A National Public Radio (NPR), nos Estados Unidos, publicou uma lista com os melhores álbuns de mulheres de toda a história da música. A seleção foi realizada em parceria com o Lincoln Center e contou com a ajuda de 50 mulheres que fazem parte da NPR. Dentre os álbuns do ranking, há diferentes estilos musicais, como blues, jazz e pop. Na primeira colocação está o álbum “Blue” (1971), de Joni Mitchell; seguido de “The Miseducation of Lauryn Hill” (1998), de Lauryn Hill. Já na terceira colocação encontra-se “I Put a Spell on You” (1965), da gloriosa Nina Simone. Representando produções mais recentes da música, a ícone pop Beyoncé ocupa a sexta colocação com “Lemonade” (2016). Para ouvir, clique sobre os nomes dos álbuns.
“Blue” é considerado o melhor álbum da carreira de Joni Mitchell, além de figurar em quase todos os rankings de melhores álbuns da história da música. Em 2000, ele foi eleito pelo jornal “The New York Times” como um dos 25 álbuns que mais representam os pontos de virada na música popular do século 20. As faixas, recheadas de amor e tristeza, começaram a ser produzidas após o rompimento amoroso de Mitchell com o namorado.
O álbum solo de estreia de Lauryn Hill é o único de estúdio que a cantora produziu. Ele é considerado o precursor do estilo neo soul, e é marcado pela incorporação de elementos do hip-hop, soul, reggae e música gospel. Apenas na semana do lançamento, foram vendidas 400 mil cópias, o que fez de “The Miseducation of Lauryn Hill” o álbum mais vendido de uma mulher à época. No ano seguinte, ele rendeu cinco prêmios Grammy para Hill, que se tornou também a primeira cantora a ganhar diversos prêmios na mesma noite.
A música que dá nome ao álbum — e também à autobiografia de Nina Simone — é uma das mais conhecidas da cantora. Pensada em um tom irônico na versão original, para o álbum Nina a transformou em uma canção de amor. A faixa fez tanto sucesso que inspirou os Beatles para a criação da música “Michelle”. Outra canção de destaque entre as faixas é “Feeling Good”, que foi adaptada para um musical britânico anos depois, e marca uma fase alegre e bem humorada de Nina Simone.
O álbum foi considerado pela crítica como um dos mais influentes da música moderna, além disso também é lembrado como um dos melhores de soul e R&B de todos os tempos. O música “I Never Loved a Man (the Way I Love You)”, que dá nome ao álbum, se transformou no primeiro grande sucesso de Aretha Franklin. “Respect” também foi um fenômeno, que ganhou status de símbolo do movimento afro-americano pelos direitos civis e do movimento feminista, que estouraram na década de lançamento.
“Supa Dupa Fly” foi o álbum de estreia e que consagrou a rapper Missy Elliott. Pela primeira vez na história do gênero musical uma mulher compôs e produziu o próprio álbum. Foram mais de 1,2 milhões de cópias vendidas nos Estados Unidos. Sem apelar para imagens excessivamente sexualizadas e sem imitar o rap “gângster” hipermasculino, Elliott alcançou nada mais do que pura originalidade. A cantora também inovou no ritmo, e mesclou o jazz em suas rimas com improvisações vocais de tirar o fôlego.
O álbum de estúdio mais recente da cantora Beyoncé foi aclamado pela crítica. Ele foi lançado logo após a exibição de um média-metragem homônimo, também produzido pela artista. O título é uma referência a uma prática dos povos africanos e afro-americanos escravizados nos Estados Unidos, que bebiam limonada com a esperança de clarear a pele. Como o próprio título dá a entender, o álbum é uma crítica ao racismo, contudo, ele também é um retrato da vida pessoal de Beyoncé.
O álbum de estreia da vocalista de rock Patti Smith é considerado o precursor do punk rock nos Estados Unidos. Smith era uma admiradora do poeta francês Arthur Rimbaud, e inspirada nele decidiu escrever as próprias poesias, que foram transformadas em música no álbum “Horses”. Boa parte dos poemas foram escritos durante o relacionamento amoroso da cantora com o fotógrafo Robert Mapplethorpe — que é o responsável pela imagem de capa do álbum —, por isso as faixas são consideradas também um tributo ao amor dos dois.
Pearl é considerado o melhor disco da carreira da cantora, e foi lançado três meses antes de sua morte. O álbum mescla diferentes estilos, que parecem improváveis juntos, como blues, rock e soul. Ele alcançou o número um das paradas de sucesso em diferentes partes do mundo, fazendo de Joplin uma das artistas mais reconhecidas da história do rock, posição até então não muito comum para mulheres.
“Back To Black” é o segundo álbum de estúdio da cantora e incorpora diferentes estilos musicais, embora esteja centrado no soul. A forma emotiva de cantar de Amy Winehouse foi bastante elogiada pela crítica, que apontou o disco como um dos mais importantes da música moderna. A primeira faixa é a música “Rehab”, canção que demonstra a recusa da cantora em ser internada em um centro de reabilitação. Ela e o hit que dá nome ao álbum se transformaram em símbolos da qualidade musical da cantora.
O segundo álbum da cantora americana Carole King surpreende pela produção minimalista, que ficou a cargo de Lou Adler. Ele atingiu a primeira posição da Billboard por nada menos do que 15 semanas consecutivas. Até hoje, “Tapestry” é o álbum de uma mulher que ficou mais tempo na posição. Todas as canções foram escritas por King, que recebeu quatro prêmios Grammy, e vendeu mais de 25 milhões de cópias. Em 2003, o álbum foi classificado pela revista “Rolling Stone” como um dos 40 maiores álbuns de todos os tempos.