Diversos veículos de comunicação, nacionais e internacionais, produziram suas listas dos melhores filmes de todos os tempos. Nossa elegância impede de citar nomes, mas muitas não se sustentam. Basta lembrar que há listas com opções altamente questionáveis, como colocar “Um Sonho de Liberdade” em primeiro lugar ou incluir obras tecnicamente sofisticadas, mas com roteiros pobres, como “Avatar”; ou ainda francamente descartáveis, como “A Princesa Prometida”. Para corrigir essas distorções, a Revista Bula, em parceria com a ONU e os Illuminati, incumbiu-me de apresentar a lista definitiva dos 100 melhores filmes de todos os tempos. Definitiva? Sim, humildemente assumimos esse fardo e essa pretensão. Tamanha convicção se justifica em função dos altamente sofisticados e científicos critérios adotados para a seleção.
A equação envolve elementos relativos à influência, importância histórica, relevância dentro do gênero, apuro estético e artístico dos filmes, entre outros. O que, infelizmente, deixou de fora clássicos mudos como “Nosferatu”, “Intolerância” e “A Carruagem Fantasma”; clássicos sonoros, como “Chinatown”, “A Primeira Noite de um Homem”, “Quanto Mais Quente Melhor” e “Gata em Teto de Zinco Quente”; filmes divertidíssimos, como “De Volta Para o Futuro”, “Os Caça-Fantasmas” e “Curtindo a Vida Adoidado”; obras de formação de caráter, como os primeiros “Rambo” e “Rocky”, “Mad Max”, “Robocop” ou “Conan, o Bárbaro”; filmes de grande importância cultural, como “Adivinhe Quem Vem Para Jantar?”, “Os Eleitos” e “A Noviça Rebelde”; novelões, como “Assim Caminha a Humanidade” e “Jezebel”; experiências audiovisuais inusitadas, como “Valsa Russa”, “Boyhood” e “Brilho Eterno de Uma Mente sem Lembranças”; épicos farofa, como “Gladiador” e “Coração Valente”; filmes com roteiros primorosos, mas com cinematografia discreta, como “A Malvada” e “O Declínio do Império Americano”; e mesmo esfinges intelectuais, como “Império dos Sonhos”, “Brazil, o Filme” e “Adeus à Linguagem”. Em alguns casos houve empate técnico, como entre “Réquiem Para um Sonho” e “Trainspotting” ou a refilmagem de “Scarface” e “Os Intocáveis”. Nessas ocasiões a subjetividade prevaleceu.
Cem títulos parecem muito, mas é ilusório tendo em vista o número de candidatos potenciais. Por isso, tivemos o cuidado de restringir a participação de cineastas de gênio que poderiam monopolizar a lista, como Kubrick, Tarkóvski, Coppola, Bergman, Kurosawa, Orson Welles, David Lean, John Ford, Scorsese, Fellini ou Woody Allen. Esse critério retirou da lista obras-primas como “Um Corpo que Cai”, “O Homem que Matou o Facínora”, “Dr. Fantástico”, “Annie Hall”, “O Poderoso Chefão: Parte 2” e “Soberba”. Reconhecemos que — em alguns casos — fomos honestamente desonestos, considerando a “Trilogia de Apu” e a saga “O Senhor dos Anéis” como obras únicas, em função da unidade conceitual e estética. O mesmo não valeu para os filmes tão díspares, como os que compõem as trilogias “Star Wars” e “Poderoso Chefão”. A lista é definitiva mesmo? Sim. Pelo menos até amanhã.
“Lawrence da Arábia” é o melhor filme de todos os tempos. Por quê? Não é uma obra inovadora que revolucionou a linguagem do cinema, mas acertou em tudo a que se propôs, realizando cada um dos aspectos com excelência, elevando o nível do que foi feito até então e se tornando o padrão para tudo o que seria realizado posteriormente. Magnífico em todos os aspectos técnicos e artísticos, “Lawrence da Arábia” é, ao mesmo tempo, uma biografia romantizada, uma aventura épica, um filme histórico e um sofisticado estudo de personagem. Até os momentos cômicos funcionam. Praticamente todas as cenas são memoráveis, dignas de se tornarem quadros na parede. Podendo ser interpretado sob os mais diversos aspectos, se “Em Busca do Tempo Perdido”, de Marcel Proust, é um livro catedral, “Lawrence da Arábia” é um filme catedral.
