O jornal britânico “The Guardian” publicou uma lista com as dez melhores pinturas de amor da história da arte. A seleção foi realizada pela jornalista e crítica de arte Laura Cumming, e reúne obras de diversos artistas, pertencentes a variados movimentos estéticos. Entre os primeiros colocados estão os clássicos “A Noiva Judia” (1666), de Rembrandt, na primeira colocação; “The Honeysuckle Bower” (1609), de Rubens, em segundo lugar; e “A Surpresa” (1718), de Watteau, em terceiro. Representando obras mais recentes foram lembrados a pop-art “Love” (1965), de Robert Indiana, na décima colocação; antecedido da pintura “A Ressurreição” (1945), de Stanley Spencer.
O quadro é considerado um dos mais belos e misteriosos do artista. Ele retrata um homem e uma mulher vestidos elegantemente, mas não oferece muitos elementos sobre o ambiente – apresentando apenas um vaso de planta e parte de uma parede detrás de ambos. Um dos aspectos que mais chama a atenção da obra são os olhares distantes do homem e da mulher, que parecem estar em profunda meditação.
A obra é um autorretrato de Rubens e sua esposa Isabela Brandt, com quem o artista se casou em 1609. Pertencente ao estilo barroco, o movimento e cor da pintura lhe emprestam um ar de sensualidade, que a fizeram destacar-se entre os trabalhos do pintor flamengo. A planta que aparece ao lado do casal, conhecida como madressilva, simboliza o amor conjugal e a união. Especula-se que o quadro foi pintado no mesmo ano do casamento dos dois.
“A Surpresa” mostra um homem e uma mulher abraçados e beijando-se, enquanto um músico toca um instrumento de corda, e um cachorro observa os três. Carregada de romantismo e um movimento impressionante, a obra permaneceu desaparecida de 1848 a 2008 — até então era conhecida apenas por uma cópia presente no palácio de Buckingham, em Londres —, quando foi encontrada em uma casa de campo na Inglaterra.
A obra foi inspirada em uma viagem de Renoir a Itália, realizada em 1881, na qual ele teve contato com pinturas de Rafael. Ao retornar, o pintor decidiu realizar uma mudança estética, tentando se afastar do impressionismo. Em “Dança no Campo”, as pinceladas que deram forma a um casal que dança, são mais precisas e a paleta de cores também se diferencia fortemente de pinturas anteriores do artista.
O quadro representa o beijo entre um homem e uma mulher, a última aparentemente de joelhos. A posição do casal e as cores variadas e intensas formam um conjunto que permite mais de uma possibilidade de interpretação. Alguns críticos consideram a pintura como uma símbolo da união erótica. No entanto, outros admitem que se trata de um questionamento da identidade de duas pessoas e dois sexos.
“O Aniversário” é uma homenagem de Chagall à sua esposa, Bela Rosenfeld. Acredita-se que a pintura foi feita após o retorno do casal da França para a Rússia. A tela impressiona por seus detalhes, não apenas na representação do casal que flutua no centro da tela, mas também pelos bordados na cobertura da cama, as flores, o papel de parede no corredor, entre outras minuciosidades.
A obra é considerada perturbadora e instigante ao mesmo tempo. A sua origem é um mistério, porém acredita-se que está associada a Fantôma, um personagem da literatura francesa que está sempre com o rosto coberto. Outra teoria associa a pintura à mãe de Magritte, que morreu tragicamente depois de se jogar em um rio. Ela foi encontrada com o tecido do próprio vestido envolto na cabeça.
Também conhecido como “Diego em Meu Pensamento”, o autorretrato mostra a Frida Kahlo vestida como Tehuana, um traje típico mexicano, e com o ex-marido Diego representado em sua fronte. O quadro começou a ser pintado em 1940, ano de divórcio do casal, mas só foi finalizado três anos depois. A obra possivelmente demonstra a dificuldade da artista em tirar o ex-companheiro de seus pensamentos.
“A Ressureição” apresenta a noção poética de que depois da morte o que sobrevive é o amor. A tela é foi inspirada em uma visita de Spencer ao cemitério de Port Glasgow, na Escócia. Nela, são representados amantes cadavéricos fora de seus túmulos, abraçando-se e beijando-se em um momento de retorno à vida. A obra foi classificada por críticos como “um abraço de corpo inteiro”.
O artista norte-americano Robert Indiana criou uma pop-art considerada um pictograma moderno. A palavra “love”, amor em português, é representada em vermelho, contrastando com o fundo azul e verde. A imagem foi criada em 1964, como um selo comemorativo para o Museu de Arte Moderna de Nova York. No entanto, em 1970 foi transformada em uma escultura, que ganhou fama mundial.