A revista “Rolling Stone” publicou uma lista com os 100 melhores álbuns de heavy metal de todos os tempos. A seleção levou em conta apenas discos lançados após 1970 — ano que marcou oficialmente o nascimento do gênero musical. Além disso, também foram utilizados outros critérios, como consistência, prêmios recebidos e impacto – que de acordo com a revista permitiram um reflexo fidedigno do poder, legado e diversidade do heavy metal. Apesar de uma centena parecer quantidade mais do que suficiente para as colocações do ranking, as legendárias produções de ícones do rock pesado deixaram a escolha bastante complicada. Na primeira colocação está “Paranoid” (1970), do Black Sabbath; seguido do álbum “Master of Puppets” (1986), do Metallica; e em terceiro “British Steel” (1980), da banda Judas Priest.
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“ ‘Paranoid’ é importante porque é o modelo do heavy metal”, disse o vocalista da banda Judas Priest, Rob Halford, nas notas de reedição do álbum em 2016. “Ele (o álbum) levou o mundo a um novo panorama de som e cena”, completou. Declarações que não são nenhum exagero, pois desde a primeira faixa até a última, a voz cortante de Ozzy Osbourne descreve tudo o que apareceria nas próximas gerações do rock. A música é escura e sombria, com riffs de guitarra inspirados no blues, e um solo de bateria. O disco tornou-se o mais vendido da banda, e possui alguns de seus maiores sucessos, como o icônico “Iron Man”.
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O álbum é considerado o melhor da banda. Ele foi o terceiro gravado em estúdio e o último que conta com a presença do baixista Cliff Burton, que morreu em um acidente de carro na Suécia, durante uma turnê. As faixas começam com guitarras acústicas ameaçadoras interpretando uma melodia triunfal e sonora em espanhol. Depois da introdução da bateria, surgem os riffs galopantes, esmagadores e sombrios, que fazem de “Master of Puppets” uma obra-prima do começo ao fim. O álbum foi bem recebido pela crítica, que elogiou principalmente a energia e letras de cunho político.
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“British Steel” é o sexto álbum de estúdio da banda britânica Judas Priest. Em pleno ápice do Heavy Metal no cenário do rock, o grupo resolver inovar. “Reduzimos o comprimento das músicas, aumentamos a emoção e o tempo, e fizemos algo que todos pensavam que não se podia fazer, que nunca foi aceitável como heavy metal: introduzimos a melodia”, revelou o guitarrista Glenn Tipton à “Rolling Stone”. Entre as faixas do disco foi incluída a canção “Killing Machine”, que se popularizou em larga escala e é apontada como exemplo da tentativa da banda em produzir músicas mais comerciais.
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O terceiro álbum da banda, “The Number of the Beast” marcou a estreia do novo vocalista Bruce Dickinson, que substituiu Paul Di’Anno. Além disso, também foi o último com o baterista Clive Burr. Considerado um sucesso pelo público e pela crítica, ele alcançou a primeira posição de vendas no Reino Unido, eternizando canções célebres como “The Number of the Beast” — que dá nome ao disco — e “Run to the Hills”. Nos Estados Unidos, o uso de imagens religiosas na capa e a alusão ao diabo no título geraram grande polêmica, sob acusações de promoção do satanismo.
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O heavy metal tal qual o conhecemos hoje foi estabelecido em 1970 no disco de estreia homônimo do Black Sabbath. A banda, que começou como um grupo de blues em 1968, se inspirou em filmes de terror. O objetivo era transmitir a mesma experiência horripilante das telonas através da música. Outra fonte de inspiração foi uma experiência assustadora do baixista Geezer Butler. “Eu acordei em um mundo de sonhos, e havia essa coisa negra no fundo da cama, olhando para mim”, revelou. Os temas das músicas, no entanto, eram diversos. As canções falam de políticos enviando pessoas para a guerra, mortes por doenças, entre outras coisas — tópicos que se tornariam clichês de rock mais tarde.
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“Reign in Blood” começa em 210 batidas por minuto com a música “Angel of Death”. Suas 10 canções são construídas em riffs de guitarra rígidos de Kerry King e Jeff Hanneman e solos expressionistas abstratos. O álbum é o terceiro da banda e o primeiro lançado em um grande estúdio. Uma das gratas surpresas foi a colaboração de Rick Rubin, que até então era conhecido por produzir bandas de hip-hop. Ele foi uma das figuras apontadas como responsável pela evolução do grupo no campo da música. Para o disco, o grupo decidiu abandonar os conteúdos satânicos para abordar a morte, anti-religiosidades e insanidade.
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“No Remorse” é uma coletânea que demonstra a fórmula adotada genialmente pelo grupo em seus 40 anos de história, com a utilização dos mesmos padrões musicais. Apesar de serem consideradas diferentes amostras do mesmo, em função da repetição de elementos musicais, cada trilha é singularmente incrível. O disco foi o primeiro com a nova formação: Lemmy, Phil Campbell, Würzel e Pete Gill — Lemmy foi o único membro constante da banda até a sua morte, em 2015. Entre as faixas está “Ace of Spades”, que é considerada o maior sucesso do grupo em todos os tempos.
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O álbum “Peace Sells… but Who’s Buying?”, “Paz Vende… mas Quem está comprando?”, em português, é o segundo álbum de estúdio da banda. Ele é considerado um clássico, pois figurou como um verdadeiro marco para o heavy metal. Durante as gravações, a banda conseguiu amadurecer e demonstrar que tinha som de qualidade para exibir. As músicas foram aclamadas pela crítica e pelo público, especialmente pela temática utilizada. O título e também a imagem utilizada na capa do álbum são apontadas como menções à Guerra Fria. Em 2011, foram editadas todas as três versões para as celebrações do 25º aniversário do álbum.
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Após sua saída de da Black Sabbath, em 1979, Ozzy teve problemas para conseguir um novo contrato de gravação. Nem seus maiores fãs adivinhariam que ele estava prestes a retornar à carreira em grande estilo, lançando o seu primeiro álbum solo. “Blizzard of Ozz” foi um registro notavelmente forte e focado, cujos destaques, incluindo “I Do not Know”, “Crazy Train” e a controversa “Suicide Solution”, eram mais modernos do que qualquer coisa que ele fez com o Black Sabbath. O álbum foi um sucesso comercial, com mais de 6 milhões de cópias vendidas.
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O álbum marcou o groove metal como gênero definitivo da banda. Além disso, ele é considerado um dos álbuns mais influentes dos anos 1990, dentre todos os estilos musicais. Muitas das canções mais conhecidas do Pantera vieram dele, como é o caso de “Fucking Hostile”, “Mouth for War”, “This Love” e “Walk”. O título do álbum seria uma referência ao filme “O Exorcista” (1973), no qual o padre pede que o demônio rompa suas amarras usando sua força maligna, ao que a entidade responde: “that’s much too vulgar a display of power”, “isso seria uma demonstração de poder muito vulgar”, em tradução livre.