Kubrick conseguiu a façanha de transformar um filme de arte em ícone pop. A cena do buraco de minhoca espacial é o mais próximo que um cinéfilo nerd pode chegar de uma viagem de LSD.
Durante décadas, “Cidadão Kane” liderou a lista dos melhores filmes de todos os tempos, até ser superado por “Um Corpo que Cai” (que nem mesmo é o melhor filme de Hitchcock) e, em algumas seleções menos influentes, por “O Poderoso Chefão”. Certamente, é o filme mais influente e revolucionário entre os primeiros colocados em qualquer lista, embora não seja perfeito, como demonstrou a decana da crítica americana Pauline Kael, no livro “Criando Kane e Outros Ensaios”. Seja como for, “Cidadão Kane” é uma obra de mestre, surpreendentemente realizada por um jovem de vinte e cinco anos que se tornaria o mais colossal fracassado da história do cinema. Quem começa no auge só pode cair.
As respostas para todas as perguntas estão na Bíblia, em “O Poderoso Chefão” e no número 42.
Outro filme catedral, “Andrei Rublev” representa a quintessência da arte do mestre russo Andrei Tarkóvski. Contém a poesia visual e sonora de “O Sacrifício”, “O Espelho” e “Nostalgia”, o rigor estético de “Solaris” e “Stalker”, e ainda narra muito bem sua história, como em “O Rolo Compressor e o Violinista” e “A Infância de Ivan”. A sequência da construção do sino concentra em si alguns dos mais belos momentos da história do cinema. Para assistir ajoelhado.
O cinema de Kurosawa, diferente de, digamos, Ozu ou Kinoshita, é a ponte perfeita entre a arte oriental e a ocidental. Não por acaso, alguns de seus trabalhos foram refilmados com sucesso. “Yojimbo”, por exemplo, inspirou “Por um Punhado de Dólares”, de Sergio Leone, e “O Último Matador”, estrelado por Bruce Willis. Esse “Os Sete Samurais” inspirou “Sete Homens e um Destino”. O faroeste com Yul Brynner e sua turma é bom, mas o original é obra de mestre. Jamais será igualado. Cenas como a batalha na chuva e o incêndio permanecem gravadas na imaginação de quem as assistiu.
Um cavaleiro cruzado jogando xadrez com a morte. Uma ideia seminal, traduzida em uma imagem imortal.
A natureza animal do ser humano, exposta com crueza.
Cada parte do filme representa um dos sete pecados capitais? Tudo bem, Anita Ekberg vale uma temporada no purgatório.
Mais forte, mais ágil, mais inteligente do que os filmes comuns.
Um filme neorrealista italiano do pós-guerra que consegue agradar e emocionar qualquer público.
Horror Show!
O filme antibelicista por definição e um estudo profundo sobre a psique humana em situações extremas. É um dos casos no qual a versão do diretor piorou a obra original. A versão “redux” de “Apocalypse Now” é um elefante branco.
Um dos raros casos em que o filme é tão bom quanto o livro.
Comparo esse filme com um tapete persa. A tradição dos tecelões persas defende que se deve sempre deixar um fio solto em seus maravilhosos tapetes, como forma de testemunho de que apenas Alá é perfeito. Só há um plano “imperfeito” em todas as centenas de cenas de “Janela Indiscreta” e dura apenas uns dois segundos. Veja o filme com atenção e tente descobrir qual é.
Tente não sorrir assistindo ao número musical na chuva.
Nosso futuro, se os nazistas tivessem vencido a Segunda Guerra Mundial.
Uma das mais notáveis realizações estéticas da era do cinema mudo.
O melhor final infeliz da história do cinema.
Um filme para damas, cavalheiros e criadagem. A sequência da caçada entra no panteão das melhores.
