María Luisa Fundes, do jornal “ABC”, de Madri, escreveu pequenos textos sobre as dez livrarias mais interessantes do mundo. “Para os aficionados à leitura, as livrarias são paraísos inigualáveis e incomparáveis.” Lá, entre as estantes, descobre-se o universo, globaliza-se o conhecimento. Muitas pessoas passam horas circulando entre as estantes, folheando e lendo algumas páginas dos livros. Há aqueles que se empolgam com as capas, e até com o papel, por exemplo o pólen (que não gera reflexos). Às vezes entra-se numa livraria com o objetivo de comprar determinado livro, mas, ao perceber um lançamento interessante, o indivíduo o coloca na sua cesta. Pode ser Joyce, Proust, Thomas Mann, Tolstói, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Bernardo Élis ou Afonso Felix de Sousa. As livrarias bonitas, como as citadas, são uma atração à parte. El Ateneo, de Buenos Aires, assim como outras, é uma atração turística. Os apaixonados pelos livros acabam se tornando também apaixonados pela livraria. É raro uma pessoa sair de lá sem fazer ao menos uma fotografia. Trata-se de uma livraria-museu, que já foi um teatro.
1 — El Ateneo, Buenos Aires
María L. Fundes diz que foi “uma ideia genial converter um teatro dos anos 20, já fechado, em uma livraria de primeira. El Ateneo, de Buenos Aires, é uma das melhores livrarias da América. A seleção de livros é amplíssima. E o entorno [interno] é iniguilável. Permanecem o cenário e o palco. Tudo com novas funções [há um café-restaurante]. Uma maneira brilhante de desfrutar e recuperar edifícios antigos”. Em março desde ano, ao visitá-la, pude ver que Clarice Lispector é um dos destaques nas mesas.
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2 — Galignani, Paris
“Giovanni Antonio Galignani nasceu em 1757, no norte da Itália. Depois de um período em Londres, se instalou em Paris, onde criou uma pequena editora, abriu uma livraria e fundou um jornal. É a primeira livraria inglesa na Europa fora das ilhas britânicas. Foi instalada na Rua de Rivoli, onde abriu as portas com as melhores seleções de literatura anglo-americana e francesa, assim como uma seleção sem igual de livros de arte e moda”, diz o “ABC”.
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3 — Selexyz Bookstore, Maastricht
A livraria está instalada num edifício onde funcionou uma igreja de dominicanos. Além de bonita, até “impressionante”, é arejada e tem um café. É apontada como “espetacular”.
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4 — Livraria da Vila, São Paulo
O “ABC” nota que São Paulo é a “capital gastronômica e cultural do Brasil”. A repórter elogia a construção arquitetônica, do “genial arquiteto” Isay Weinfeld — as portas são estantes —, e diz que, além de bela, a Livraria da Vila oferece espaço para bate-papo, concertos e exposições.
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5 — El Péndulo, México
A livraria, diz o “ABC”, é um espaço amplo e relaxante no qual se pode, além de desfrutar das calorosas [e calorentas] tardes mexicanas, olhar livros, discos e vídeos. “Entre as numerosas livrarias, El Péndulo, situada no elegante bairro de Polanco, na capital azteca, tem o toque original de ter plantas em seu interior.” A livraria oferece concertos, cursos e tem um café-restaurante.
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6 — Brentano’s, Paris
“A oferta cultural de Paris é ilimitada. Suas livrarias também. Mas a Brentano’s é diferente: trata-se de uma livraria com quase 120 anos e que oferece um repertório variadíssimo para o leitor multicultural, interessado em ler em vários idiomas”, diz o “ABC”. A livraria é especializada em obras norte-americanas, já que a cadeia de livrarias surgiu nos Estados Unidos. Está “situada na Avenida da Ópera, entre a Ópera Garnier, o Louvre e a Praça Vendôme”. Frequentar a livraria “é uma imersão na cultura universal”, sugere o jornal espanhol, apesar de sugerir a especialização americana.
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7 — Rizzoli, Nova York
Segundo o “ABC”, é “uma das livrarias mais simbólicas dos Estados Unidos. O espaço é acolhedor, as luzes tênue, o estilo é retrô e a seleção de livros, fantástica. É uma referência em pleno coração de Manhattan. Os livros de culinária são uma das especialidades desta livraria: o presente perfeito. A coleção completa da magnífica Editora Rizzoli está disponível, junto com uma extensa seleção de livros em italiano”, registra o jornal espanhol.
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8 — Lello, Porto
“Lello e Irmão é a livraria mais espetacular de Portugal e uma das mais bonitas do mundo. Situada no centro antigo da cidade do Porto, foi fundada em 1869”, diz o “ABC”. Na sede atual, está desde 1909. A mudança foi feita pelos irmãos Lello, seus segundos proprietários. “A fachada é maravilhosa, mas o interior ainda é mais bonito.” Lá tudo é surpreendente. “No segundo piso são feitas exposições de arte e se pode desfrutar de um café.”
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9 — Shakespeare & Co, Paris
A livraria é pequena mas é das mais charmosas de Paris — era frequentada por Hemingway, Scott Fitzgerald e James Joyce, que era amigo da proprietária (Sylvia Beach editou pela primeira vez o romance “Ulysses”, pai da literatura moderna). O “ABC” diz que a livraria tem um entorno “acolhedor para turistas e sonhadores”. É “situada em frente ao Sena e à catedral de Notre-Dame, está em pleno coração do bairro dos estudantes — o bairro latino. Como muitas das livrarias parisienses mais interessantes, foi fundada por estrangeiros e tem sido amiúde o centro de reunião de escritores de língua inglesa. Os livros proibidos na Inglaterra e nos Estados Unidos sempre estiveram disponíveis”.
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10 — Corso Como 10, Milão
“Carla Sozzani, importante personalidade do mundo editorial do setor de revistas na Itália e irmã da poderosa Franca Sozzani, diretora da ‘Vogue Itália’, abriu a livraria em 1990. Nessa época, era uma galeria, dedicada principalmente à arte e à fotografia. Depois, ampliada, se tornou um espaço para o setor de moda, restaurante e livraria. São realizadas no local exposições, concertos e outras atividades culturais. Sua seleção de livros de moda e fotografia é espetacular”, registra o “ABC”.
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