O jornal britânico The Guardian publicou uma lista com as melhores cenas sexuais do cinema, da televisão e da literatura. A seleção foi realizada pelo jornalista e crítico literário Alex Preston, e faz um passeio por obras de diferentes formatos e períodos. O primeiro recorte do ranking é do livro “Madame Bovary”, de Gustav Flaubert, um dos ícones da literatura mundial. Já o segundo colocado é uma cena da série “House of Cards”, na qual os protagonistas seduzem um guarda-costas. “Delta de Vênus”, um livro clássico da literatura erótica escrito por Anaïs Nin, ocupa o terceiro do lugar. Seguido da longa cena de sexo entre Emma e Adèle, do filme “Azul é a Cor Mais Quente”, na quarta colocação.
A cena de sexo de Madame Bovary e Léon na carruagem é uma das mais famosas da história da literatura. O máximo de nudez que é possível captar, conforme narra o autor, é uma mão sem luva que desliza sob a cortina amarela da cabine do veículo, jogando fora papéis picados — a carta de recusa que Bovary havia escrito para Léon na noite anterior. Com uma narrativa sutil, que oferece poucos e simbólicos elementos, a cena provoca a imaginação do leitor e demonstra que a melhor descrição pode ser o “não dito”.
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A cena de sexo a três, do 11º episódio da segunda temporada da série, surpreendeu os fãs . Nela, Frank Underwood e sua esposa, Claire, seduzem seu guarda-costas, Meechum. Claire está em casa tomando um drink com o segurança quando Underwood chega. A mulher, então, começa a beijar Meechum, em seguida o marido também o beija. O que vem a seguir fica para a imaginação dos espectadores. A cena faz referência a uma passagem da primeira temporada, em que fica subentendida uma relação homossexual de Frank na juventude.
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O livro, escrito por encomenda, é considerado uma obra-prima da literatura erótica. Ele reúne diversos contos, entre eles, “Elena”, que é centrado em três mulheres: Bijou, Leila e Elena. A narrativa salta de uma perspectiva para a outra constantemente. Em um dos pulos, de um café para o quarto de Leila, o leitor é pego em cheio com uma cena de sexo entre as três mulheres. À luz de velas, com queima de incenso e em uma cama de travesseiros macios, Nin descreve detalhadamente e atormentadamente a luxúria do triângulo amoroso.
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O filme, que narra o relacionamento amoroso de Adèle e Emma, possui uma cena de sexo de seis minutos, tempo bastante extenso para o cinema. As atrizes que deram vida às personagens, Léa Seydoux e Adèle Exarchopoulos, usaram próteses vaginais para as gravações, que duraram dez horas diárias durante uma semana. Quando o filme foi lançado, Léa e Adèle criticaram o rigor do diretor durante as filmagens, dizendo que foram constrangidas por ele. As declarações causaram grande polêmica, mas foram abafadas pelo sucesso que o filme obteve.
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O único filme de Genet é ambientando em uma prisão francesa sem nome, onde um guarda sente prazer em observar as tentativas dos prisioneiros de se relacionarem. Em uma das cenas, dois presos argelinos e um francês se masturbam em suas celas adjacentes ao som de música árabe. O francês empurra um pouco de palha em um buraco na parede, enquanto os argelinos acendem um cigarro e sopram a densa fumaça através dela, que toma o ambiente, recheando-o de significados.
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O escândalo em torno da cena sexual entre os protagonistas Donald Sutherland e Julie Christie explodiu antes que o filme fosse lançado. Despertando indignação até no Brasil, que vivia o período ditatorial, boatos afirmavam que os atores fizeram sexo de verdade nas filmagens, o que não foi confirmado oficialmente. Carregado de um forte teor emocional, a cena mostra momentos quentes do casal depois do afogamento de sua filha, que cai em um lago. O filme é uma das grandes referências de terror psicológico do cinema.
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Na sexta temporada da série, Buffy e o vampiro Spike, recentemente ressuscitados, estão lutando em uma casa abandonada. Surpreendentemente, os golpes dos personagens se transformam em carícias e as coisas tomam um rumo diferente. O sexo se dá em um ritmo gráfico, pois à medida que os sentimento inflam, a casa desmorona em torno deles, criando um desfecho surpreendente e icônico. Não é exagero dizer que a cena alimentou as fantasias de uma geração de adolescentes.
As marionetes de “Team America: Detonando o Mundo”, criadas pelos progenitores do South Park — Trey Parker e Matt Stone — sentiram a ira dos censores dos Estados Unidos. Em uma das cenas, o herói Gary e sua namorada Lady mantêm uma relação sexual hilária e inquietante, que foi completamente cortada do filme. Nunca se imaginou que uma cena sexual entre dois personagens que sequer possuem genitais poderia ser tão marcante e causar tanta controvérsia.
O livro foi impedido de ser publicado à época de seu lançamento em razão das cenas de sexo e “palavras inapropriadas”, e só saiu da lista de obras censuradas em 1960. As descrições detalhadas dos encontros sexuais de Constance Chatterley e seu amante, Oliver Mellors, foram consideradas revolucionárias para a literatura. A mulher, cujo marido se feriu na guerra e ficou paraplégico, é símbolo de um vasto contexto social e político da época, que Lawrence critica no livro com ajuda das cenas escandalosas.
O livro é considerado um retrato da juventude yuppie dos anos 1980. Ele é marcado por uma picante cena entre o ingênuo Nick Guest e o seu adorável colega de faculdade, Leo, em uma floresta fechada do Kensington Park. Classificada como frenética, sem fôlego e engraçada, a cena retrata a primeira relação sexual de Nick, que se emociona com a novidade e vê beleza em tudo. Logo após o lançamento, o livro recebeu o prêmio “Booker Prize de 2004”, o mais relevante da literatura na comunidade britânica e irlandesa.