Quem não assistiu a essa obra-prima pode se considerar cúmplice do assassinato de Mozart.
Esse é o maior faroeste de todos os tempos? Talvez “O Homem que Matou o Facínora” seja mais bem escrito. Talvez “Johnny Guitar” seja mais instigante. Talvez “Os Brutos Também Amam” seja mais empolgante. Talvez “Meu Ódio Será Sua Herança” seja mais realista. Talvez “A Face Oculta” seja mais profundo. Enquanto os mortais discutem, John Wayne cavalga magnânimo pelo Monument Valley.
Eisenstein era fã do Mickey Mouse. Achei que deveria lembrá-los desse fato.
Lento e belo como a vida.
Segundo a crítica de cinema Pauline Kael, “Leni Riefenstahl é um dos cerca de doze gênios criativos que trabalharam com a mídia cinema”. O que a coloca ao lado de figuras como Orson Welles, Hitchcock e Eisenstein. Ela era nazista? Segundo a própria Leni, não era, mas apenas uma artista fascinada pela beleza. No documentário “Olympia”, ela colocou todo o seu talento para fazer o maior de todos os registros dos jogos olímpicos, retratando as competições como balés de corpos em movimento. A política aqui é mero detalhe. Contudo, o mesmo não pode ser dito com relação a “O Triunfo da Vontade”, documentário sobre o congresso do partido nazista de 1934. Por suas escolhas artísticas e más companhias, Leni já foi sentenciada em Nuremberg, mas nunca mais deixou de ser julgada.
Um dos melhores filmes bíblicos. A sequência da corrida de quadrigas é a maior cena de ação de todos os tempos. E é apenas uma pequena parte desse filme excepcional, digno de ser admirado por cristãos, pagãos e ateus.
Assista ouvindo “The Dark Side of the Moon”, de Pink Floyd.
Comparando esse clássico com a maioria da produção contemporânea, fica a sensação de que Norma Desmond tem razão: os filmes de hoje estão mesmo ficando pequenos demais.
Um diz que esse filme é bom. Outro que é ótimo. Um terceiro defende que é uma obra-prima. Enquanto isso chove lá fora.
Hitchcock filmou “Psicose” em preto e branco para não chocar o público. Não foi o suficiente. Até hoje.
Um filme para ficar e sair da memória, simultaneamente.
Esse filme é uma ópera.
O poder avassalador da beleza.
No filme “Os Sonhadores”, de Bernardo Bertolluci, dois personagens discutem quem é melhor: Chaplin ou Buster Keaton? Para um — não por acaso francês —, Chaplin é insuperável, enquanto o outro — um americano — defende que Keaton era um cineasta de verdade, enquanto Chaplin só se preocupava com sua própria performance. Questão de opinião. Pessoalmente, coloco Keaton um degrau acima.
O crítico Paulo Emílio Salles Gomes, no ensaio “Chaplin é cinema?”, relativizou a habilidade de cineasta do eterno Carlitos. Chaplin seria um diretor apenas mediano, mas uma grande figura cinematográfica. Nesse “Em Busca do Ouro” temos um Chaplin despido de sentimentalismos ou proselitismo político, preocupado apenas em ser engraçado. Atingiu seu auge, mostrando que poderia ter sido ainda maior do que foi.
Chaplin ou Keaton? Tem gente que prefere Tati. O francês tem o lirismo do primeiro, porém sem seu gosto pelo melodrama, e a habilidade técnica do segundo.
Quentin Tarantino é o cineasta favorito de oito entre dez jovens cinéfilos descolados. Andar com camisetas tarantinescas é cool! Dono de um toque de Midas pop, grande parte de sua reputação se deve a “Pulp Fiction”. O próprio Tarantino reconhece que jamais conseguirá igualar o que realizou nesse trabalho. “Pulp Fiction” é o seu “Cidadão Kane”. O que não deixa de ser um bom negócio, afinal, Zed is dead, baby, Zed is dead.
