Remake de um dos maiores sucessos da comédia britânica, com Chris Rock e Martin Lawrence, acaba de chegar à Netflix Divulgação / Screen Gems

Remake de um dos maiores sucessos da comédia britânica, com Chris Rock e Martin Lawrence, acaba de chegar à Netflix

Remake homônimo do filme de Frank Oz, lançado em 2007, “Morte no Funeral”, de Neil LaBute, apresenta poucas diferenças em relação ao original. Se isso é verdade, então por que o primeiro foi aclamado, enquanto o segundo foi massacrado pela crítica? Talvez a pergunta correta seja: por que refazer algo tão recente que deu tão certo?

Filmes como “Morte no Funeral”, de 2010, nos fazem refletir sobre a falta de novas ideias e criatividade no cinema hollywoodiano, que parece sempre reciclar conceitos bem-sucedidos no cinema internacional e independente. Até mesmo Peter Dinklage interpreta o mesmo papel que desempenhou na versão original. Por quê?

No remake, os produtores apostam em um elenco predominantemente negro, com grandes estrelas: Chris Rock, Martin Lawrence, Keith David, Loretta Devine, Danny Glover, Kevin Hart, Zoe Saldana, Tracy Morgan, Regina Hall… uma verdadeira constelação. É difícil imaginar que um elenco tão poderoso e talentoso pudesse participar de uma produção tão fracassada.

A verdade é que nenhum dos artistas pareceu inspirado por seus papéis e, ao invés de criar algo criativo e prazeroso, apenas cumpriram uma tarefa. Enquanto isso, o original parece muito mais bem encaixado, tanto no que diz respeito ao elenco e aos personagens que representam, quanto às piadas na cultura britânica. Quando se faz um remake de algo tão bem-sucedido, é fundamental lembrar que é necessário conquistar o público com elementos surpresa. É preciso trazer diferenciais. A versão de LaBute não só não surpreendeu, como também entediou os espectadores.

Os atores parecem enfadados com seus próprios papéis, não conseguindo dar vida a eles, reproduzindo-os de forma morna e desidratada, enquanto tudo funciona muito melhor na versão britânica, em que as piadas se encaixam perfeitamente no estilo de humor ácido e adoravelmente desagradável dos ingleses.

Na versão americana, a abordagem é mais pastelão e menos contida. O ponto positivo é que o humor é mais acessível e menos intelectualizado e refinado do que o britânico, tornando-o muito mais democrático.

O enredo gira em torno do funeral de um patriarca da família, cujos filhos, Aaron (Rock) e Ryan (Lawrence), tentam manter o controle da cerimônia enquanto situações absurdas e escandalosas estão prestes a transformar o evento em um verdadeiro caos. Entre essas situações, o noivo de Elaine, Oscar (James Marsden), é drogado por outro convidado e, em vez de impressionar a família da noiva, acaba se comportando de maneira bizarra e cômica.

Além disso, a presença do namorado do falecido, Frank (Dinklage), ameaça manchar o nome do patriarca ao revelar aos filhos que os dois foram amantes e ao exigir uma recompensa de 30 mil dólares em troca de não divulgar fotos íntimas dele com o falecido.

As intensas tentativas dos filhos de manter a reputação do pai intacta, e esconder toda a situação de sua mãe, geram situações ainda mais escandalosas e insanas. O mote do filme é justamente o constrangimento que ameaça a seriedade de um evento tão solene e fúnebre quanto um funeral.


Filme: Morte no Funeral
Direção: Neil LaBute
Ano: 2010
Gênero: Comédia
Nota: 7