Se tem uma coisa que mãe gosta mais do que perguntar se você já comeu, é ganhar presente no Dia das Mães. E vamos combinar: depois de anos recebendo pano de prato, flores que duram 12 horas e porta-retrato com sua foto de 2007, talvez esteja na hora de subir o nível. Um bom livro é sempre uma escolha elegante (e salva sua reputação na família). Afinal, poucas coisas dizem “te amo” com mais classe do que uma dedicatória caprichada e uma história que ela vai lembrar por semanas — ou que vai parar direto na estante pra enfeitar, mas com amor.
E antes que alguém diga “mas minha mãe não tem tempo pra ler”, vamos parar por aqui. Mãe lê até pensamento. Lê mensagem no grupo da família, legenda de foto alheia, bula de remédio e manual do micro-ondas. Se o livro for bom, ela arranja tempo. Nem que seja às 3h da manhã, no silêncio da casa, enquanto toma um chá e repensa decisões de 1989. O segredo é escolher uma história que a prenda, que faça rir, chorar ou querer recomendar pra todo mundo na padaria — porque mãe é assim, compartilha o que ama.
Então chega de desculpa e bora pra lista! Separamos cinco livros que têm tudo pra agradar diferentes estilos de mãe: as românticas, as reflexivas, as sonhadoras, e até as que dizem que não gostam de livro, mas que “se for curtinho até lê”. Tem de tudo um pouco — só não tem autoajuda que começa com “desperte o gigante interior”, porque, sejamos honestos, se tem alguém que já é gigante sem precisar de manual, é a sua mãe.

Uma coletânea de histórias, mitos e contos populares analisados à luz da psicologia junguiana, que busca reconectar mulheres com seu instinto mais selvagem, criativo e livre. Clarissa Pinkola Estés reúne elementos da tradição oral para mostrar como a força interior feminina muitas vezes é abafada por pressões sociais. O livro propõe uma jornada simbólica de autoconhecimento e resgate da essência. É leitura densa, mas rica, ideal para mães que gostam de refletir profundamente. Combinando literatura, psicanálise e cultura, se tornou um clássico entre mulheres de várias gerações.

Ambientado em Belo Horizonte, o romance acompanha o entrelaçamento da vida de três personagens: Dalva, uma mulher marcada pela dor; Venâncio, seu marido; e Lucy, uma prostituta. A narrativa aborda temas como perdão, culpa e desejo, e traça um retrato intenso das emoções humanas. O texto é direto e ao mesmo tempo poético, com cenas fortes e grande carga emocional. Ideal para mães que gostam de histórias que mexem fundo, que fazem parar e respirar fundo. Carla Madeira constrói um drama íntimo com ritmo envolvente e linguagem acessível.

Três mães com vidas aparentemente perfeitas se veem envolvidas em um mistério após um crime na escola dos filhos. A história mistura drama, humor ácido e crítica social, revelando segredos e tensões por trás das aparências. Cada personagem tem sua complexidade e sua trajetória, o que torna a leitura envolvente e cheia de reviravoltas. O livro inspirou uma famosa série de TV, mas na versão original há mais nuance e profundidade. Ideal para mães que gostam de suspense, mas sem abrir mão de personagens bem construídos e temas contemporâneos.

Durante uma temporada na praia, Leda, uma professora universitária de meia-idade, observa uma jovem mãe com sua filha pequena e começa a rememorar sua própria experiência com a maternidade. As lembranças despertam sentimentos ambíguos, tensos e por vezes sombrios. A narrativa desconstrói o ideal romântico da mãe abnegada e mergulha em conflitos íntimos. Ferrante escreve com precisão e incômodo, criando uma protagonista complexa e real. É um livro curto, mas denso, ideal para mães que gostam de histórias que desafiam convenções e abrem espaço para o não-dito.

Alice Howland é uma renomada professora de Harvard quando começa a perceber lapsos de memória e dificuldades cognitivas. Diagnosticada com Alzheimer precoce, ela precisa lidar com a perda gradual de sua identidade enquanto tenta manter seus laços familiares. A narrativa é sensível e impactante, contada do ponto de vista da própria Alice, o que torna o avanço da doença ainda mais tocante. O livro humaniza o Alzheimer de maneira comovente e honesta, sem cair no melodrama. Ideal para mães que valorizam histórias emocionantes e cheias de empatia.