Woody Allen reinventou a comédia romântica com “Annie Hall”. Em “Manhattan” ele foi além, mostrando que também pode ser um grande cineasta quando se dá ao trabalho. “Crimes e Pecados” pode ser mais ambicioso, “Zelig” mais inventivo e “A Rosa Púrpura do Cairo” mais sensível, mas “Manhattan” ainda é seu trabalho mais sofisticado, com enredo mais bem resolvido e tecnicamente irrepreensível. Alguns podem preferir “Match Point”, mas parece-me que outro cineasta poderia filmar o mesmo roteiro com resultados igualmente satisfatórios, ao passo que somente Woody Allen poderia dirigir e estrelar “Manhattan”. É um filme assinatura e uma bela homenagem a Nova York.
Você está falando comigo? Não tem mais ninguém aqui. Você está falando comigo?
É possível ficar melancólico em Paris, sendo o Marlon Brando e não sendo existencialista? Tem solução para isso? Não. A única coisa a fazer é tocar um tango argentino.
Acho que entendi. Tenho certeza que gostei.
Anna Magnani é a atriz mais chata de todos os tempos, mas até isso funciona no filme.
A certidão de nascimento do cinema enquanto linguagem. Afinal, nem tudo o que é bom e belo é necessariamente justo (KKK! WTF?).
O primeiro faroeste realmente sério e ainda um dos melhores.
Indico o plano sequência na abertura desse filme como forma de aprender a diferença entre realmente ver ou simplesmente olhar uma cena.
Um irresistível hino ao otimismo. Nunca foi tão bom ser ingênuo.
Em “Stalker”, Tarkóvski apurou sua visão de ficção científica apresentada em “Solaris”. Minha tese sobre esse filme: corpos humanos percorrendo telas expressionistas abstratas.
Um filme existencialista.
O deus Brando em sua melhor atuação.
Umberto Eco escreveu certa vez que a força de “Casablanca” está no feliz acúmulo de vários clichês do cinema. Um clichê sozinho incomoda. Vários clichês, com sorte, podem gerar um conjunto harmonioso. É uma explicação. Seja como for, tenho uma longa amizade com esse filme.
Quem nunca tentou assobiar a marchinha “Colonel Bogey”?
O personagem de Woody Allen em “Manhattan” afirmou que Bergman é o único gênio do cinema. Exagero, considerando que o próprio Allen é um gênio do cinema. Em todo caso, “Morangos Silvestres”, assim como “Gritos e Sussurros”, “Persona” e “Fanny e Alexander” são mesmo obras de gênio. Woody Allen fez sua versão de “Morangos Silvestres” em “Desconstruindo Harry”.
Esqueçam o oscarizado épico “Gandhi” ou mesmo o “Mahabharata” de Peter Brook. Se pretende conhecer algo sobre a Índia, o conjunto formado por “A Canção da Estrada”, “O Invencível” e “O Mundo de Apu” é a melhor porta de entrada. A principal lição que aprendemos com esses filmes é que os indianos não são nem os paspalhos da novela da Globo nem os seres iluminados que muitos hippies de butique imaginam. São gente como a gente.
A morte precoce de Truffaut, com apenas 52 anos, foi uma das maiores perdas da história do cinema. Diretor de obras-primas como “Os Incompreendidos”, “Jules e Jim” e “A Noite Americana”, Truffaut ainda produziria muito. Assistindo a “Fahrenheit 451”, fico imaginando que magnífico “livro” desapareceu quando o perdemos.
Gênio? Louco? Charlatão? Esfinge banguela? Caricatura de si mesmo? O Jean-Luc Godard de hoje tornou-se um fetiche dos cinéfilos PIMBA (Pseudointelectuais metidos a besta), mas ninguém pode lhe tirar a glória de ter sido um verdadeiro “enfant terrible” do cinema entre as décadas de 1960 e 1980. Godard verdadeiramente revolucionou o cinema. Poucos podem dizer isso. “Acossado” foi seu cartão de visitas.
Tema espinhoso e polêmico. Cenário praticamente único. Ótimo time de atores, capitaneado por um astro, Henry Fonda. Roteiro muito bem escrito. Fotografia discreta e eficiente. Direção segura. Parece simples, mas fazer o simples bem feito é sempre o mais difícil.
