Papa Francisco foi um verdadeiro marco da Igreja Católica, tanto entre os fiéis quanto entre os ateus. O motivo disso? Sua personalidade carismática, seus gestos de humildade, suas palavras de compaixão e sua busca incessante por diálogo entre pessoas de diferentes opiniões. No entanto, há um fato sobre o Papa Francisco que poucos conhecem e que revela ainda mais sobre seu caráter e sensibilidade: o amor que ele tinha pelo cinema.
Papa Francisco já havia revelado que, em 1990, por voto pessoal, decidiu renunciar à televisão, mas isso nunca quis dizer que seu apreço e valorização pelas artes audiovisuais diminuíram. Para ele, o cinema era muito mais que entretenimento — era uma ponte entre a arte e a misericórdia, já que os filmes revelam diferentes pontos de vista de seres humanos bastante distintos. Através dos filmes, ele se sentiu profundamente tocado por temas ligados à redenção, desigualdade, perdão, sofrimento… temas que dialogaram diretamente com seu pontificado.
Ao conhecermos os filmes favoritos de Papa Francisco, conseguimos compreender um pouco mais sobre o homem por baixo da batina branca. Suas obras favoritas, listadas com base em entrevistas, livros e documentos, são marcadas por poesia, simplicidade e delicadeza. Não há um blockbuster sequer — filmes com efeitos monumentais, explosivos e grandiosos — mas todos tratam da dignidade dos pequenos e do valor da compaixão.
Os filmes de Francisco perpassam continentes e gerações, mas têm em comum a busca por sentido em meio à dor, ao caos e ao cotidiano. Para ele, uma boa história, capaz de abrir os corações, também abre janelas de empatia. Seu amor pelos filmes o acompanhou desde a juventude, em Buenos Aires, até seus últimos dias no Vaticano.
Nessa lista, a Revista Bula reúne as obras mais queridas de Papa Francisco, aquelas que revelam sua escolha pastoral, seu olhar sobre o mundo e, sobretudo, sua crença no poder transformador de histórias bem contadas. Suas preferências nunca foram estéticas, mas éticas, porque seu tipo de cinema era aquele que falava do que mais importa: a dignidade de cada ser humano.

Este filme dinamarquês é frequentemente citado como o favorito do Papa Francisco. Ele o mencionou em entrevistas e em sua exortação apostólica “Amoris Laetitia”. A história retrata uma comunidade protestante austera que experimenta uma transformação espiritual por meio de um banquete preparado por Babette, uma refugiada francesa. O Papa destacou como o filme ilustra a importância da alegria, da generosidade e da graça na vida cristã.

Em diversas ocasiões, o Papa Francisco expressou sua admiração por este clássico do neorrealismo italiano. Ele se identificava com a personagem Gelsomina e via no filme uma referência a São Francisco de Assis. A narrativa acompanha a jornada de uma jovem vendida a um artista de rua, explorando temas de amor, sofrimento e redenção.

Este filme marcou profundamente o Papa durante sua juventude na Argentina. Ele mencionou a atuação de Aldo Fabrizi como o padre que resiste à ocupação nazista como especialmente impactante. A obra é considerada um marco do cinema neorrealista e aborda a resistência italiana durante a Segunda Guerra Mundial.

Baseado no romance de Giuseppe Tomasi di Lampedusa, o filme retrata a transição social e política na Sicília do século 19. O Papa apreciava a forma como a obra abordava a decadência da aristocracia e as mudanças inevitáveis da história, temas que ressoavam com sua visão sobre a necessidade de adaptação e reforma na Igreja.

Adaptação do clássico romance de Alessandro Manzoni, este filme foi lembrado pelo Papa como uma das obras que assistiu com seus pais na juventude. A história de amor e fé em meio a adversidades reflete valores que ele considerava fundamentais na vida cristã.