Hoje completa 10 anos que a Revista Bula entrou no ar. Foi na noite de 17 de março de 2003. De de lá para cá foram mais de 50 milhões de acessos e 15 mil textos publicados — entre resenhas, listas, crônicas, ensaios, estudos críticos e entrevistas. Polêmicas, brigas, rompimentos, mas também muita satisfação, sobretudo pelo fato de que sobrevivemos 10 anos em uma área que projetos nascem e morrem com a mesma frequência com que respiramos.
Neste dia especial, presto minha homenagem a cada um — que ao seu modo — ajudou a construir a história da Bula.
Vamos lá:
O Euler de França Belém — que colaborou desde o início e me ensinou tudo que sei de jornalismo, foco editorial (ele odeia essa palavra) e também sobre os seres que compõem a trilha sonora de nossas vidas.
O Edival Lourenço — solidário, simpático e sensível, um dos grandes nomes da literatura brasileira, de quem eu era fã e depois tive a oportunidade de ser vizinho, confidente, amigo. E continua sendo um dos amigos mais próximos. É, ao lado do Eberth, o recordista de textos publicados na revista.
O Eberth Vêncio — amado pelos leitores, o mais assíduo e identificado com o projeto. Durante 400 semanas consecutivas, nunca deixou de enviar o seu texto semanal. Poderia escrever em qualquer jornal ou revista do Brasil, mas continua preferindo escrever na Bula.
A Tainá — que esteve presente nos primeiros e imprescindíveis passos e que nunca deixou de colaborar. Muitas vezes se sacrificando para atender as minhas demandas eternas. Não consigo definir com palavras o amor que sinto por ela.
O Hugo Wantuil — pelos inúmeros, incontáveis favores. E pelos finais de semana mal dormidos.
O Flávio Paranhos — irreverente, polêmico e amigo. Um campeão de audiência da revista. Primordial — nas várias vezes—, em que eu quis jogar a toalha. É certo, a Bula teria acabado se não fosse por ele.
O Valdivino Braz — mestre dos mestres, poeta dos poetas. Ser humano único.
O Francisco Perna Filho — que esteve presente nos momentos de incertezas. Um grande cara que se mudou, mas que nunca deixou de ser grande.
O Menalton Braff — um dos pioneiros da revista (colaborou até 2012), mestre da narrativa concisa. Acreditou no projeto quando ainda era algo embrionário. Também não consigo definir com palavras o tamanho de minha consideração.
O Ademir Luiz — o intelectual público —, que consegue escrever sobre futebol, vampiros, física nuclear, livros, cinema, culinária e mecânica, com a mesma e rara competência.
O Carlos Augusto Silva — com sua defesa intransigente dos clássicos, quem dera houvesse outros Carlos Augusto — a inteligência agradeceria.
O José Carlos Guimarães — sempre solidário na agonia, com seu gosto crítico apurado e sua facilidade de escrever como se o texto nascesse dos dedos.
O Alex Sens Fuziy — garoto brilhante. Era menino e já escrevia como gente grande. Tenho certeza que o futuro lhe reserva algo espetacular.
O Hugo Paraguassu Serradoura — que teve a ideia do nome e ajudou a criar o projeto.
O Alfredo Bertunes — que também esteve presente desde o início.
O Lauro Marques — com sua amizade distante, mas que esteve presente nos principais momentos da revista.
O Antônio Carlos dos Santos — com sua inalcançável capacidade de produção e sua vocação para acabar com conflitos.
O Enio Vieira — que foi importantíssimo. E que, mesmo distante, continua importantíssimo.
O Jádson Barros Neves — polemista nato, contista primoroso.
A Carolina Mendes — que trouxe um novo ânimo ao projeto (alguns textos dela já foram lidos mais de 200 mil vezes).
O Brasigois Felício — sempre solidário, gentil e camarada.
O Luiz de Aquino — e sua acidez constante, mas também sua consideração, estima e carinho.
O Marcos Fayad — com sua enorme competência (e capacidade de causar polêmica sem se esforçar).
O Ronaldo Angelini — biólogo de si mesmo, que ajudava a documentar a vida selvagem e a selvageria do ser humano.
O Nei Duclós — sempre magistral. Um tipo raro desses que não existem mais.
O Marcelo Franco — brilhante e irreverente. Sua facilidade de escrever e sua forma singular de se comunicar com os leitores transformaram seus ensaios de viagem em referências do gênero.
O Hélverton Baiano — com sua queda pelo deboche — mas uma completa incapacidade de ser grosso.
O Sinésio Dioliveira — uma espécie de fotógrafo da palavra.
A Rejane Borges — e sua gentileza eterna. Inovar é a palavra, mas a revolução não será tuitada.
A Denise Rossi, a Carolina Moreno, o Raphael Tsavkko, o Mario Zeidler, o Ricardo Silva, o André Gomes, a Fal Azevedo, a Marina W., o Elder Dias, o Ranulfo Borges, a Graça Taguti, que colaboraram minimamente, mas ajudaram a escrever essa história.
A todos vocês (e aos que esqueci) minha gratidão infinita.