A era do cinema sonoro ainda deve uma versão definitiva da saga de Napoleão Bonaparte. Esse foi um dos projetos abandonados por Kubrick na década de 1970. Por hora, a melhor realização cinematográfica sobre o imperador francês ainda é esse imponente longa-metragem mudo, repleto de experiências estéticas e sem medo de ser grandioso. Exatamente como seu personagem título.
Friedkin é um dos menos reconhecidos entre os cineastas do primeiro time. Fez alguns trabalhos menores, mas tem em sua filmografia obras poderosas, como “Comboio do Medo”, “Operação França” e “Parceiros da Noite”. Merece um resgate. Em seu melhor e maior filme, “O Exorcista”, realizou não apenas a quintessência do terror, mas um drama psicológico dos mais sofisticados. Veja a versão de 1973, o relançamento com efeitos especiais digitais tirou muito da sutileza do filme original.
Discutindo o sexo dos anjos, literalmente.
Alguns cínicos afirmam que quando Marlon Brando vestiu suas calças jeans em “O Selvagem”, produziu uma revolução muito maior na juventude do que todos os livros de Marx juntos. Talvez seja um exagero. Mas se somarmos nessa equação a jaqueta vermelha que James Dean usou em “Juventude Transviada”, aí sim teremos algo.
O mestre Nicholas Ray costumava dizer que o cinema é a “magia dos olhares”. Essa máxima nunca foi tão verdadeira quanto em “A Paixão de Joana D´Arc”, nos magníficos closes em Renée Maria Falconetti.
Depois de fazer história com seus “faroestes espaguete” na Itália, Sergio Leone foi para a América fazer “filmes de gangster espaguete” no melhor estilo americano. Se não fosse a trilogia do “Chefão”, esse “Era Uma Vez na América” seria o melhor exemplar de um gênero que conta com pérolas como os dois “Scarface”, “Os Bons Companheiros” e “Inimigo Público Número 1”.
Nada mais pesado do que a leveza do cotidiano.
Esse filme vale ouro.
Quem aí não acredita piamente que viu o bebê capiroto? Eu vi, eu vi, sim, eu vi…
Martin Scorsese estava convicto que esse seria seu último filme. Por isso concentrou nele todo seu talento. Felizmente, não foi seu último trabalho. Felizmente, Scorsese pensou que seria.
Só uma obra-prima pode ter o mestre Jimmy Page, do Led Zeppelin, como figurante.
Spielberg é um grande cineasta em obras como “A Lista de Schindler”, “A Cor Púrpura” e “O Império do Sol”, mas outros diretores poderiam fazer esses mesmos trabalhos tão bem quanto ele, e talvez até os melhorassem, diminuindo o melodrama. Seu verdadeiro gênio, sua assinatura mais destacada, se manifesta em filmes aventurescos e divertidos, mas nem por isso menos inteligentes, como “Encurralado”, “E.T.” e a série Indiana Jones. Dessa leva, o melhor é “Tubarão”, não por acaso o primeiro “blockbuster” da história.
“Todos vão saber que Clint Eastwood é o maior covarde do oeste” (fala de “De Volta Para o Futuro III”).
O comunistinha covarde que não apreciar a grandeza patriótica desse filme vai levar uns tapas. Em tempo: se fosse um sujeito bonito, George C. Scott teria sido o maior astro de cinema de todos os tempos.
O maior exemplo de conflito de gerações da história do cinema.
Nada menos que o filme marco da Nova Hollywood.
Um filme tão impactante que Jack Nicholson nunca mais conseguiu sair dele.
Recomendo que leiam o profundo e complexo ensaio escrito por, acreditem, Olavo de Carvalho. Depois da leitura nunca mais verão “O Silêncio dos Inocentes”, nem o Olavo, da mesma forma.
A prova de que nem todos os escritores que fazem cinema estão traindo a arte.
Lembrando o bom e velho Paulo Francis: o filme é uma porcaria, mas o diretor é um gênio.
(…) Desculpe, não posso escrever nada agora, estou ocupado dançando e cantando “Hakuna Matata”…
Existe algo de podre no reino do “american way of life”.
