O jornal El País Brasil publicou uma lista de livros escritos por mulheres que os todos os homens deveriam ler. A Bula refinou a seleção, e reuniu as dez obras mais indispensáveis dentre as que foram citadas. Há publicações clássicas que marcaram a história da literatura mundial, como é o caso de “Bom Dia, Tristeza” (1954), de Françoise Sagan; “Jane Eyre” (1847), de Charlotte Brontë; e “Ao Farol” (1927), de Virginia Woolf. Além delas, também destacam-se livros de escritoras contemporâneas, como “Sejamos Todos Feministas” (2014), da aclamada escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie; “Livre” (2012), de Cheryl Strayed; e “Manual da Faxineira” (2015), de Lucia Berlin. Os comentários foram adaptados das sinopses das editoras.
Escrito em 1985, o romance distópico tornou-se um dos livros mais comentados em todo o mundo depois de inspirar a série homônima (The Handmaid’s Tale, no original). A trama é ambientada em um Estado teocrático e totalitário em que as mulheres são vítimas preferenciais de opressão, tornando-se propriedade do governo, enquanto o fundamentalismo se fortalece cada vez mais como força política.
O que significa ser feminista no século 21? Por que o feminismo é essencial para libertar homens e mulheres? Eis as questões que estão no cerne do livro. A autora parte da sua experiência como mulher e nigeriana para debater o que ainda precisa ser feito para que as meninas não anulem sua personalidade em função do gênero — e os meninos se sintam livres para crescer sem ter que se enquadrar nos estereótipos de masculinidade.
Mais de 20 anos depois de lançar o clássico livro “Ensaios Sobre a Fotografia”, a autora discute em “Diante da Dor dos Outros” a influência das imagens de sofrimento na vida cotidiana através dos tempos. Sontag analisa a iconografia da dor desde as pinturas de Goya, passando pela Segunda Guerra Mundial e pelo Vietnã, até chegar às imagens do 11 de setembro.
“Só Garotos” é o relato comovente da história de amor e amizade entre a cantora e poeta Patti Smith e o fotógrafo Robert Mapplethorpe. Patti revive a aventura de dois jovens irreverentes e idealistas em direção ao sucesso mundial. Além disso, também cria um retrato apaixonado, lírico e confessional da contracultura americana dos anos 1970, que ela mesma desafiou.
Aos 22 anos, Cheryl Strayed achou que tivesse perdido tudo. Após a repentina morte da mãe, a família se distanciou e seu casamento desmoronou. Quatro anos depois, sem nada a perder, tomou a decisão de caminhar 1770 quilômetros, atravessando os Estados Unidos. Cheryl não tinha experiência em caminhadas de longa distância e a trilha era bem mais que uma linha num mapa. Em sua caminhada solitária, ela se deparou perigos e precisou superar obstáculos.
O livro é centrado em Ramsay — uma mulher madura, bela, maternal e serena —, e seu marido, o sr. Ramsay — um renomado e árido filósofo, que são pais do pequeno James Ramsay, de 6 anos. Dividido em dois períodos, 1910 e 1920 — antes e depois da Primeira Guerra Mundial —, o livro marca a estrutura de classe inglesa e à radical ruptura com o vitorianismo depois da guerra.
Na França pós-guerra, a jovem Cécile e seu pai viúvo Raymond aproveitam as férias numa agradável casa da Riviera. Após alguns anos em um colégio interno, essa é a primeira oportunidade que a adolescente tem para se aproximar do pai. No entanto, Raymond resolve se casar com a conservadora madrinha de Cécile. A jovem percebe que está com a liberdade em jogo e decide pôr um fim ao casamento, mas o plano toma um rumo inesperado.
Lucia Berlin teve uma vida repleta de eventos e reviravoltas. Desse vasto repertório pessoal, ela tira inspiração para escrever os contos que a consagraram como uma mestre do gênero. Com a bravura de Raymond Carver, o humor de Grace Paley e uma mistura de inteligência e melancolia, Berlin retrata milagres da vida cotidiana, desvendando momentos de graça em lavanderias, clínicas de desintoxicação e residências de classe alta da Bay Area.
Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita. Vinte e cinco anos depois, Marjane reúne os relatos na autobiografia “Persépolis”, que emocionou leitores de todo o mundo e se tornou um sucesso de vendas.
“Jane Eyre” narra a história de vida da heroína homônima. Quebrando paradigmas e criticando a realidade vitoriana da época, ela desafia o destino imposto às mulheres e as posições sociais que elas deveriam ocupar. Recheado de características góticas, o romance possui personagens inesquecíveis e transformadores, como a figura do misterioso Rochester, patrão de Jane e peça vital da narrativa.