélie Avegno Gautreau, conhecida por uma série de infidelidades conjugais. Ela é representada usando um logo vestido preto, com decote grande para os padrões da época.
Uma das obras mais conhecidas de Goya, mostra o deus Chronos devorando um de seus filhos. De acordo com a mitologia, se trata do filho recém-nascido de Chronos com a deusa Rea. A pintura original decorava uma das paredes da casa em que o pintor viveu, mas foi passada para uma tela por Salvador Martínez, em 1873.
“O Jardim das Delícias” retrata a história da humanidade representando o Jardim do Éden, o inferno e outros dois planos laterais. Nesses últimos, estão representados os prazeres da carne, com várias práticas sexuais. Datado do início do século 16, ele impactou os diversos setores da sociedade da época em que foi exibido.