O tempo que resta para ser esquecido
Um dia, dominado pela pilha de nervos provocada pela Doença de Chagas, o meu velho correu até a sede da fazenda, catou o 38 e disparou um pipoco certeiro na fronte do boi tinhoso que estava apartado das demais reses. Ninguém entendeu nada. Foi uma cena bestial que redundou num baita prejuízo financeiro e emocional. A gente tinha assistido à execução sumária, mal calculada, do único reprodutor do rebanho. Como dívida impagável, o meu velho ficou com aquele ato de bruteza arquivado na gaveta da memória.