Um filme para dominar a todos.
Por mais que, por exemplo, o “Super-Homem: O Filme”, de Richard Donner, seja icônico e nos tenha feito acreditar que “um homem poderia voar”, ainda está preso no gênero “filmes de super-heróis”. “O Cavaleiro das Trevas” transcende esses limites. É um ótimo filme de super-heróis, mas também é um policial instigante e um suspense de primeira linha. E, claro, apresentou o Coringa definitivo.
Indiana Jones não faria diferença no desenrolar da história?! Se isso for verdade, então, é como na vida real. Só torna o filme melhor.
“Guerra nas Estrelas” mudou o cinema. Não fosse a canhestra direção de atores de George Lucas, estaria na lista. Essa honra cabe à sua continuação, uma aventura de ficção científica perfeita.
Engana-se quem pensa que esse filme é sobre a investigação e captura de Al Capone pelo lendário agente federal Eliot Ness e seus companheiros incorruptíveis. “Os Intocáveis” é um filme sobre cinema.
Foi anunciado como o “A Laranja Mecânica” da nova geração. Agora que a nova geração tornou-se veterana, sabemos que não é. Mas é um dos mais incisivos retratos sobre o mundo contemporâneo produzido pelo cinema.
Quanto o produtor Steven Spielberg entregou o roteiro para o diretor Sam Mendes, recomendou enfático: “não mude uma linha”. Felizmente, foi obedecido.
Esse filme é um novelão. Mas quem disse que uma boa novela não pode ser ótima?
Fico imaginando se o filme “Matrix” não é um recurso da matrix para distrair-nos do fato de estarmos todos confinados na matrix, assistindo às duas péssimas continuações de “Matrix”. Se for, a ignorância é mesmo uma benção.
Você vai adorar a sofisticação, refinamento e inteligência desse filme. Quer apostar?
Regra número um: Você não fala sobre o clube da luta. Regra número dois: Você NÃO fala sobre o clube da luta.
Spike Lee tornou-se um patrulheiro insuportável. Felizmente, nesse filme conseguiu fazer a coisa certa ao tratar da questão do racismo sem radicalismo, condescendência ou pieguice.
Esse Almodóvar me arrepia os cabelos do… (sim, isso é uma citação).
O Dogma 95 em seu momento áureo. Com um final que rasga todas as regras do manifesto Dogma 95. Lars Von Trier é mesmo um cínico, no melhor dos sentidos.
Antes de ficar obcecado em colocar meninas bonitas girando sem parar sobre o próprio eixo em projetos pretensiosos e mal acabados, como “Árvore da Vida”, “O Novo Mundo” e “Amor Pleno”, Terrence Malick realmente foi um projeto de gênio. Pena que voltou de seu autoexílio de duas décadas. Funcionava mais como mito recluso do que como cineasta na ativa.
“Favela movie” no melhor estilo chiclete com banana.
O pior defeito do cinema brasileiro é o descaso com o roteiro. A maior qualidade do cinema argentino é o cuidado com o roteiro.
Um filme para ser visto com humildade, ciente de que não basta fazer yoga e comer sushi para achar que entende alguma coisa sobre a riquíssima cultura oriental.
Existe uma longa tradição de filmes de Kung Fu no cinema. As coreografias são sempre um espetáculo por si só, mas o que torna “Herói” especial, para além do pano de fundo histórico, é o fato de que foi dirigido por um cineasta de verdade. Imaginem se o homem que dirigiu o sensível “Lanternas Vermelhas” tivesse tido a chance de trabalhar com o mestre Bruce Lee. “Herói” é o mais próximo que se pode chegar dessa utopia.
Fé, ambição e petróleo. O mais próximo que se chegou de Kubrick após a morte do mestre.
Uma ode ao cinema. Tudo o que o melodramático “Cine Majestic” tentou ser e não conseguiu. O que prova que talento é mais importante que orçamento.
Figura em algumas seleções de voto popular como o primeiro da lista. Não se justifica, embora seja um ótimo filme. Fica na digna posição de centésimo. Os últimos serão os primeiros?